LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2017

 

Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno

Comentarista: Alexandre Coelho

 

 

Lição 9: A missão ensinadora da Igreja

Data: 26 de Fevereiro de 2017

 

 

TEXTO DO DIA

 

E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros(2Tm 2.2).

 

SÍNTESE

 

O ensino da Palavra faz com que a Igreja cresça, se fortaleça e possa resistir aos ataques do mundo e de Satanás.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Cl 3.16

A palavra de Cristo em cada crente

 

 

TERÇA — Mt 28.19

Ensino, uma ordenança de Cristo

 

 

QUARTA — 2Tm 2.2

Homens idôneos para ensinar

 

 

QUINTA — 2Tm 3.16

Toda a Bíblia é proveitosa para o ensino

 

 

SEXTA — 1Tm 5.17

Os que trabalham no ensino

 

 

SÁBADO — Mt 22.29

A falta de ensino conduz ao erro

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DEFINIR ensino;
  • SABER a respeito do ensino na Bíblia;
  • COMPREENDER que o ensino tem como objetivo a transformação.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, você terá a oportunidade ímpar de ensinar a respeito da missão ensinadora da Igreja. Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos crentes, por falta de conhecimento bíblico, estão sendo seduzidos pelas falsas doutrinas. Enfatize o fato de que uma igreja sem ensino é uma igreja sem condições de cumprir com sua missão integral. O objetivo da doutrina cristã, do ensino, é tratar o homem como um todo, pois só a Palavra tem poder para transformar a alma e o espírito: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A igreja tem uma missão proclamadora, mas também um responsabilidade com o ensino (Mt 28.19,20).

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Reproduza no quadro o esquema abaixo. Depois, pergunte aos alunos: "O que é ensinar?" Incentive a participação de todos tornando a aula mais dinâmica. Ouça as respostas e em seguida leia, juntamente com os alunos, o conceito apresentado no primeiro tópico da lição. Enfatize que sem o ensino bíblico a igreja não tem condições de cumprir com sua missão integral. Em seguida, utilize o quadro, para mostrar a importância da Educação Cristã.

 

EDUCAÇÃO CRISTÃ É...

1. Vida (Dt 32.2).

2. Santificação (Jo 17.17).

3. Sólido mantimento (Hb 5.14).

4. Um escudo contra as sutilezas de Satanás (Mt 7.15).

5. Liberdade em Cristo Jesus.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Marcos 16.15-20.

 

15 — E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

16 — Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.

17 — E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;

18 — pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.

19 — Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.

20 — E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

O ensino é um mandamento bíblico. Mais do que pregar, Jesus esmerou-se em ensinar, pois seu ministério era de anunciar o Evangelho e as verdades do Reino de Deus. Ele levou tão a sério o ensino que deixou como orientação para a Igreja o ensino e a evangelização (Mt 28.19,20).
Nesta lição, veremos a importância do ensino bíblico e o seu alcance dentro da igreja local. Estudaremos a respeito dos grupos que devemos alcançar para que cumpramos a nossa vocação de agência de ensino do Reino de Deus.

 

I. O QUE É ENSINAR

 

1. Definindo o termo. Ensinar é o ato de doutrinar, transmitir conhecimento a outra pessoa, orientar, conduzir. O ensino cristão tem como objetivo a transformação espiritual e moral do ser humano, tornando-o uma pessoa melhor. No ensino bíblico o aluno não deve ser expectador da aula, apenas recebendo informações. Ele precisa interagir com o professor e com os outros alunos, pois assim todos aprendem uns com os outros, partilhando experiências e conhecimento.

2. A Igreja ensinando a verdade. A igreja cumpre um papel fundamental na expansão do Reino de Deus por meio do ensino. Pessoas que são evangelizadas e aceitam a Cristo precisam ser edificadas e crescer espiritualmente por meio do ensino sistemático das Escrituras. Quem nasce de novo deve ser alimentado de forma constante, ou morrerá por inanição. Da mesma forma, o ensino bíblico deve ser encarado pela Igreja como uma tarefa essencial. E o que deve ser ensinado é a Palavra de Deus, pois ela é a verdade. Não devemos ocupar nossas classes de Escola Dominical e nossos cultos de doutrina, difundindo nas pessoas algo que não seja as Escrituras.

3. A importância do mestre na igreja local. O professor é aquele que auxilia o pastor na área do ensino. Ele se dedica a edificar o povo de Deus por meio da explanação das Sagradas Escrituras e de sua aplicação na vida dos seus alunos, e esse trabalho deve ser feito com estudos constantes, pesquisa e domínio das técnicas de transmissão de conhecimento. Nem todos os mestres são grandes pregadores, pois pregar a Palavra de Deus é diferente de ensinar. Entretanto, por meio do trabalho do professor a igreja é edificada. A pregação da Palavra é de grande importância na congregação, mas o ensino também deve ser ministrado sistematicamente em nossas igrejas.

O professor deve ser uma pessoa que busca o conhecimento, e que deseja repassá-lo. Paulo ensinou a Timóteo, e este deveria repassar o ensino a homens fiéis, e esses, por sua vez, deveriam ensinar mais pessoas (2Tm 2.2).

 

 

Pense!

 

A Igreja de Cristo tem dado a devida importância ao ensino bíblico?

 

 

Ponto Importante

 

A Igreja de Cristo tem a importante função de transmitir as verdades sagradas por meio do ensino bíblico sistemático e constante.

 

 

II. O ENSINO NA BÍBLIA

 

1. No Antigo Testamento. Os hebreus não possuíam um sistema organizado de transmissão de ensino. Na verdade, esse sistema foi sendo desenvolvido com o passar do tempo, e as primeiras lições eram geralmente ministradas no lar. A mãe se encarregava de ensinar às filhas os afazeres domésticos, e o pai ensinava aos filhos uma profissão. O próprio Jesus era carpinteiro (Mt 13.55), profissão que aprendeu com seu pai, José.

Moisés, orientado por Deus, disse ao povo que procurasse ensinar os filhos sobre as tradições recebidas de seus pais, e que esses ensinos fossem repassados aos seus descendentes, principalmente as verdades sobre Deus, que os havia retirado do Egito.

2. No Novo Testamento. Após o retorno do exilio, o povo teve de estudar a Lei de Deus novamente, e com o surgimento das sinagogas, o ensino da lei de Deus foi sistematizado e solidificado. Com o passar do tempo, os fariseus e escribas passaram a ensinar. O próprio Jesus aprendeu a Lei de Deus, e em seu ministério, ensinou com autoridade aos que o ouviam.

3. Jesus como mestre. Jesus dedicou muito mais tempo para ensinar às pessoas do que necessariamente pregando. Ele ensinou com autoridade (Mt 7.29), e aproveitou cada ocasião para ministrar o ensino sobre o Reino de Deus, como quando falou com Zaqueu, a mulher samaritana e Nicodemos. Ele não apenas procurou ensinar seus ouvintes, mas ordenou que seus discípulos fizessem o mesmo (Mt 28.19,20). Ele tinha interesse por seus alunos, e era criativo (utilizou um barco como plataforma para ensinar, Lc 5). Jesus também conjugou a capacidade de ensino com a oração por seus discípulos, mostrando que ensinar é importante, mas orar pelos alunos é tão necessário quanto passar o conteúdo. Ele chegou a explicar mais de uma vez um assunto quando seus discípulos não entendiam (Mt 15.16).

 

 

Pense!

 

Jesus viveu o que ensinava. Você vive o que prega e ensina?

 

 

Ponto Importante

 

Jesus dedicou muito do seu ministério a ensinar seus discípulos, para que eles pudessem dar prosseguimento ao ministério do ensino da Palavra junto à Igreja Primitiva.

 

 

III. ENSINO E TRANSFORMAÇÃO NA IGREJA

 

1. Crianças. A Escola Dominical começou com algumas crianças inglesas. Se hoje temos Escolas Dominicais estruturadas nas igrejas evangélicas, devemos nos lembrar de que o trabalho pioneiro de Robert Raikes junto às crianças abriu o caminho para a Escola Dominical como a conhecemos hoje. Devemos priorizar o ensino cristão para as crianças, tendo em vista que Jesus deixou claro: “Não as impeçais de vir a mim” (Mt 19.14).

2. Jovens e adultos. Os jovens e adultos, que em regra são a maior parte da igreja em nossos dias, devem ser igualmente ensinados. Você jovem, com certeza, se depara com novos desafios na trajetória de seus estudos e vida profissional diariamente, por isso, precisa ser instruído na Palavra para que vença os desafios. Parte dos adultos em nossas igrejas não teve uma educação cristã quando criança e jovem, o que demanda da igreja ensinar a essas pessoas, com toda a sua história de vida, como andar com Deus e seguir em uma nova forma de vida e de pensar.

3. Portadores de necessidades especiais. Em nossos dias, há uma maior conscientização por parte da sociedade para a inclusão de pessoas com deficiência. Esse grupo deve ser alcançado igualmente pelo ensino das Sagradas Escrituras em nossas igrejas. Em alguns ambientes eclesiásticos, sem perceber, acabamos excluindo os deficientes de nossos cultos de ensino e da Escola Dominical por não termos professores treinados, ou por achar que Jesus vai operar um milagre na vida dessas pessoas. Como pentecostais cremos que Jesus cura a todos, mas enquanto essa cura não vem, devemos prover dentro da igreja, crentes capacitados a lidar com esse público-alvo, de tal forma que nenhuma pessoa seja deixada de fora do ensino e crescimento espiritual.

 

 

Pense!

 

Em nossas igrejas temos um ensino inclusivo?

 

 

Ponto Importante

 

Jesus amou e ensinou a todos que desejavam ouvi-lo e estar com Ele.

 

 

CONCLUSÃO

 

Ensinar é uma ordenança de Deus para a sua Igreja. E a Igreja deve cumprir com seu papel ensinador alcançando a todas as pessoas.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã: Noções básicas da ciência da educação a pessoas não especializadas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O ensino é um mandamento bíblico?

Sim. Jesus ordenou o ensino e o discipulado (Mt 28.19,20).

 

2. Segundo a lição, o que é ensinar?

Ensinar é um o ato de doutrinar, transmitir conhecimento a outra pessoa, orientar, conduzir.

 

3. Qual o objetivo do ensino cristão?

O ensino cristão tem como objetivo a transformação espiritual e moral do ser humano, tornando-o uma pessoa melhor.

 

4. Na igreja, quem é o professor?

O professor é aquele que auxilia o pastor na área do ensino.

 

5. Como era o ensino no Novo Testamento?

Após o retorno do exílio, o povo teve de estudar a Lei de Deus novamente, e com o surgimento das sinagogas, o ensino da lei de Deus foi sistematizado e solidificado. Com o passar do tempo, os fariseus e escribas passaram a ensinar. O próprio Jesus aprendeu a Lei de Deus, e em seu ministério, ensinou com autoridade aos que o ouviam.

 

SUBSÍDIO I

 

 

“A abordagem das Escrituras como uma ‘sã doutrina’ e como um guia para a vida cristã

Nesta expressão, encontrada em 1 Timóteo 1.10 e 2 Timóteo 4.3, o adjetivo é bygiainouse, que significa ser ‘saudável’ ou ‘são’. A ideia é que o ensino cristão não é somente proveitoso e útil, mas também promove a saúde espiritual. Paulo observa que o objetivo em interromper os falsos ensinos é o de ensinar uma sã doutrina que produzirá um amor que vem ‘de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida’ (1Tm 1.5).

O que Paulo tem em mente é o fato de que o cristão não está procurando estar em conformidade com as Escrituras, como um padrão exterior, mas procura uma transformação através de uma experiência com as ‘palavras da fé’ (1Tm 4.6). Assim, quando lemos as Escrituras, nós procuramos descobrir realidades que podemos sentir com a ajuda de Deus. Dessa forma, Paulo lembra Timóteo a ‘ser o exemplo dos fiéis’ (4.12) e a ‘ter cuidado de si mesmo e da doutrina’ (1Tm 4.16).

É neste contexto que Paulo, em 2 Timóteo 3.10-4.5 fornece instrução específica, mostrando-nos como ler as Escrituras para evitar os erros dos mitologistas, legalistas, e daqueles que rejeitam completamente os ensinos das Escrituras.

Paulo escreve muito claramente a Timóteo: ‘Tu, porém, tens seguido minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência’” (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.479,480).

 

SUBSÍDIO II

 

[...] Ensinar não é uma tarefa fácil. Ensinar exige:

• Pesquisa — De acordo com Paulo Freire, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. O professor deve ser um pesquisador. É por intermédio da pesquisa que o professor pode detectar e resolver os problemas em sala de aula.

O professor de Escola Dominical é, na verdade, um pesquisador. Sua fonte primária de pesquisa é a Bíblia, mas suas pesquisas devem ultrapassar as páginas do Livro Sagrado.

• Reflexão — O professor precisa adquirir o hábito da reflexão, a fim de que ensine os alunos a refletir sobre a fé e a prática cristã.

• Diálogo — O professor que não dialoga com os alunos em breve verá o esvaziamento de sua classe ou a apatia dos alunos. É preciso abrir espaço para que os alunos questionem, a fim de que encontrem as soluções.

• Reflexão crítica sobre a prática — É fácil avaliar os alunos e atribuir tão somente a eles a falta de atenção, a apatia e a evasão. Todavia, o professor precisa fazer constantemente uma autoanálise do seu trabalho.

• Pôr em prática o discurso — Quantos já não ouviram: “Faça o que digo e não o que eu faço”? Nossos alunos precisam pensar de acordo com a Palavra e agir de acordo com ela (Tg 1.22). Ensino e prática precisam ser coerentes.

• Querer bem o outro — Esta deve ser a nossa motivação: que o outro, o aluno, seja alcançado como um todo — corpo alma e espírito” (BUENO, Telma. Educação Cristã: Reflexões e Práticas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.21).