LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2017

 

Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno

Comentarista: Alexandre Coelho

 

 

Lição 10: A missão social da Igreja

Data: 5 de Março de 2017

 

 

TEXTO DO DIA

 

E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha(At 4.35).

 

SÍNTESE

 

Por meio de ações sociais, a igreja local pode estender o Reino de Deus socorrendo pessoas e demonstrando o amor de Deus na prática.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Dt 15.10,11

A responsabilidade social no AT

 

 

TERÇA — Gl 2.10

A responsabilidade social no NT

 

 

QUARTA — Sl 14.6

Deus é o refúgio dos pobres

 

 

QUINTA — At 4.34

A responsabilidade social na igreja primitiva

 

 

SEXTA — Tg 1.27

Ajudar os órfãos e as viúvas

 

 

SÁBADO — Tg 2.14-17

Fé e obras sociais

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • ANALISAR o cuidado de Deus para com os pobres;
  • MOSTRAR a Igreja Primitiva como exemplo de cuidado com os necessitados;
  • COMPREENDER que a fé sem as obras é morta.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, na lição deste domingo estudaremos a respeito da missão social da igreja. A Igreja de Cristo tem uma missão a cumprir junto aos pobres e necessitados e não podemos ser negligentes com tal incumbência. Nossa missão não é somente proclamar o Evangelho, mas revelar a nossa fé no Salvador mediante as boas obras. Sabemos que ninguém será salvo pelas boas obras, mas nossas ações em favor dos desvalidos agradam a Deus e evidenciam a nossa fé. Que jamais venhamos nos esquecer que “a fé sem obras é morta” (Tg 2.17). Como Igreja recebemos a missão de pregar o Evangelho (Mc 16.15) e socorrer os carentes e necessitados.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Inicie a aula fazendo a seguinte indagação aos alunos: “A Igreja de Cristo tem uma missão social a cumprir?”. Ouça as respostas e incentive a participação de todos. Diga que a Igreja tem uma missão evangelizadora, ensinadora e social a cumprir neste mundo. Em seguida, entregue a uma aluna uns 15 palitos de churrasco (amare os palitos com um barbante ou linha) e peça que ela quebre, ao mesmo tempo, todos os palitos ao meio. Com certeza ela terá dificuldade em quebrar todos os palitos juntos. Diga que para a igreja cumprir sua missão social na localidade onde ela está inserida todos precisam cooperar. É quase impossível uma pessoa sozinha dar conta de socorrer os aflitos e necessitados. Explique que é responsabilidade de todos os crentes, e não apenas do pastor, ajudar os necessitados e carentes. Desamarre os palitos. Entregue um para cada aluno e peça que o quebrem. Mostre o quanto foi fácil quando cada um quebrou um palitinho. Para concluir, peça aos alunos que citem algumas ações que eles podem fazer para ajudar os necessitados da igreja e da comunidade. À medida que forem falando vá relacionando no quadro. Incentive-os a colocarem tais ações em prática.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Atos 2.42-46; 4.32-35.

 

Atos 2

42 — E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43 — Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 — Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 — Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

46 — E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.

 

Atos 4

32 — E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

33 — E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.

34 — Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.

35 — E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Por missão social da Igreja entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço social, ajudando os necessitados.
A igreja, entre tantos desafios, tem o dever de pregar o Evangelho aos perdidos, e socorrer aqueles que precisam de ajuda, dentro, é claro, de suas possibilidades. Essa é a missão social da Igreja, a de agir em favor dos mais necessitados. Não podemos apenas apresentar o Evangelho aos carentes, mas igualmente colaborar socorrendo-os em suas necessidades.

 

I. O CUIDADO DE DEUS PARA COM OS POBRES

 

1. Orientações em relação aos mais necessitados. Os pobres sempre foram contemplados pelo olhar divino. Tiago comenta: “Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5). Isso nos mostra que Deus está atento ao clamor dos necessitados, e espera que nós o representemos diante dessas pessoas, não apenas com uma pregação eloquente, mas com atitudes compatíveis com a nossa fé.

2. A provisão de Deus. Houve ocasiões em que Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas. Elias foi sustentado milagrosamente por uma viúva pobre, em Sarepta. Eliseu foi procurado por uma viúva que perderia seus filhos para um credor, e Deus fez um milagre multiplicando o azeite que ela possuía em casa. Boaz, bisavô de Davi, era um homem de recursos em Israel, e orientou Rute a que apanhasse espigas no seu campo. Havia uma ordem de Deus, na lei, sobre o trato para com os pobres na terra prometida: “E, quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 23.22). Sendo respeitada, essa ordem equilibraria muitas mazelas sociais e redistribuiria recursos de tal forma que os mais carentes teriam suas necessidades supridas.

3. “Os pobres sempre tereis convosco”. A presença de pessoas que tem menos recursos que outras sempre foi constante em todas as culturas e em todos os tempos. Mesmo nos países mais desenvolvidos há diferenças nos estratos sociais.

Jesus reconheceu, em certa ocasião, que havia pobreza em seus dias. Ele estava em um jantar em Betânia, e Maria ungiu Jesus com nardo puro, um tipo de perfume bem caro naqueles dias. Naquela ocasião, Judas reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e os valores repassados para os pobres, mas não disse isso por ter cuidado com os pobres,“mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (Jo 12.6). A isso Jesus respondeu: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (Jo 12.8). Ele não disse isso desrespeitando os pobres, mas valorizando seus últimos momentos antes de ir para a cruz.

 

 

Pense!

 

Deus, em sua Palavra, nos mostra que socorreu pessoas por meio de outras pessoas, e deseja nos usar para fazer o mesmo.

 

 

Ponto Importante

 

Deus sempre está atento ao clamor dos nescessitados.

 

 

II. EXEMPLOS DA IGREJA PRIMITIVA

 

1. A igreja em Jerusalém. É um exemplo de como o Corpo de Cristo pode auxiliar seus membros. As pessoas necessitadas eram socorridas pela própria igreja, de tal forma que “não havia, pois, entre eles necessitado algum” (At 4.34). Em uma ocasião específica, houve questionamentos entre a partilha de auxílios entre as viúvas. As viúvas gregas reclamaram por serem preteridas em relação às viúvas de procedência judaica na distribuição de ajuda na igreja. Então, Deus orientou os apóstolos a que separassem homens confiáveis e cheios do Espírito Santo para que se dedicassem a esse ministério, surgindo daí os diáconos.

2. Socorrendo os domésticos da fé. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Essa orientação de Paulo precisa ser seguida sempre em nossas igrejas. Nossos irmãos, os domésticos da fé, devem ter a prioridade no atendimento em questões sociais na igreja. Evidentemente, a igreja local não deixará de auxiliar pessoas da comunidade e que não pertencem à igreja, e essa é uma forma de evangelismo e demonstração de boas obras. Mas jamais podemos esquecer-nos de nossos irmãos.

 

 

Pense!

 

A Igreja em Jerusalém foi o primeiro exemplo de como Deus se utiliza da generosidade dos servos de Deus para auxiliar outros servos de Deus.

 

 

Ponto Importante

 

Devemos socorrer a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.

 

 

III. A FÉ SEM AS OBRAS É MORTA

 

1. O chamado à prática da misericórdia. Uma das características das chamadas “Cartas Gerais” são a sua aplicabilidade. Os escritores judeus desta seção do Novo Testamento aparentemente produziam textos menores — se comparados aos textos paulinos — mas textos diretos e contundentes, como os de Tiago, que tratou a respeito do socorro aos necessitados. Para Tiago, e para Deus, “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17). Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.

2. Agindo de acordo com a nossa fé. Em uma época como a nossa, em que o país tenta sair de uma forte crise econômica, vemos nas igrejas pessoas que perderam seus empregos, e junto com eles, sua renda e possibilidade de manter suas famílias. Por isso, mais vivo se torna o nosso desafio de, em nome de Deus, representá-lo nessas horas de crise, e tornar seu nome conhecido por atos de misericórdia, que devem ser acompanhados pela pregação da Palavra.

3. Necessidades de nossos dias. Ações diferenciadas podem ser tomadas em nossas igrejas. Podemos promover cursos de alfabetização para pessoas que não sabem ler. Promover um dia de cidadania, com pequenos serviços gratuitos como medir pressão arterial, cortes de cabelo, atendimento médico e jurídico e atividades infantis, entre outros.

Outras atividades, como visitas a enfermos e a presos podem ser promovidas pela igreja. Estes grupos não foram esquecidos. Jesus disse certa vez que quando visitamos os enfermos e os encarcerados, estamos fazendo essas visitas como se estivéssemos visitando o próprio Senhor.

 

 

CONCLUSÃO

 

Deus nos dá a oportunidade de fazer a diferença na vida de pessoas necessitadas, e socorrê-las em seu nome. Por isso, devemos estar atentos e dispostos, para que a nossa pregação não seja apenas de palavras, mas de atitudes que espelhem o amor de Deus através de nossas mãos.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que é a missão social da igreja?

Por missão social da Igreja entendemos a ingerência do Corpo de Cristo nas causas relacionadas ao serviço social, ajudando os necessitados.

 

2. No Antigo Testamento Deus se utilizou de que método para socorrer os aflitos?

Houve ocasiões em que Deus se utilizou de milagres para socorrer as pessoas.

 

3. Sempre teremos necessitados na igreja e no mundo?

Sim. Certa vez, Ele declarou: “Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” (Jo 12.8).

 

4. O que significa socorrer os domésticos da fé?

Significa ajudar nossos irmãos, membros de nossas igrejas, em suas necessidades.

 

5. Por que a fé sem obras é morta?

Porque nossa fé precisa ser evidenciada mediante nossas obras. Se pudermos fazer algo por nossos irmãos e não o fazemos, nossa fé não tem vida, pois o amor que recebemos de Deus deve ser manifesto em obras, e isso inclui cuidar dos irmãos.

 

SUBSÍDIO I

 

“[...] A propriedade privada é um dom de Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade’ (Ef 4.28). Poucos temas nas Escrituras se evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos preocupemos com os menos afortunados. ‘Aprendei a fazer o bem’, Deus brada, ‘praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas’ (Is 1.17). Através do mesmo profeta, Deus anuncia que o verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio (Is 58.7). Jesus aprofunda nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mt 25.31-46). Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos da caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é melhor exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos proprietários deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para que assim os pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Lv 19.9-10; Dt 24.19-22). No Novo Testamento, Paulo censura severamente os que se recusam a trabalhar e urge que eles ‘trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão’ (2Ts 3.12)” (COLSON, Charles; PEACEY, Nancy. E Agora, Como Viveremos? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.455).

 

SUBSÍDIO II

 

“Evangelização e responsabilidade social

O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco com um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como ‘um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amarmos o nosso próximo como Deus o amou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por ‘pregarás o Evangelho’. Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos” (STOTT, John R. W. Cristianismo Equilibrado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, pp.60,61).