LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

3º Trimestre de 2016

 

Título: Isaías — Eis-me aqui, envia-me a mim

Comentarista: Clayton Ivan Pommerening

 

 

Lição 12: Profecias de salvação e esperança

Data: 18 de Setembro de 2016

 

 

TEXTO DO DIA

 

Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram(Hb 4.2).

 

SÍNTESE

 

Isaías anuncia boas notícias ao povo, profetizando que o tempo de sofrimento estava chegando ao fim, que o castigo divino estava para terminar, e bênçãos e salvação estavam a caminho.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Is 40.1,2

Deus anuncia o perdão dos pecados de Israel

 

 

TERÇA — Is 40.10,11

Deus promete pastorear seu povo

 

 

QUARTA — Is 40.29-31

Deus irá renovar as forças de seu povo

 

 

QUINTA — Is 41.14,15

Deus convida o povo a não temer

 

 

SEXTA — Is 66.10-12

A restauração final do povo

 

 

SÁBADO — Is 43.1-13

A salvação de Deus não será impedida por poder algum

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDER por que Isaías é chamado de profeta evangelista;
  • SABER o que significa Boas-Novas na profecia de Isaías;
  • RELATAR a respeito da esperança dada por Deus em Cristo.

 

INTERAÇÃO

 

O Salmo 137 foi escrito enquanto o povo de Deus estava no cativeiro babilônico. Ele retrata o sofrimento bem como a imensa saudade e desejo de estarem em Jerusalém no Templo, cantarem as suas canções e oferecerem culto ao Deus verdadeiro. Agora o povo de Deus estava diante dos deuses falsos e não tinha graça alguma cantarem para seus algozes. Você, professor, poderá explorar esse salmo com seus alunos. Destaque o sofrimento do povo e o desejo de voltarem para Jerusalém a fim de cultuarem a Deus. Você também poderá conversar com eles a respeito de Jeremias 29, que é um lembrete ao povo do motivo de estarem no cativeiro e um incentivo a se estabelecerem naquele lugar, pois ficariam um bom tempo por lá até Deus os libertar.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, nessa lição nossa conversa é acerca das profecias de salvação e esperança. Uma questão relevante é em relação às Boas-Novas. A lição apresenta o Evangelho como um estilo de vida.

Juntamente com seus alunos, elabore dois painéis. O primeiro intitule: “Cultura gospel”. O segundo, “O Evangelho como estilo de vida”. A partir daí, juntamente com os jovens, relacione e registre quais são as características da cultura gospel. Depois aponte as características do viver o Evangelho realmente como estilo de vida. Leve os alunos a refletirem a respeito da diferença entre esses dois estilos de vida. Incentive-os a buscarem viver o que é o Evangelho, seguindo o exemplo de Cristo em todos os momentos.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Isaías 40.3,4,8,9,11.

 

3 — Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.

4 — Todo vale será exaltado, e todo monte e todo outeiro serão abatidos; e o que está torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará.

8 — Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.

9 — Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus.

11 — Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

As profecias de Isaías que dizem respeito a salvação e esperança se referem a dois períodos basicamente. O primeiro é o do cativeiro babilônico que logo aconteceria, e o povo precisava ter esperança em Deus naquele lugar de sofrimentos. Alguns deles serviriam no palácio real, como Daniel e seus amigos, mas muitos seriam escravos maltratados e fariam trabalhos desprezíveis. Assim o profeta os anima com suas palavras, preparando-os para esse tempo. O segundo é o período em que eles voltariam do cativeiro. Porém, dadas as condições precárias da longa viagem, em boa parte pelo deserto, bem como a própria situação de Jerusalém devastada, era preciso palavras de encorajamento para que o remanescente não desfalecesse. No entanto, todas essas profecias de Isaías têm um horizonte muito maior, que é a salvação que Deus daria ao povo por meio de Cristo. Por isso, o profeta é chamado de anunciador de Boas-Novas, pois ele prevê que Deus traria grande salvação ao seu povo.

 

I. O PROFETA EVANGELISTA

 

1. A situação do povo no cativeiro. Quando o povo de Jerusalém chegasse à Babilônia, haveria um contraste inquietante entre os deuses babilônios que deram a vitória aos opressores e o aparente fracasso do Deus israelita, que não livrou seu povo. Diante disso, o povo precisava ser animado e encorajado para continuar crendo e esperando que Deus lhes traria o livramento, quando o castigo pela desobediência passasse. O profeta deveria dar uma mensagem de esperança para que o povo não caísse na armadilha de achar que havia uma disputa entre os deuses babilônios e o Deus de Israel. Embora temporariamente os babilônios tenham sido vencedores, essa realidade não duraria para sempre. Sendo assim, o profeta estava enviando boas-novas de salvação, para um momento em que a confiança em Deus ficaria muito tênue, diante da realidade do opressor. Aconteceram três deportações para a Babilônia: a primeira em 605 a.C., sendo um dos cativos o profeta Daniel; a segunda em 597 a.C, quando foram levados todos os nobres e ricos da cidade, em torno de 10.000 pessoas; a terceira, como um golpe final sobre Jerusalém, aconteceu no ano 586 a.C. Alguns haviam morrido de forme e nas guerras. Ficaram na cidade somente os mais pobres dentre o povo. Nessa conquista, a cidade foi devastada, o Templo queimado e as riquezas saqueadas. Somente no ano 539 a.C. os judeus começaram a voltar para Jerusalém e a reconstruí-la, juntamente com o Templo.

2. O significado de Boas-Novas. Boas-Novas vem da palavra hebraica basar, que no grego é euangelizo, de onde provém a palavra “evangelho”. Deus designa ao profeta: “Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente. Levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus” (Is 40.9). Essas palavras significavam que Deus interviria e salvaria seu povo do cativeiro, mas significavam também que em Cristo se cumpriria plenamente a promessa de salvação da parte de Deus. Esse assunto é tão importante em seu livro, que Isaías sempre que vai falar da promessa de salvação usa a expressão “aqui está”, “veja” e “veja só”, em torno de sete vezes, demonstrando assim que o ápice de sua profecia como também o desejo de Deus era a salvação do povo por intermédio de Cristo.

3. O anunciador de Boas-Novas. Por quatro vezes em seu livro, o profeta se refere ao anúncio de Boas-Novas (40.9; 41.27; 52.7; 61.1). O que aconteceria ao povo no cativeiro não poderia ser comparável com a salvação que viria, por isso ele anuncia Boas-Novas. Essa palavra significa evangelho, e se tornou a coisa mais importante para aqueles que seguem a Jesus. No tempo do profeta, boas-novas designavam notícias e relatos de que alguma coisa muito boa havia acontecido, e sempre era motivo de muito júbilo e alegria. Portanto, quando o profeta a pronuncia, está dizendo que, apesar das circunstâncias difíceis do cativeiro, Deus estaria agindo. Para provar isso, ele evoca na sua profecia diversas vezes a obra da criação (Is 40.12-17,21-31 dentre outros), como se no momento do exílio estivesse tudo “sem forma e vazio”, mas Deus estaria se movendo sobre a face das águas (Gn 1.2) e em breve traria livramento para seu povo.

 

 

Pense!

 

Tal como o profeta Isaías, somos desafiados por Deus a sermos jovens que anunciam as Boas-Novas de seu Reino.

 

 

Ponto Importante

 

O conceito de “Boas-Novas” vem da palavra hebraica “basar”, que no grego é “euangelizo”, de onde provém a palavra “evangelho”. A palavra evangelho é diretamente ligada ao Novo Testamento, mas sua essência já vem desde o Antigo Testamento.

 

 

II. AS BOAS-NOVAS DO EVANGELHO

 

1. O Evangelho é uma pessoa. O Evangelho é a própria pessoa de Cristo; nele se concentra toda a boa-nova de Deus para o resgate do ser humano. Foi Ele que com sua morte e ressurreição tornou a mensagem do Evangelho inconfundível. Todo aquele que está em Cristo é amado do Pai (Jo 14.23), dá muito fruto (Jo 15.7,8) e passou da morte para a vida (Jo 5.24). Marcos é o evangelista que nomeia o Evangelho como sendo o próprio Cristo (Mc 1.1), bem como anuncia que o tempo do Evangelho chegou com Cristo (Mc 1.15). Mateus anuncia que as várias profecias de Isaías se cumpriram em Cristo (Mt 1.22,23; 2.15,23; 4.12-17; 21.4,5). Isaías afirma, em relação ao cumprimento de sua profecia em Cristo, que sobre este estaria o Espírito do Senhor, pois foi ungido para pregar as Boas-Novas. Ele restauraria os contritos de coração e os que estivessem cativos. Ele proclamaria a liberdade. Aos presos traria libertação. Ele consolaria os tristes, derramaria sobre eles o óleo de alegria e daria motivos de louvor aos que estivessem em angústia (Is 61.1-3). Jesus mesmo disse que nEle se cumpriu essa profecia (Lc 4.16-21). Ele abriria os olhos dos cegos e tiraria de prisões aqueles que estavam em trevas. Por isso, Jesus é chamado em Isaías de luz dos gentios (Is 9.2; 42.6,7).

2. O Evangelho é uma mensagem. Trata-se da boa mensagem de que Deus cumpriu para com Israel suas promessas por meio de Cristo e que foi aberto o caminho de salvação para toda a humanidade, cumprindo assim o que os profetas disseram. Crer no Evangelho e confessar a Cristo leva à salvação, mas rejeitar o Evangelho leva à condenação (Rm 10.9). O Evangelho é o poder de Deus operando para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). A aceitação do Evangelho em atitude de fé é a garantia da libertação de pecados, medos e culpas e a porta de entrada para a vida de liberdade que Deus preparou para os seus filhos. Além disso, o convite do Evangelho é para que se o proclame a todos que não o conhecem (Rm 10.15).

3. O Evangelho é um estilo de vida. O estilo de vida proposto pelo Evangelho não tem muito a ver com a cultura gospel impregnada em nosso país, mas sim é um estilo de vida que imita Jesus em todas as coisas, numa atitude radicalmente contrária aos valores observados ou impostos, até mesmo pela religiosidade. É preciso coragem para tomar cada dia a cruz e seguir Jesus, o mais empolgante projeto devida que alguém pode abraçar. É dizer sim para a vida abundante, para a alegria e obediência a Deus e dizer não para ofertas que afastam nosso coração da fonte devida. Seguir Jesus é dizer sim a atitudes de amor e esperança para um mundo sofredor.

 

 

Pense!

 

A mensagem do Evangelho tem poder para transformar famílias, bairros, municípios, cidades e Estados. Seus agentes somos nós (jovens), por isso podemos iniciar anunciando as Boas-Novas nos lugares em que estamos inseridos.

 

 

Ponto Importante

 

O estilo de vida proposto pelo Evangelho é diferente da cultura gospel impregnada em nosso país. É um estilo de vida que imita Jesus em todas as coisas.

 

 

III. SALVAÇÃO E ESPERANÇA

 

1. Deus ampara seu povo no cativeiro. O profeta, descrevendo a situação do povo no cativeiro e prevendo a salvação, afirma que o Livramento do Senhor virá em meio ao deserto e que este se tornará em caminho reto (Is 40.3,4). Ele faz a promessa de que os cansados e afadigados, mas que esperam no Senhor, serão renovados (Is 40.29-31). No exílio, o povo se sentiria muito longe de Deus, com muita sede, mas o Senhor os ouviria e os saciaria. Deus lhes promete que no deserto teriam tanques de água e que lugares desertos se transformariam em mananciais de águas pelo seu poder miraculoso; isso significa que Deus proverá para o seu povo as coisas essenciais em abundância (Is 41.17,18).

2. Deus livra seu povo do cativeiro. Deus daria visão aos cegos, mostrando o caminho da salvação (Jo 14.6) nunca antes trilhado. Ele lhes tornaria as trevas em luz e o que era torto seria endireitado (Is 42.16). Além dessa condução e cuidado de Deus, Ele promete perdoar e apagar todos os pecados (Is 43.24,25).

3. Um derramar abundante do seu Espírito. O profeta prevê que sobre todos os que tiverem sede de Deus Ele derramaria água e onde houvesse uma terra seca, transformaria em rios, prevendo que seu Espírito seria abundantemente derramado (Is 44.3,4). O Senhor faria brotar da terra a justiça, tão desprezada pelo povo antes do cativeiro, bem como muito motivo de louvor (Is 61.11).

 

 

Pense!

 

O Espírito de Deus é a força que ajuda o cristão a passar os diversos cativeiros dessa caminhada humana.

 

 

Ponto Importante

 

Deus ampara seu povo no cativeiro, o livra, restaura sua identidade e história. Esse é o agir pleno de Deus.

 

 

CONCLUSÃO

 

O profeta anuncia ao povo que o tempo de sofrimento está chegando ao fim, que o castigo divino estava para terminar e bênçãos e salvação estavam a caminho. Elas enfatizam o livramento, a redenção e a glória do povo de Deus.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2005.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Para quais situações o profeta está prevendo salvação e esperança?

Para o tempo de cativeiro, para a jornada de volta a Jerusalém e para o tempo em que Deus salvaria o mundo através de seu Filho.

 

2. Qual o significado de Boas-Novas no Novo Testamento?

Significa “Evangelho”.

 

3. Quem é a pessoa principal retratada nos Evangelhos?

A pessoa de Jesus Cristo e sua obra salvadora.

 

4. O que significa o Evangelho como um estilo de vida?

Tomar cada dia a sua cruz e seguir Jesus, e dizer sim para a vida abundante, para a alegria e obediência a Deus.

 

5. Segundo o profeta, o que acontece com os que têm sede de Deus?

Deus derramaria água e onde houvesse uma terra seca Ele transformaria em rios, prevendo que seu Espírito seria abundante.

 

SUBSÍDIO

 

“Os versículos 3 a 8 contêm o diálogo entre Jesus e seus irmãos. Eles falam pela primeira vez nos versículos 3 e 4, onde exortam Jesus a ir a Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos — ocasião apropriada para Ele ir publicamente com suas declarações messiânicas, as quais, julgam, devem ser divulgadas de maneira ousada: ‘Para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes’. Implícito está a noção de que esta é a maneira de angariar seguidores — fazer sinais. Eles concluem no versículo 4 com a exortação de Ele se manifestar ao mundo.

O modo como os irmãos de Jesus falam claramente os coloca na categoria dos incrédulos. Jesus se distingue ainda mais dos seus irmãos. Seus irmãos foram vistos pela última vez em João 2.12. Jesus não confiava neles, e também não confia agora. Nestes pequenos parágrafos, estes irmãos desempenham papel importante e tornam-se antagonistas de Jesus, aparecendo duas vezes (vv.3,10). Eles estão com o mundo (que o odeia) em seu pecado e incapacidade de conhecer as coisas espirituais. Mais tarde, em João 20.17. Jesus envia uma mensagem a seus irmãos acerca de ir para o Pai, muito provavelmente a fim de encorajá-los a crer” (Comentário Bíblico Pentecostal. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004. pp.528-529).