LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2019

 

Título: Poder, Cura e Salvação — O Espírito Santo agindo na Igreja em Atos

Comentarista: Henrique Pesch

 

 

Lição 10: Pedro é livre da prisão

Data: 8 de Dezembro de 2019

 

 

TEXTO DO DIA

 

E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias(At 12.7).

 

SÍNTESE

 

Quando a Igreja persevera em um propósito de oração os céus se movem e os milagres acontecem.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Ne 4.6,7

Sempre haverá oposição contra a obra de Deus

 

 

TERÇA — At 2.14-36

O discurso de Pedro, o porta-voz dos apóstolos

 

 

QUARTA — 2Co 1.11

Devemos sempre orar pelos nossos irmãos

 

 

QUINTA — Sl 34.7

O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem

 

 

SEXTA — Cl 4.2

Devemos ser perseverantes na oração

 

 

SÁBADO — 2Sm 22.2

O Senhor é o nosso libertador

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • ANALISAR o contexto da prisão de Pedro e a intercessão feita pelos irmãos;
  • NARRAR os fatos e lições da libertação miraculosa de Pedro;
  • REAFIRMAR o fato de que Deus ouve a oração de seus filhos.

 

INTERAÇÃO

 

O relato da prisão e da libertação do apóstolo Pedro é marcado por ação e suspense. Um anjo veio libertar Pedro, as correntes caíram e ele saiu pela porta da frente sem que nenhum soldado percebesse nada. E quando chegou na casa onde os irmãos estavam orando por ele, os crentes não acreditaram que era Pedro. A história é real e narra o milagre que Deus realizou na vida desse discípulo. O Senhor não abandona seus filhos diante das tribulações e barreiras. Aprendemos com este milagre que quando a Igreja se une em oração por um propósito, os céus se movem e milagres acontecem.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

A resposta de Deus as orações da igreja, tema tratado na lição, precisa ser debatido com os alunos. Então, faça as seguintes perguntas: “Se cremos que Deus ouve e responde as nossas orações, por que temos dificuldades para orar?”; “Quais os fatores que nos fazem não perseverar em oração?”; “Como Deus responde nossas orações?”. Essas questões podem ajudar para uma melhor reflexão a respeito do tema que terá papel preponderante na lição deste domingo.

Por mais que não pareça necessário, resgatar alguns dos princípios sobre a oração é importante, ainda mais neste mundo cada vez mais virtual, cujas redes sociais nos tomam tanto tempo. Que nessa aula sejamos encorajados a orar mais e crer que Deus responde as nossas orações.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Atos 12.1-12.

 

1 — Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para os maltratar;

2 — e matou à espada Tiago, irmão de João.

3 — E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos asmos.

4 — E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.

5 — Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.

6 — E, quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.

7 — E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias.

8 — E disse-lhe o anjo: Cinge-te e ata as tuas sandálias. E ele o fez assim. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa e segue-me.

9 — E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão.

10 — E, quando passaram a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.

11 — E Pedro, tornando a si, disse: Agora, sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava.

12 — E, considerando ele nisso, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Estamos estudando a respeito dos sinais e milagres realizados pelo Senhor e que contribuíram para o seu crescimento da Igreja. Embora experimentando milagres e um expressivo crescimento, os crentes do primeiro século enfrentaram muita perseguição. Na lição deste domingo estudaremos o capítulo doze de Atos. Veremos que Herodes estendeu a sua mão para perseguir e maltratar os crentes. Ele matou a espada a Tiago, irmão de João, e prendeu a Pedro.

 

I. A PRISÃO DE PEDRO

 

1. Herodes Agripa I. Há muitos Herodes na Bíblia e pode ser um pouco difícil situá-los. Esse Herodes, em particular, era Herodes Agripa I. Ele era neto de Herodes, o Grande, que era o Herodes na época do nascimento de Jesus. Herodes, o Grande, tinha dez esposas. Uma de suas esposas, Mariana, descendente dos asmoneus, família nobre judaica, teve um filho, Aristóbulo, que foi assassinado por Herodes, o Grande, assim como Mariana. Ele sentiu que eles estavam conspirando contra ele e então assassinou os dois. Herodes Agripa I havia apoiado Caio Calígula quando este se tornou imperador. Ele era altamente respeitado pelos judeus e começou a perseguir a Igreja apenas para agradá-los.

2. Pedro, o prisioneiro. Pedro era o principal líder da chamada “seita dos nazarenos”. Segundo os perseguidores dos crentes, a tal “seita” estavam começando a incomodar não só os judeus, mas agora os romanos também. Então, Herodes mandou prender a Pedro, o líder dos apóstolos, e pretendia apresentá-lo ao povo depois da Páscoa (v.4). A Páscoa era o evento mais importante para os judeus, e Pedro, sendo apresentado ao povo, iria se tornar a atração principal. Para Herodes, Pedro não era um prisioneiro comum, tanto que o entregou a quatro grupos de soldados, com quatro soldados em cada grupo para guardá-lo. A porta de sua cela era vigiada por outros dois soldados. Talvez Herodes temesse uma resistência armada, uma tentativa de seu grupo de libertá-lo. Pedro havia se tornado um homem perigoso, pois pregava Cristo, declarava que Ele era soberano e que estava acima de todos, sendo o único caminho para Deus Pai. Contudo, a Igreja continuava a rogar a Deus com fervor por ele.

3. A “arma” da Igreja. O versículo cinco diz que Pedro era guardado na prisão, “mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus”. A Igreja começou com oração (At 1.14) e agora enfrentava a perseguições com oração. A situação era bem grave, um momento de muita oposição, pois Tiago fora morto. Porém a Igreja continuava a rogar a Deus, pois os crentes tinham a convicção de que “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Os crentes oraram de modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro e não demorou para que as orações fossem atendidas (vv.6-10). A oração é uma das armas mais poderosa que a Igreja possui.

 

 

Pense!

Você tem procurado orar em favor da Igreja Perseguida?

 

 

Ponto Importante

A oração move o céu e traz vitória e livramento para a Igreja do Senhor.

 

 

II. PEDRO É LIVRE DA PRISÃO

 

1. As cadeias caem. Para maior segurança Pedro estava acorrentado. Mas sabemos que para Deus nada é impossível (Mt 19.26). Enquanto a Igreja orava em favor do apóstolo, o Senhor enviou um anjo à prisão (v.7). A cela foi iluminada, e o anjo tocou em Pedro e o despertou dizendo: “Levanta-te depressa!” (v.7). O texto diz que imediatamente as correntes caíram das mãos de Pedro. Não há cadeias que Deus não possa abrir, nem lugares fechados e escuros que Ele não possa visitar. Deus tem poder para quebrar as cadeias que aprisionam sua vida, seja um relacionamento nocivo, uma decepção do passado ou a falta de autoestima. O Senhor tem poder!

2. “Lança as costas a tua capa”. Quando o anjo do Senhor desperta Pedro e as cadeias caem, ele diz para o apóstolo cingir-se, atar suas sandálias e colocar sua capa (v.8). O aprisionamento de Pedro poderia significar o fim de seu ministério, porém o Senhor tinha ainda algo a fazer por meio da vida dele. A obra na vida de Pedro não tinha terminado. A ordem era para Pedro cingir-se. Paulo, escrevendo aos Efésios afirma que precisamos nos revestir de toda armadura de Deus, para podermos resistir às astutas ciladas do Diabo (Ef 6.11).

3. O Senhor abre portas e nos guia. Depois de ter colocado o cinto, as sandálias e a capa, o anjo do Senhor diz para Pedro segui-lo. E eles foram passando pela primeira e segunda guarda até que chegaram à porta de ferro. O milagre já estava ocorrendo, pois passaram pelos guardas e agora a porta se abriu sozinha. O anjo guiou Pedro até uma determinada rua e se separou dele. Esse relato nos mostra que é Deus quem nos livra do mal e abre as portas para nós (1Co 16.9). É Ele quem guia os passos de seus filhos para o propósito que designou. A Palavra de Deus diz: “O coração do homem considera o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos” (Pv 16.9). Deus tem um propósito para cada um de nós e, se estivermos no centro de sua vontade, Ele vai abrir as portas necessárias e nos guiar para que vivamos os seus planos, mesmo tendo de enfrentar oposição dos adversários.

 

 

Pense!

Você já vivenciou momentos difíceis em que achou que os planos do Senhor para sua vida se acabariam?

 

 

Ponto Importante

O livramento de Pedro nos mostra que os planos de Deus em relação a nós jamais serão frustrados.

 

 

III. DEUS RESPONDE

 

1. Acreditar na resposta (vv.9-12). O anjo conduziu Pedro até o lado de fora da prisão, mas ele não havia se dado conta de que era algo real, pois pensava ser alguma visão. Tornando a si, ou seja, reconhecendo o que realmente havia acontecido, Pedro vai até a casa de Maria, pois os irmãos estavam reunidos ali orando por sua libertação. Chegando à casa, Pedro bate à porta e uma menina, chamada Rode, vai atender. Ouvindo e reconhecendo a voz de Pedro, a menina ficou tão entusiasmada que não abriu a porta, mas foi correndo anunciar aos irmãos que Pedro estava à porta. Contudo, ninguém acreditou na menina, e disseram que ela estava fora de si. Porém, insistindo, a menina diziam que era o anjo de Pedro. Eles estavam orando para Deus intervir em favor do seu servo, mas não acreditaram na resposta de suas orações. Eles nem estavam crendo que a resposta viria, mas Deus já tinha respondido ao clamor. Sim, Deus pode responder nossas orações mesmo quando nossa fé é fraca e nossas dúvidas são fortes (Jr 33.3).

2. Continue batendo. Uma lição importante que aprendemos com esse texto é o da persistência. O apóstolo Pedro não parou de bater e chamar enquanto a menina Rode não lhe abriu a porta. Não desanime, continue batendo, tentando e insistindo mesmo diante das barreiras e dificuldades ao longo do caminho. Jesus disse: “Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre” (Mt 7.8). Precisamos ter fé para continuar diligentemente em direção àquilo que almejamos. Pedro e os irmãos que estavam reunidos na casa de Maria, viram o poder de Deus e aprenderam que Ele responde as nossas.

3. O toque divino. A libertação de Pedro começou com um toque do anjo. Ele estava dormindo, quem sabe desanimado quanto ao seu futuro. Mas Deus envia um anjo para tocá-lo. O toque do Senhor pode mudar as circunstâncias. Daniel foi tocado pela mão de Deus e recebeu consolo em um momento de aflição (Dn 10.10). O toque de Deus é poderoso para transformar, abrir portas e restaurar ministérios.

 

 

Pense!

Como Pedro, você já foi surpreendido por Deus?

 

 

Ponto Importante

Deus é “poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20).

 

 

CONCLUSÃO

 

Como livramento miraculoso de Pedro do cárcere nos mostra que Deus tem poder para nos libertar de todo e qualquer tipo de prisão. Os planos do Senhor não tinham se encerrado na vida daquele apóstolo, por isso Ele enviou o anjo para libertá-lo. Aquilo que parecia impossível aos olhos humanos, foi realizado pelo Senhor mediante as orações da Igreja. Não há situação adversa que não possa ser resolvida mediante a oração.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Quem Herodes matou a espada?

Ele matou Tiago, irmão de João.

 

2. Quantos soldados faziam a guarda de Pedro?

Quatro grupos de soldados, com quatro soldados em cada grupo.

 

3. O que a Igreja fazia em favor de Pedro enquanto ele estava preso?

A Igreja fazia continua oração em favor de Pedro.

 

4. Se os irmãos estavam orando pela libertação de Pedro, por que duvidaram quando Rode disse que Pedro estava batendo à porta da casa?

Muitos judeus acreditavam que Deus incumbira anjos para proteger as pessoas e quem sabe estavam brincando com Rode achando que ela estava confusa. E pode ser que apenas não creram o suficiente de que o milagre poderia logo acontecer.

 

5. O que você aprendeu com a lição de hoje?

Resposta pessoal.

 

SUBSÍDIO I

 

 

“O que seria feito de Pedro (At 12.18,19)

Até mesmo Herodes deveria ter sido mais esperto do que alguns críticos modernos que, ansiosos para livrar as Escrituras do sobrenatural, sugerem que algum cristão drogou os guardas e subornou o carcereiro para permitir a saída de Pedro. Nos tempos romanos, um carcereiro que deixasse um prisioneiro escapar estaria sujeito à punição que o prisioneiro devesse ter sofrido. Assim, Herodes não fez nada incomum quando mandou executar os guardas (v.19). O que é surpreendente é a pergunta que todos fizeram: ‘O que seria feito de Pedro?’. Acorrentado aos guardas, trancado em uma cela, guardada por outros guardas, dentro de uma prisão fechada por uma porta de ferro, tudo isso teria deixado claro que Pedro não tinha simplesmente apanhado suas correntes e se escondido em algum armário. A inevitável conclusão era que algo sobrenatural tinha acontecido. Deus tinha intervindo, ou Pedro não teria saído. Aparentemente, Herodes nem tinha considerado a opção sobrenatural. Ele era tão materialista quanto as pessoas modernas, que podem olhar um pôr do sol, ou examinar algo da natureza complexa, e dizer: ‘A evolução não é maravilhosa?’. Ainda hoje, em todas as partes, podemos ver evidências da intervenção de Deus. Mas somente os olhos da fé parecem capazes de enxergá-las” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.736).

 

SUBSÍDIO II

 

 

“A oração tem o sentido de conversar, e um bom exemplo deste significado está em Mateus 6.6: ‘Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará’. É um momento de intimidade, marcado pelo diálogo com Deus, numa manifestação relacional direta com Ele. A súplica tem o sentido de ser mais forte, dentro da ideia de que a oração é um diálogo ‘calmo’ da alma. Trata-se de uma oração insistente e perseverante com a finalidade de pedir por algo que vai além de nosso alcance. Na oração e súplica duas atitudes são necessárias, a fé e a perseverança.

Mas a oração deve vir acompanhada de perseverança. A exortação à oração persistente está estreitamente ligada à expectativa da volta do Senhor. Lucas 17.22 nos alerta de maneira bastante clara o tipo de oração e o perigo de esmorecimento na oração que se tem em mente aqui. Deus deseja ser insistente e persistentemente solicitado pelos seus. A perseverança levará em conta o tempo de espera como um meio para aclarar e purificar a nossa vida no discipulado. Somos exortados a perseverar na fé” (GABY, Wagner Tadeu; GABY; Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus: As Verdades e Princípios Divinos para uma Vida Abundante. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018, pp.62,63).