LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2022

 

Título: A Justiça Divina — A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel

Comentarista: Esequias Soares

 

 

Lição 8: O Bom Pastor e os pastores infiéis

Data: 20 de Novembro de 2022

 

 

VÍDEO DE APOIO

 

 

Notas de Aula — Lição 8

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.(Jo 10.11).

 

VERDADE PRÁTICA

 

As Escrituras revelam Deus como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. Deus dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Sl 78.70-72

O cajado de Davi continuou no comando da nação de Israel

 

 

Terça — 1Rs 22.17

O profeta Micaías viu Israel como ovelhas dispersas sem pastor

 

 

Quarta — Mt 9.36

Jesus via o povo de Israel como um rebanho de ovelhas sem pastor

 

 

Quinta — Jr 3.15

Deus prometeu dar à sua igreja pastores segundo o seu coração

 

 

Sexta — Ef 4.11

O Senhor deu pastores à sua igreja, o Corpo de Cristo

 

 

Sábado — 1Pe 5.2-4

A igreja, assim como o povo de Israel, é o rebanho de Deus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Ezequiel 34.1-12.

 

1 — E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

2 — Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?

3 — Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.

4 — A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

5 — Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

6 — As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque.

7 — Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:

8 — Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas,

9 — portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:

10 — Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.

11 — Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei.

12 — Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.

 

HINOS SUGERIDOS

 

156, 283 e 413 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

A presente lição estuda a mensagem do profeta Ezequiel a respeito dos pastores de Israel. No primeiro tópico, identificaremos o rebanho no Antigo Testamento que é o povo de Israel, bem como no Novo Testamento, que é a Igreja. No segundo tópico, descobriremos quem são os pastores infiéis. Veremos de que se trata dos governantes de Israel, mas que também podemos extrair lições para as lideranças eclesiásticas. E, finalmente, no terceiro tópico vamos refletir a respeito da imagem do bom pastor no Deus de Israel que, no Novo Testamento, se revela na pessoa de Jesus que se consolida como a imagem definitiva do bom pastor cristão.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: Identificar o rebanho nas Escrituras; II) Descobrir os pastores infiéis de Israel; III) Refletir sobre o Bom Pastor.

B) Motivação: É muito importante que os alunos formem uma imagem bíblica do ofício de um pastor. Muitas vezes esse ofício é apresentado numa perspectiva glamurosa. Por isso, você tem a responsabilidade de passar uma visão bíblica do pastorado para a sua classe.

C) Sugestão de Método: Falaremos aqui a respeito da quinta lei do ensino: a lei do processo de ensino. Podemos resumir essa lei na seguinte sentença: “Desperte e dirija as autoatividades do aluno e não lhe diga nada que ele possa aprender sozinho”. Aqui, duas coisas devem ser levadas em conta: 1) o conteúdo, isto é, as verdades a serem ensinadas; 2) o processo, ou seja, a metodologia de ensino para a aplicação das verdades ensinadas.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: A parábola da ovelha perdida é uma excelente imagem para o fechamento do símbolo do Bom Pastor.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 91, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Rebanho” aprofunda o assunto da identificação do rebanho no livro de Ezequiel; 2) O texto “Pastores Infiéis” amplia a identificação dos pastores infiéis em Israel.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

O profeta Ezequiel enfoca, no capítulo 34, quatro pontos sobre a figura do pastor, a saber: os pastores infiéis (vv.1-10), Deus como o futuro bom pastor (vv.11-16), o julgamento entre as próprias ovelhas (vv.17-22) e o Messias como o pastor de Deus (vv.23-31). Por limite de espaço, a presente lição se restringirá aos pastores infiéis e ao bom pastor.

 

 

Palavra-Chave:

 

PASTOR

 

 

I. SOBRE O REBANHO

 

Primeiro é necessário identificar a ovelha no seu sentido literal para compreender o sentido metafórico. Isso pode explicar a razão da Bíblia nos comparar com ovelhas. O Salmo 23 apresenta um quadro perfeito dessa comparação.

1. Ovelhas. Ovelha é a fêmea do carneiro e o cordeiro é filho do carneiro até um ano. Das 74 vezes que o termo aparece no Novo Testamento, apenas uma vez é literal (Jo 2.14). É um animal dócil e símbolo de sacrifício e redenção (Is 53.7; At 8.32). A natureza da ovelha e sua relação com o ser humano resultaram em diversas figuras que ilustram o relacionamento entre Deus e o seu povo (Sl 23.1; 74.1; 100.3).

2. Natureza. As ovelhas são animais indefesos e medrosos que se assustam facilmente e se dispersam rapidamente (Zc 13.7). Uma ovelha virada de costas com as patas para cima não consegue se levantar e, além de morrer depressa, torna-se presa fácil de predadores. Somente o pastor pode socorrê-la; é, pois, necessário uma supervisão diária. As ovelhas não cuidam de si mesmas, elas exigem atenções continuadas de dia e de noite (Lc 2.8) sob muitos aspectos (Lc 15.4-6). O rebanho precisa de cuidados por causa dos predadores (1Sm 17.34,35) e de outros infortúnios como a presença de insetos e parasitas (Sl 23.5).

3. O rebanho. O povo de Israel e a igreja são identificados diversas vezes, na Bíblia, como rebanho (Nm 27.17; 1Pe 5.2). Além do sentido próprio do termo, figuradamente “rebanho” é aplicado a Israel por desfrutar do relacionamento pactual com Deus (Is 40.11). Isso vale também para a igreja no Novo Testamento (Mt 26.31; Lc 12.32) e diversas vezes Israel era visto como ovelhas sem pastor (1Rs 22.17; Mt 9.36; 10.16; 15.24).

4. Os pastores. A palavra “pastores de Israel”, no contexto de Ezequiel, bem como no de Jeremias 23.1-5, se refere aos governantes. O sistema político na antiguidade de Israel era teocrático e não era possível separar o civil do religioso, diferente do que acontece nos estados laicos na atualidade. É importante entender essa diferença, pois diversas vezes adeptos de grupos religiosos, estranhos ao cristianismo bíblico, usam essas passagens bíblicas para atacar os nossos líderes. Trata-se de críticas rasteiras com o único objetivo: desqualificar a nossa doutrina e os nossos pastores.

 

 

SINOPSE I

O rebanho nas Escrituras pode ser identificado com o povo de Israel e a Igreja de Cristo.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 

 

O REBANHO

“As coisas que Deus promete fazer pelo seu rebanho, como o Bom Pastor, são belas e graciosas (11-31). Ele buscará as ovelhas dispersas (12). Isso, evidentemente, refere-se aos israelitas que estavam dispersos em muitos países. Sendo uma promessa eterna do Deus eterno, ela sem dúvida se refere à graça de Deus que continua buscando o pecador e o constrangendo a voltar para o rebanho. O dia de nuvens e de escuridão é uma figura para um tempo de incerteza e medo” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Volume 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.476).

 

 

II. SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

 

O profeta Ezequiel compara os líderes de Israel a pastores. Pode-se dizer que o tema da presente lição é provavelmente o mais familiar do livro de Ezequiel por causa da linguagem pastoril.

1. O pastor de ovelhas. A função primordial do pastor é alimentar, guiar e proteger o rebanho e isso ilustra bem o papel do líder de uma nação. Muitos líderes de Israel fizeram isso com perícia, dedicação e responsabilidade como Davi (Sl 78.72). A parábola da ovelha perdida revela esse dever do pastor (Lc 15.4-6). Moisés e Davi foram pastores de ovelhas no sentido estrito da palavra (Êx 3.1; Sl 78.70,71). Mas os líderes de Israel, contemporâneos de Ezequiel, se desviaram de suas funções.

2. O que os governantes faziam (vv.2,3)? Cuidavam de si mesmos: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!” (v.2). Essa era uma denúncia contra as autoridades civis e religiosas de Jerusalém que empregavam todo o seu esforço em benefício próprio, deixando de lado a função pela qual foram constituídos: proteger o povo e prover as condições para o bem-estar espiritual e econômico dos seus cidadãos. O profeta mostra três práticas deploráveis deles numa linguagem metafórica: “Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” (v.3) para designar exploração e abuso de sua autoridade. Eles não cuidavam do povo e nem se esforçavam para suprir suas necessidades, antes cuidavam de si mesmos (Jr 12.10).

3. O que os governantes não faziam (vv.4,8)? Não cuidavam das ovelhas. As ovelhas fracas, doentes, quebradas, desgarradas e perdidas precisam de cuidados especiais, mas a realidade era diferente: “A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza” (v.4). Essa linguagem metafórica revela o estado de miséria da população de Jerusalém. Essa situação nos leva a uma reflexão sobre a atual conjuntura do nosso país, que não é boa. Devemos orar pela nossa nação e seus governantes (1Tm 2.1-3).

4. As ovelhas dispersas (vv.5,6). Ezequiel dirige esses oráculos divinos à casa de Judá, mas a mensagem diz respeito a todos os filhos Israel, até mesmo os dispersos pelos assírios (v.6). A mesma diáspora aconteceu em Judá com a destruição de Jerusalém, mas não é possível saber a data do pronunciamento desse discurso, se antes ou depois da queda da cidade santa. O profeta recebeu a notícia dessa derrocada algum tempo depois da destruição de Jerusalém “no ano duodécimo, no décimo mês, aos cinco do mês” (Ez 33.21). Segundo os dados fornecidos nessa passagem, parece indicar 8 de janeiro de 585 a.C.

 

 

SINOPSE II

A atuação dos pastores infiéis tem como consequência trágica a dispersão das ovelhas.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 

 

PASTORES INFIÉIS

“Enquanto o profeta é chamado de atalaia, os governantes de Israel são aqui chamados de pastores (2). Estão incluídos os reis, os príncipes e os magistrados. […] Esses têm sido pastores infiéis para com o povo de Deus. Eles não têm sustentado o rebanho do Senhor (2), Israel. Em vez disso, eles estão mais preocupados em alimentar-se a si mesmos e a estar bem-vestidos (3). Eles não tiveram misericórdia para com a ovelha doente nem com a que estava ferida. Eles não buscaram a perdida (4), como Cristo, O Bom Pastor, fez anos mais tarde (Jo 10.11,14)” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Volume 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.476).

 

 

III. SOBRE O BOM PASTOR

 

O próprio Deus toma as dores das ovelhas e se coloca, Ele mesmo, como Pastor do rebanho. O Salmo 23 e o discurso de Jesus como o Bom Pastor (Jo 10.7-18) deixam isso muito claro.

1. A reação divina contra os maus pastores (vv.10-12). Eles não visitaram as ovelhas no sentido de cuidar delas; agora é Deus quem vai visitar esses maus pastores no sentido de castigar (Jr 23.2). Deus promete buscar as ovelhas dispersas em toda a parte do mundo, uma referência ao retorno da segunda diáspora (Ez 34.12). Ele promete ainda libertar o seu povo das mãos deles: “E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência” (Jr 3.15). Essa promessa não se refere ao Messias, mas pode se aplicar aos atuais pastores de igrejas (Mt 23.34; Ef 4.11). O profeta está dizendo que Javé vai dar ao povo líderes e governantes segundo os ideais de Davi (At 13.22). A promessa era para um futuro distante (Ez 34.23,24; 37.24; Os 3.5).

2. Jesus, o bom Pastor. O Senhor Jesus disse: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14). Ele é o Grande Pastor das ovelhas (1Pe 5.4), pois que, assim como Javé vai trazer de todas as nações os judeus dispersos para à terra de seus antepassados, o que já está acontecendo, em Israel, no Oriente Médio, da mesma forma o Senhor Jesus está congregando, de todas as nações, as ovelhas para o seu redil (Jo 10.16). Todas as profecias do Antigo Testamento se convergem para o Messias (Lc 24.44).

3. O pastor cristão. O bom pastor é aquele que está disposto a arriscar a vida pelas ovelhas, assim como fez Davi enfrentando um leão e um urso (1Sm 17.34-36). Jesus disse: “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Ele simplesmente não arrisca a vida, mas a entrega de acordo com a vontade do Pai (Jo 10.17,18). O Senhor Jesus concedeu pastores à igreja (Ef 4.11) para o aperfeiçoamento dos crentes e a edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11-16). Ainda que alguém considere alguns pastores faltosos, isso na sua maneira de entender as coisas, o melhor é seguir os ensinos de Jesus: “Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras” (Mt 23.3). Deus sabe cuidar dos seus servos, é dever nosso orar por eles.

 

 

SINOPSE III

Jesus como o Bom Pastor é o verdadeiro modelo do pastor cristão.

 

 

CONCLUSÃO

 

O comportamento do ser humano se compara em muitos aspectos aos das ovelhas e, por essa razão, Deus nos chama nas Escrituras de ovelhas. Há entre elas aquelas que dão marradas umas nas outras para marcar território, o que não é diferente entre nós, seres humanos. Há competições entre as ovelhas (Ez 34.20-22). Isso desagrada a Deus. O nosso relacionamento entre os irmãos deve ser de maneira que glorifique a Deus (Sl 133.1; 1Co 10.31).

 

VOCABULÁRIO

 

Marrada: ato ou efeito de marrar (acometer com chifres; deparar; confrontar).

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. A quem a expressão “pastores de Israel” se refere em Ezequiel e Jeremias?

A palavra, “pastores de Israel” no contexto de Ezequiel, bem como no de Jeremias 23.1-5, se refere aos governantes.

 

2. Qual a função primordial do pastor?

A função primordial do pastor é alimentar, guiar e proteger o rebanho e isso ilustra bem o papel do líder de uma nação.

 

3. O que os governantes de Israel faziam?

Cuidavam de si mesmos: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!” (v.2).

 

4. O que os governantes de Israel não faziam?

Eles não cuidavam das ovelhas.

 

5. Quem é o Bom Pastor?

O Senhor Jesus Cristo é o bom pastor (Jo 10.11,14).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS

 

No contexto de Ezequiel, a figura do pastor é usada de forma metafórica para admoestar o comportamento irresponsável dos líderes de Israel. O texto é enfático ao apontar que a liderança da nação se preocupava mais com seus cuidados pessoais do que com as necessidades da população. Eles deixaram de guiar o povo, conforme as instruções da Lei, para praticar toda sorte de corrupção, exploração econômica e violência, sem contar a idolatria incentiva e permitida nos espaços considerados sagrados (Ez 34.2,3).

O juízo divino, anunciado pelo profeta Ezequiel, tinha como alvo todos os moradores de Judá que desobedeceram a Deus. Entretanto, o protesto dessa vez é direcionado à cúpula política e religiosa. Deus promete responsabilizá-la pelo cativeiro e requerer de suas mãos o mal que sobreveio às ovelhas do rebanho do Senhor, isto é, à população indefesa de Israel que sofria em razão dos males acometidos à nação.

Nesse contexto, uma esperança nasce das palavras anunciadas pelo profeta. O Senhor promete procurar as suas ovelhas por conta própria (vv.11,12). Ele mesmo cuidará de reencontrá-las e trazê-las de volta ao aprisco seguro, onde não haverá falta de alimento e paz. Além disso, o Senhor promete também enviar um Pastor segundo o Seu próprio coração, que cuidará das ovelhas com zelo. Jesus, o Filho de Deus, assumiu esse ofício. Ele declarou ser o “Bom Pastor” enviado por Deus, aquEle que dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11).

A profecia de Ezequiel diz respeito ao tratado de Deus com o povo de Israel nos dias do cativeiro babilônico, mas possui também caráter escatológico. O que fica evidente em suas profecias é que da mesma maneira o juízo de Deus virá sobre os maus governantes que oprimem as nações e as levam a praticar o que é mal aos olhos do Senhor. Deus tem visto o que os governos ditatoriais, opressores, que negam a existência do Criador e perseguem a religião cristã, têm feito à sua população. Ele há de trazer a juízo todos os males cometidos ao longo da história (Ec 12.14).

Nessa mesma perspectiva, há uma promessa de Deus a respeito de um tempo em que o Príncipe da Paz governará este mundo (Ez 34.23-25). As Escrituras Sagradas abordam este tema de forma contundente e apontam que os salvos estarão com o Senhor no “milênio”, governando este mundo como reis e sacerdotes de Cristo (Ap 2.26,27; 3.21; 20.4-6). Nesse tempo, haverá paz, prosperidade e segurança em toda a terra. Então, todo o Israel de Deus será um único rebanho, cuidado pelo próprio Senhor (Zc 9.16; Ap 20.4).