LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

2º Trimestre de 2019

 

Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida

Comentarista: Natalino das Neves

 

 

Lição 5: Dízimos e ofertas como disciplina para uma vida bem-sucedida

Data: 05 de Maio de 2019

 

 

TEXTO DO DIA

 

Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre(2Co 9.9).

 

SÍNTESE

 

Os textos bíblicos que tratam a respeito de dízimos e ofertas estão relacionados com justiça, misericórdia e fé.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Hb 7.4,5

Abraão entregou o seu dízimo a Melquisedeque

 

 

TERÇA — Lv 27.30

O dízimo do campo

 

 

QUARTA — Nm 19.26

O dízimo dos dízimos

 

 

QUINTA — 2Co 9.7

Deus ama ao que contribui com alegria

 

 

SEXTA — Mt 23.23

O dízimo, o juízo, a misericórdia e a fé

 

 

SÁBADO — Mc 12.41-44

A oferta da viúva pobre

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDER o significado de Abrão ter entregado o dízimo a Melquisedeque;
  • CONSCIENTIZAR de que aqueles que são fiéis em seus dízimos tem uma vida equilibrada e abençoada

 

INTERAÇÃO

 

Professor(a), na lição de hoje vamos tratar de um tema que para alguns é polêmico: dízimos e ofertas. Ainda existem muitos crentes fiéis que têm dúvidas em relação à entrega dos dízimos e ofertas. Muitos, erroneamente, não contribuem em suas igrejas porque estão descontentes com a forma como seus líderes empregam as finanças e outros por falta de controle financeiro. A lição deste domingo é apropriada para sanar as dúvidas em relação aos dízimos e mostrar aos alunos a importância do planejamento financeiro. Nossas despesas não podem ser maiores do que os nossos ganhos mensais. Muitas pessoas estão reféns da cultura consumista, por isso nunca podem contribuir financeiramente com o Reino de Deus. O dízimo é uma ordenança bíblica e com ele aprendemos a ter uma vida financeira disciplinada, e a termos uma relação correta com o dinheiro.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), para a aula de hoje sugerimos o método de perguntas e respostas. Se possível, reserve pelo menos uns quinze minutos no final da aula para que os alunos respondam algumas questões. Como sugestão, você poderá utilizar as seguintes perguntas: — Em sua opinião, qual o motivo de algumas pessoas não concordarem com a entrega dos dízimos e ofertas? — Será que Deus se “preocupa” com a nossa situação financeira? — O que você pensa a respeito dos dízimos e das ofertas? — Você deseja ser dizimista fiel?

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 14.18-24; 2 Coríntios 9.9,10.

 

Gênesis 14

18 — E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.

19 — E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;

20 — e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.

21 — E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti.

22 — Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,

23 — e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;

24 — salvo tão somente o que os jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.

 

2 Coríntios 9

9 — conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.

10 — Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça;

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Para tratar a respeito do tema desta lição, dízimos e ofertas como disciplinas para lidar com o dinheiro, vamos analisar uma narrativa bem conhecida do livro de Gênesis. Veremos a respeito da entrega do dízimo de Abraão a Melquisedeque, rei de Salém, após a vitória surpreendente sobre quatro grandes reis orientais. Também vamos tratar a respeito da entrega do dízimo no Novo Testamento. Vamos refletir a respeito de um texto bastante usado para falar sobre o assunto, 2 Coríntios 9.9,10. Veremos também dois textos que mostram como Jesus lidou com as ofertas e os dízimos.

Desejamos que o estudo desses textos nos auxiliem a ter uma visão equilibrada a respeito de nossas contribuições e da nossa vida financeira.

 

I. ABRÃO ENTREGOU O DÍZIMO A MELQUISEDEQUE PORQUE ERA DESPRENDIDO DE BENS MATERIAIS

 

1. O motivo da gratidão de Abrão (Gn 14.1-17). O capítulo 14 de Gênesis inicia com o relato da guerra entre reis do oriente e reis cananeus. Quatro reis das maiores potências orientais da época (Anrafel, rei de Sinar; Arioque, rei de Elasar; Quedorlaomer, rei de Elão e Tibal, rei de Goim) derrotaram os cinco reis das cidades cananeias (Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar). Os vencedores levaram consigo os prisioneiros, entre eles o sobrinho de Abrão (Ló) e sua família, além dos despojos da guerra, como era o costume. O texto demonstra que Abrão, ao saber do ocorrido e que seu sobrinho Ló e sua família também estavam entre os prisioneiros, convidou seus confederados Aner, Escol e Manre e armou seus criados formando uma pequena tropa de 318 homens (Gn 14.12-14). O grupo foi atrás dos reis do Oriente que haviam vencido os cinco reis cananeus e libertou os prisioneiros, recuperando os bens materiais e os alimentos (despojos). Esta é a única menção de Abrão participando de uma guerra. Ao retornar, ele consagrou a décima parte (dízimo) ao rei-sacerdote de Salém. O texto afirma: “E deu-lhe o dízimo de tudo”. O que era o tudo? Era a totalidade dos despojos resgatados por Abrão e seu grupo. A prática comum da época era o dízimo da colheita, entregue pelos camponeses. Este é o único caso bíblico em que é citado o dízimo do despojo de uma guerra. O interessante que é a primeira coisa que Abrão faz após a vitória, uma forma de gratidão a Deus.

2. Melquisedeque, o sacerdote do Deus altíssimo, recebe o dízimo de Abraão (Gn 14.18-20). Melquisedeque, rei de Salém, é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo. Salém era o reino onde posteriormente seria edificada a cidade santa de Jerusalém (Sl 76.2). No encontro com Abrão, Melquisedeque ofereceu pão e vinho, um gesto que indicava oferta de paz e de bênção em nome do Deus Altíssimo. O fato de Abrão entregar o dízimo a Melquisedeque, pela cultura da época, torna-o maior que Abrão, por isso o autor considera seu ministério superior ao dos filhos de Levi, uma vez que eram descendentes de Abrão. O nome de Melquisedeque é relacionado, mais tarde, com a figura do Messias Rei e Sacerdote (Sl 110.4; Hb 7). Abrão se une a Melquisedeque por meio do dízimo e fica evidente a aliança e a boa convivência entre Abrão e os cananeus, um defendendo o outro. No episódio da entrega do dízimo de Abrão a Melquisedeque, vemos uma legitimação da prática do dizimo.

3. Abrão entregou o dízimo a Melquisedeque e não lhe fez falta (Gn 14.21-24). Após cumprir suas obrigações religiosas, Abraão vai até o rei de Sodoma. Este oferece a Abrão os bens recuperados como gratidão pela libertação, mas ele recusa veementemente (vv.21-23), diferente do bom grado com que recebeu os presentes e a bênção do rei-sacerdote Melquisedeque. O comportamento de Abrão foi atípico de situações semelhantes em que era concedido ao vencedor da guerra o direito sobre o despojo. No entanto, Abrão demonstra sua característica pacífica e o desprendimento de bens materiais como já havia demonstrado no episódio da separação de Ló e seu grupo (Gn 13). Ele não quis dar motivo para que o rei de Sodoma falasse a seu respeito e preferiu selar um juramento em agradecimento a Deus. A atitude de Abrão se dá pelo seu desapego aos bens materiais, como comprovado na entrega do dízimo. Ele não teve a intenção de enriquecer com o evento ocorrido e essa é uma atitude geralmente típica de quem entrega seus dízimos, não sendo avarento e tendo suas contas controladas. O fato de Abrão rejeitar os valores do despojo não fez falta em sua vida financeira, pelo contrário, ele prosperou mesmo assim. A entrega do dízimo nos ajuda a desenvolver uma forma correta de lidar com os bens materiais. Muitas pessoas não entregam seus dízimos e suas ofertas por falta de controle financeiro.

 

 

Pense!

 

Jovem, você tem um controle correto das suas finanças? Como você lida com a questão do dízimo?

 

 

Ponto Importante

 

A narrativa de Gênesis 14 mostra como Abrão era desprendido de bens materiais, por isso teve uma vida equilibrada e próspera.

 

 

II. OS CONTRIBUINTES FIÉIS TÊM UMA VIDA EQUILIBRADA E GARANTIA DE BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS

 

1. Paulo incentiva a prática de contribuições para os menos favorecidos. O apóstolo Paulo dedica dois capítulos de sua Segunda Epístola aos Coríntios, 8 e 9, para orientar a respeito da contribuição aos irmãos pobres de Jerusalém. Para incentivar os coríntios, Paulo utiliza o exemplo das igrejas da Macedônia, uma região pobre, mas rica em generosidade e bens espirituais. O apóstolo Paulo incentivava uma contribuição consciente, pois elas tinham como fim a igualdade, e não a sobrecarga. O texto demonstra que o processo requer uma disciplina, exige uma atitude de amor e equilíbrio, consequência da obediência à Palavra de Deus. Com essa contextualização em mente, é possível compreender melhor 2 Coríntios 9.6, texto muito utilizado para o momento das ofertas e dos dízimos. Paulo utiliza a figura da semente para incentivar os coríntios a semearem ricamente, pois não padeceriam necessidades e a semeadura produziria bons frutos. O texto de 2 Coríntios 9.9,10 deixa claro qual é o resultado esperado: “[…] também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça”. As pessoas compromissadas em ajudar os mais pobres em suas necessidades não vivem em função do acúmulo de bens materiais, com objetivos egoístas.

2. Jesus ratifica a entrega do dízimo, mas critica sua prática sem justiça, misericórdia e fé (Mt 23.23). O texto de Mateus 23.23 faz parte de um contexto de conflito entre Jesus, os escribas e os fariseus. Jesus critica algumas práticas hipócritas e contraditórias desses líderes religiosos. Eles tinham uma visão equivocada a respeito da vontade de Deus em relação ao dízimo e às ofertas. Por isso, Jesus os adverte dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezai o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. A recomendação do judaísmo era pagar o dízimo de rebanhos, vinho, grãos e óleo para sustento dos levitas, manutenção do templo e ajuda aos pobres (Lv 27.30-33; Dt 14.22-29; Ml 3.8-12). Jesus até reconheceu o acréscimo, dízimo das ervas, mas reprova a motivação deles. Ele os acusa de desprezar o que é mais importante na lei: a justiça e o juízo. No Dia do Senhor, haverá juízo para aqueles que negligenciaram os pobres e a justiça (Mt 5.20). Jesus não coloca as regras acima das pessoas, Ele resume toda a tradição judaica em amar a Deus e ao próximo (Mt 7.12; 22.37-39). Os líderes são criticados não por pagar o dízimo, mas por se justificarem por isso, e negligenciarem a justiça, a misericórdia e a fé, que são causas maiores.

3. O dízimo e a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14). Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões legalistas como jejuns, orações, esmolas, dízimo, entre outras práticas que excediam até as próprias leis cerimoniais mosaicas. Jesus apresenta, por meio da parábola, algo que chocou seus ouvintes: colocar um dos cobradores de impostos, considerado traidor pelos judeus, como justificado diante de Deus, enquanto um fariseu zeloso pela sua religião é reprovado. A lição de Jesus é clara: o publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições de pagá-la, e a única coisa que poderia fazer era rogar pela misericórdia de Deus. Não recorreu a obras que havia realizado, nem ofereceu fazer nada, simplesmente rogou que Deus fizesse por ele o que ele próprio não podia fazer, somente baseado na fé e misericórdia divina. Por outro lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados, dízimos e outras obras consideradas justas o tornariam aceito por Deus. Uma cobrança de retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois, somente o publicano foi justificado. Às vezes, como o fariseu, o cristão ignora o aprendizado com os julgamentos de Jesus e corre o risco de, no final, ser reprovado. Em suma, o dízimo deve ser apresentado a Deus pela fé. É um reconhecimento à bondade divina.

 

 

Pense!

 

Jovem, você tem disposição para contribuir com a obra de Deus em sua igreja?

 

 

Ponto Importante

 

Deus abençoa aqueles que contribuem com alegria.

 

 

CONCLUSÃO

 

Na lição de hoje nós aprendemos que Abraão é um exemplo do Antigo Testamento de desprendimento dos bens materiais e gratidão a Deus. Aprendemos também que as contribuições e os dízimos não podem ser usados para barganhar com Deus. Jesus ratificou a entrega do dízimo, mas rechaçou veementemente essa prática com a finalidade de promoção pessoal ou meio de justificação pessoal.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2003.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Qual foi a primeira ação de Abrão após retornar vitorioso da guerra com os quatros reis orientais?

A primeira coisa que Abrão fez foi entregar o dízimo de todo o despojo.

 

2. Gênesis 14.20 afirma que Abrão deu o dízimo de tudo. O que era esse “tudo”?

O “tudo” mencionado era a totalidade dos despojos resgatados por Abrão e seu grupo.

 

3. Como Melquisedeque é identificado em Gênesis 14?

Melquisedeque é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo e também como rei de Salém, reino onde posteriormente seria edificada a cidade santa de Jerusalém (Sl 76.2).

 

4. Qual o exemplo que Paulo utilizou para incentivar os coríntios a contribuírem com a igreja de Jerusalém, que passava por uma fase de necessidades?

Para incentivar os coríntios Paulo utiliza o exemplo das igrejas macedônias, uma região mais pobre, mas rica em generosidade e bens espirituais.

 

5. Qual a posição de Jesus em relação ao dízimo?

Jesus ratificou a entrega do dízimo (Mt 23.23).

 

SUBSÍDIO

 

“O dízimo foi uma oferenda de gratidão a Deus, mostrando-se generoso com Seu sacerdote ou representante. Veja como o trecho de Hebreus 7.4-11 usa esse e outros elementos em seu argumento em prol da superioridade do sacerdócio de Cristo. O dízimo foi dos despojos tomados ao adversário, visto que os bens voltaram aos seus proprietários. É possível, porém, que Abraão se tenha sentido justificado ao dar o dízimo de tudo. Neste ponto, achamos a primeira menção bíblico ao dízimo. É totalmente possível, contudo, que esse já fosse um costume fixo de sustento dos sacerdotes. Seja como for, o princípio veio a tornar-se parte integral do judaísmo. […] Sem dúvida, o dízimo era um princípio observado por vários povos, e não somente pelos hebreus. […] Abraão não se interessou pelo dinheiro. Disse ele ao rei de Sodoma: ‘Fica com teu dinheiro!’. O rei não relutou, e ficou com o dinheiro. Abraão estava interessado em salvar pessoas que lhe eram queridas. Tendo feito isso, seu interesse pelo caso tinha terminado. Não era assim que um general costumava agir, mas era a atitude espiritual certa. Alguns comentam: ‘Abraão já era rico, pelo que não precisava de coisa nenhuma’. Isso é uma verdade, mas usualmente os ricos jamais param de cobiçar mais. Abraão mostrou ser diferente” (CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1ª Ediçãod. SP/RJ: Hagnos/CPAD, 2001, p.115).