LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2019

 

Título: O Governo Divino em Mãos Humanas — Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel

Comentarista: Osiel Gomes

 

 

Lição 3: A chamada profética de Samuel

Data: 20 de outubro de 2019

 

 

VÍDEO DE APOIO

 

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.(1Sm 3.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A verdadeira chamada divina capacita o crente fiel a ser um porta-voz autêntico da Palavra de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Jr 23.28

Valorizando a mensagem profética da Palavra

 

 

Terça — Jr 23.26

O profeta de Deus não fala coisas do seu coração

 

 

Quarta — Hb 4.12

A importância de sermos porta-vozes da Palavra escrita

 

 

Quinta — 1Co 14.33

A verdadeira profecia não traz confusão

 

 

Sexta — Mt 11.29

Devemos aprender aos pés do Mestre Jesus

 

 

Sábado — Ef 4.11

Valorizando o ministério estabelecido por Deus na Igreja

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Samuel 3.1-10.

 

1 — E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta.

2 — E sucedeu, naquele dia, que, estando Eli deitado no seu lugar (e os seus olhos se começavam já a escurecer, que não podia ver)

3 — e estando também Samuel já deitado, antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do SENHOR, em que estava a arca de Deus,

4 — o SENHOR chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui.

5 — E correu a Eli e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou.

6 — E o SENHOR tornou a chamar outra vez a Samuel. Samuel se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te chamei eu, filho meu, torna a deitar-te.

7 — Porém Samuel ainda não conhecia o SENHOR, e ainda não lhe tinha sido manifestada a palavra do SENHOR.

8 — O SENHOR, pois, tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levantou, e foi a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então, entendeu Eli que o SENHOR chamava o jovem.

9 — Pelo que Eli disse a Samuel: Vai-te deitar, e há de ser que, se te chamar, dirás: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve. Então, Samuel foi e se deitou no seu lugar.

10 — Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.

 

HINOS SUGERIDOS

 

75, 122 e 127 da Harpa Cristã.

 

OBJETIVO GERAL

 

Conscientizar que Deus levanta profetas para a sua Igreja.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 

  • I. Definir o Profetismo em Israel;
  • II. Explicar o desenvolvimento do Ministério de Samuel;
  • III. Analisar o ministério profético na Atualidade.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

 

O Ministério Profético foi dado por Deus à Igreja. A lição de hoje diz respeito ao ministério profético de Samuel e o quanto ele foi separado para essa grande obra. Ao longo das Escrituras, Deus levantou homens e mulheres para que fossem portadores diretos da mensagem de Deus ao seu povo. Ao estudar esta lição, que o Espírito Santo nos desperte acerca da necessidade dos dons sobrenaturais para a sua igreja, e mais especificamente, o de profecia. Nosso Deus continua a falar ao seu povo por meio deste maravilhoso dom.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, veremos que o ministério profético do Antigo Testamento não se caracterizava pela adivinhação nem pela mera predição do futuro, mas tinha como principal objetivo levar a todos a ter um firme compromisso com Deus. Sua essência é anunciar a totalidade da mensagem divina. Por isso, Jeremias foi bem categórico: “O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade […] — diz o SENHOR” (Jr 23.28).

 

PONTO CENTRAL

 

Deus levanta verdadeiros profetas que falem sobrenaturalmente às pessoas.

 

I. DEFININDO O “PROFETA” EM ISRAEL

 

1. A menção de “profeta” no livro. A primeira menção feita a um “profeta” no livro está registrada em 1 Samuel 2.27-36. Aqui, vemos que o profeta era caracterizado como homem de Deus, título que lhe trazia grande responsabilidade. O profeta não é um adivinhador, mas o porta-voz de Deus. Ali, Samuel se dirigiu à casa de Eli, dizendo que este seria substituído por um sacerdote fiel — Zadoque. Esse acontecimento antecipava como seria o ministério de Samuel, o profeta do Senhor por excelência.

2. Definição de profeta. De modo geral, a palavra do hebraico para profeta é nabî. Etimologicamente, a definição é incerta, porém, diversos significados lhe são atribuídos, entre os quais, “chamado por Deus” e “orador”. Entretanto, a maioria dos estudiosos trata a palavra “profeta” com o sentido de porta-voz divino. Nesse aspecto, o profeta seria mensageiro de Deus, cuja missão era levar o povo a obedecer à vontade do Todo-Poderoso. Quem ouvisse esse porta-voz teria sucesso; pois o profeta comunica o que Deus lhe diz, fala o que o Senhor lhe falou. Esse é o fundamento do movimento profético do Antigo Testamento (Dt 18.18; 2Cr 20.20).

3. Samuel e os demais profetas. Com Samuel deu-se o início à prática de os profetas ungirem reis. Segundo o texto bíblico, o próprio Samuel comunicou as palavras de Deus a Saul, de que este seria rei.

Segundo os estudiosos, foi com Samuel que teve início o movimento profético formal em Israel. E com Elias, ele se desenvolveria ainda mais. A partir do ministério de Samuel, surgiram os profetas da corte — os que atuavam junto aos reis. Alguns desses profetas não apenas aconselhavam os soberanos, mas também eram seus escrivães. Por exemplo, Samuel, Natã e Gade fizeram alguns registros reais.

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Profeta é o que fala em nome do Senhor. Com Samuel deu-se o início da prática de os profetas ungirem o rei.

 

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

 

Para traçar um perfil mais exato do ministério de Samuel, considere a leitura deste texto: “Samuel, sendo ainda rapazinho, foi favorecido com uma revelação divina (1Sm 3.1-21). Tal revelação dizia respeito à derrubada da casa de Eli, e foi com relutância que Samuel comunicou a mensagem a Eli. Samuel foi crescendo em estatura na presença do povo, e todos compreenderam que ele fora encarregado com um ofício profético da parte do Senhor (1Sm 3.20). A trágica derrota de Israel e a perda da arca, usada como talismã contra os filisteus, quando os dois filhos de Eli figuraram entre os mortos, significou o fim da sucessão de Eli, e a rejeição do sacerdócio araônico. Embora não seja explicitamente afirmado, Samuel, a única pessoa então em vista, assumiu as rédeas até então nas mãos de Eli” (BENTHO, Esdras Costas; PLÁCIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2019, p.226). Assim, apresente o perfil do ministério profético de Samuel à classe.

 

 

II. O DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO DE SAMUEL

 

1. O crescimento profético de Samuel. Se os filhos do sacerdote Eli praticavam pecados abomináveis, o jovem Samuel crescia com integridade diante de Deus e do povo. Sempre houve em Ana, sua mãe, um cuidado especial para que seu filho estivesse envolvido com a obra de Deus. Ela orou por ele e o entregou aos cuidados de Eli. Este, observando a dedicação de Ana e seu comprometimento, orou por ela, rogando a Deus a bênção para a sua casa (1Sm 2.20,21). É maravilhoso dedicarmos a Deus o que temos de mais precioso, pois suas recompensas são certas.

2. A formação profética de Samuel. Samuel aprendeu com Eli. Ele foi formado pelo velho sacerdote, assim como Paulo aprendeu aos pés de Gamaliel (At 22.3) e Timóteo com Paulo (2Tm 3.10). Deus chamou Samuel quando ele tinha cerca de 12 anos (1Sm 3.1-4), ou seja, a mesma faixa-etária de Jesus quando foi levado a Jerusalém por seus pais (Lc 2.42). Assim, sob os cuidados de Eli, Samuel era forjado por Deus para o ministério profético.

Muitos hoje não querem mais aprender com os mais experientes, pois julgam-se importantes e desprezam o aprendizado aos “pés de alguém”. Paulo e Timóteo, por exemplo, orgulhavam-se de ter aprendido com seus mestres. Mas, além de disposição para aprender, precisamos de disposição para ouvir a voz de Deus. Isso só é possível por meio de uma vida de oração e busca fervorosa pelo Senhor (Is 55.6). Deus quer falar conosco!

3. A disciplina de Samuel. Ainda jovem, Samuel já se mostrava disciplinado. Ao ouvir uma voz que o chamava pelo nome, pensando que fosse a de Eli, por três vezes dirigiu-se a ele com todo respeito e temor (1Sm 3.4,5). Essa postura apontava que ele era o homem certo para ouvir a Palavra do Senhor. Por não ter uma experiência pessoal com Deus, ainda não sabia como responder ao chamado divino; por isso, Eli o orientou. Desde então Samuel passou a receber visões de Deus e orientações sobre sua Palavra.

Se os nossos filhos servirem a Deus com a disposição de Samuel, educados pela sua família na presença do Pai, eles influenciarão de maneira impactante a sua geração (cf. Mt 5.13-16).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Samuel cresceu, desenvolveu-se e aprendeu, do ponto de vista do ministério profético, com Eli.

 

 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

 

“Samuel era um líder nacional que exercia os ofícios de sacerdote e profeta. Ele aparece diversas vezes nos relatos do primeiro livro de Samuel, oferecendo sacrifícios pelo povo na consagração dos reis Saul e Davi e pelo exército de Israel (1Sm 7.9; 9.12,13; 10.8; 13.8,9; 16.3,13). É reconhecido naquela geração como homem honrado ‘e tudo quanto diz sucede assim infalivelmente’ (1Sm 9.6); ‘e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra’ (1Sm 3.19). É todo-importante que o homem de Deus tenha tal conceito diante do povo da cidade. É dever de todo cristão se comportar com decência e honestidade, pois o mundo observa a nossa vida, mas quem ocupa cargo de relevância precisa ter uma vida ilibada, deve ser um referencial para o povo, note que a boa fama de Samuel era conhecida por todos” (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. RJ: CPAD, 2010, p.24).

 

 

III. O MINISTÉRIO PROFÉTICO NA ATUALIDADE

 

1. O dom da profecia. O dom de profecia, disponível a todos os crentes, manifesta-se de forma sobrenatural e momentânea; encoraja, exorta e consola a Igreja; edifica de forma coletiva e individual o povo de Deus (1Co 12.7-11; 1Tm 4.14).

O dom de profecia é uma dádiva de Deus à sua Igreja. É maravilhoso saber que o Pai ainda fala diretamente com o seu povo.

2. O ministério de profeta no Novo Testamento. O emprego do termo “profeta”, no Novo Testamento, refere-se a determinados indivíduos chamados por Deus, a fim de entregar revelações específicas à Igreja; suas mensagens eram proclamadas com autoridade sobrenatural e reconhecidamente divina. Veja-se, por exemplo, o caso de Ágabo (At 11.28; 21.10).

Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas eram impulsionados extraordinariamente pelo Espírito Santo, para o exercício desse ministério. Não podemos confundir o ministério profético com o dom de profecia.

3. Onde estão os profetas? Hoje, o Senhor continua a falar à sua Igreja por meio do ministério profético. Ainda temos homens que, à semelhança de Ágabo, transmitem enunciados proféticos de maneira sobrenatural e extraordinária.

Todavia, eles não possuem autoridade canônica da Bíblia Sagrada — a única regra infalível de fé e prática reconhecida pela Igreja de Cristo. Toda locução profética é passível de julgamento à luz da Bíblia Sagrada (1Co 14.29).

A profecia é uma necessidade premente nos dias de hoje (1Co 14.5).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

O Senhor continua a falar à sua Igreja tanto por meio do dom de profecia quanto pelo ministério profético.

 

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 

“Alguns profetas também eram usados para predizer o futuro, como Ágabo em duas ocasiões (Atos 11.28; 21.11). Ele saiu de sua casa na Judeia para levar as mensagens de Deus. Em consequência da primeira, foi levantada uma oferta para ajudar a igreja em Jerusalém durante uma fome prevista e acontecida. Na segunda, a igreja foi avisada a respeito da prisão do apóstolo Paulo. Em nenhuma delas estava envolvida alguma nova doutrina. Nem foram dadas instruções quanto ao que a igreja devia fazer. Isto era assunto dos membros, mediante o Espírito Santo. Nunca houve algo semelhante à adivinhação, no ministério desses profetas.

Os que são usados regularmente pelo Espírito no exercício do dom de profecia na congregação, também são chamados profetas (1 Coríntios 14.29,32,37). A Bíblia adverte contra os falsos profetas que alegam ser usados pelo Espírito Santo, mas devem ser submetidos à prova (1 João 4.1)” (HORTON, Stanley. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 2012, pp.290,291).

 

 

CONCLUSÃO

 

Onde estão os crentes usados por Deus para falar extraordinariamente ao seu povo? Nestes últimos dias, precisamos de obreiros fiéis que busquem os dons do Espírito. Entretanto, estejamos vigilantes. Como já dissemos, todo enunciado profético tem de passar, necessariamente, pelo crivo da Bíblia Sagrada.

 

PARA REFLETIR

 

A respeito de “A Chamada Profética de Samuel”, responda:

 

• Onde está registrada a primeira menção de “profeta” nos livros de Samuel?

A primeira menção que é feita sobre “profeta” no livro está registrada em 1 Samuel 2.27-36.

 

• Segundo a lição, o que o profeta seria?

O profeta seria o porta-voz de Deus para que o povo obedecesse à vontade do Todo-Poderoso.

 

• Como Samuel se dirigiu a Eli após ouvir uma voz?

Ao ouvir uma voz que o chamava pelo nome, pensando que fosse a de Eli, por três vezes se dirigiu a ele com todo respeito e temor (1Sm 3.4,5).

 

• Como o dom de profecia se manifesta?

O dom de profecia se manifesta de forma sobrenatural e momentaneamente.

 

• Segundo Atos 13.1 e 15.2, a que os profetas eram impulsionados?

Segundo Atos 13.1 e 15.32, os profetas eram impulsionados pela inspiração profética a entregar a mensagem de Deus.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

A CHAMADA PROFÉTICA DE SAMUEL

 

A essência do ministério profético nas Escrituras não é a de adivinhar coisas ou prever o futuro, mas a de anunciar poderosamente a mensagem divina para o povo. Essa transmissão se dava de maneira sobrenatural e carismática. O profeta recebia diretamente de Deus e transmitia ao povo. Nesse contexto, aparece o ministério de Samuel que, consequentemente, inaugura a prática de os profetas ungirem os reis de Israel.

 

Resumo da lição

Os nossos objetivos com esta lição é definir o profetismo em Israel, explicar o desenvolvimento do ministério de Samuel e analisar o ministério profético na atualidade. O propósito maior na lição, ao abordar esses conteúdos temáticos, é mostrar que Deus continua a levantar pessoas para falar profeticamente ao seu povo. Assim, o primeiro tópico mostra que o profeta fala em nome do Senhor e que, com Samuel, inaugura a prática de os profetas ungirem reis. Ali, fica muito claro que o profeta é um “porta-voz divino”.

O segundo tópico revela o desenvolvimento do ministério de Samuel. Ele foi cuidado, gestado e chamado pelo Senhor. Samuel aprendeu muito com Eli. Ele tinha uma vida disciplina para fazer a vontade de Deus. O terceiro tópico aborda o ministério profético na atualidade. Deus ainda fala por meio de profetas? A lição deixa claro que sim, pois Deus continua a entregar sobrenaturalmente mensagens específicas para algumas pessoas.

 

Um ponto relevante

É possível que, no exercício da pregação da Palavra, um pregador manifeste poderosamente a profecia. O saudoso teólogo norte-americano, Stanley Horton, a respeito disso, escreve assim: “O pregador precisa mesmo preparar-se, mas ainda poderá haver ocasiões em que o Espírito Santo lhe dará alguma coisa a mais do que aquilo que tem nas suas anotações. Se a experiência dos profetas do Antigo Testamento serve como orientação, vemos que Deus frequentemente lidava com eles, enquanto estavam a sós com Ele, e depois os enviava para profetizar, para falar em nome dele. Através da profecia, o Espírito Santo toca nos pontos sensíveis, revela o que está oculto, e produz a convicção e a adoração, bem como o encorajamento e o estímulo à ação” (HORTON, Stanley. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 2012, p.300).