LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2023

 

Título: Relacionamentos em Família — Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 4: Ídolos na família

Data: 23 de Abril de 2023

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!(1Jo 5.21).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A adoração a ídolos implica priorizar tudo aquilo que se coloca no lugar de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 2Tm 3.5

Fique longe de pessoas assim

 

 

Terça — 1Jo 2.15

Não ameis as coisas do mundo

 

 

Quarta — Is 42.8

O Senhor não divide a sua glória

 

 

Quinta — Lv 19.4

Não se volte para os ídolos

 

 

Sexta — Êx 20.3,4

Não farás nenhum ídolo

 

 

Sábado — Jn 2.8

Cuidado com os que desprezam a misericórdia

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Gênesis 31.17-19,33-35; Juízes 17.1,3-5.

 

Gênesis 31

17 — Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos,

18 — e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.

19 — E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha.

33 — Então, entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Leia, e na tenda de ambas as servas e não os achou; e, saindo da tenda de Leia, entrou na tenda de Raquel.

34 — Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda e não os achou.

35 — E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.

 

Juízes 17

1 — E havia um homem da montanha de Efraim cujo nome era Mica,

3 — Assim, restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar.

4 — Porém ele restituiu aquele dinheiro a sua mãe, e sua mãe tomou duzentos moedas de prata e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e de fundição, e esteve em casa de Mica.

5 — E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.

 

HINOS SUGERIDOS

 

41, 71 e 124 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

A fim de nos aprofundarmos do tema desta lição, analisaremos duas passagens bíblicas, nas quais os ídolos estavam presentes e, até mesmo, se tornaram naturais no seio familiar do povo de Deus. O primeiro caso se dá envolvendo o sogro e a esposa do patriarca Jacó. Na ocasião, Raquel furtou alguns ídolos de seu pai, Labão, sentindo-se injustiçada e preocupada por não receber dele herança. Já o segundo exemplo se passa no tempo dos Juízes de Israel, quando o eframita Mica fabricou ídolos e construiu para eles um santuário em sua própria casa. Por meio desta lição, refletiremos sobre as formas sutis como a idolatria pode se instalar nos lares, abrindo espaço para outros pecados e causando grandes prejuízos às famílias.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: I) Apresentar o contexto no qual Raquel furtou os ídolos de seu pai Labão; II) Explicar o cenário político-social de Israel quando Mica abraçou a idolatria; III) Alertar acerca dos perigos da idolatria no seio familiar do povo de Deus.

B) Motivação: Como meros leitores dos exemplos explicitados, podemos a priori não nos identificar com as famílias mencionadas. Afinal, o que poderíamos ter em comum com tais histórias? Ao nos aprofundarmos, nos identificaremos com elas. Por maior que seja a nossa fidelidade ao Senhor, único Deus verdadeiro, ainda somos humanos. Portanto, sujeitos as mesmas fraquezas de Raquel, quando sentindo-se injustiçada e preocupada com o futuro financeiro de seu lar, se dispôs a fazer “justiça” com as próprias mãos; assim como somos sujeitos ao mesmo anseio de Mica, por proteção ou alguma bênção material. E ainda mais, estamos também sujeitos a não enxergar tudo o que acontece em nossa própria casa, debaixo dos nossos olhos, como foi para Jacó e a mãe de Mica (Gn 31.32b; Jz 17.2). Por conseguinte, essa lição é um importante alerta para compreendermos que, o tempo e os costumes podem mudar, assim como os seus “ídolos”. Contudo, os temores, fraquezas e concupiscências humanas permanecem as mesmas. Por isso, precisamos vigiar e orar (Mt 26.41), a fim de que nós, e a nossa casa, não caiamos nos perigos da idolatria contemporânea.

C) Sugestão de Método: Antes mesmo de iniciar o tema da lição, peça à classe que liste alguns “ídolos” da atualidade e anote-os no quadro: O Materialismo; a busca pelo poder; a busca desenfreada pela carreira profissional; a busca pelo dinheiro; promoção da própria imagem (física e/ou simbólica); likes nas redes sociais etc. O objetivo é que, ao longo de toda aula, os alunos tenham em mente uma perspectiva ampliada sobre a abrangência e sentido da palavra idolatria.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: Como nação santa e sacerdócio real (1Pe 2.9), sobretudo dentro de nossos lares, temos a missão de resistirmos firmes às ciladas do Diabo, aos modelos atuais de idolatria. Para isso, precisamos estar munidos de toda armadura de Deus (Ef 6.11), ensinando aos nossos filhos, não apenas em palavras, mas principalmente com as nossas atitudes.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 93, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Monoteísmo x Politeísmo”, que aprofunda o primeiro tópico, pontua as características antigas e atuais da idolatria, frisando o exemplo do próprio Cristo como método para resistirmos a elas. 2) O texto “O Santuário Particular de Mica”, que destaca o segundo tópico, aprofunda o contexto no qual o eframita vivia, salientando o perigo a que se sujeitam todos os que relativizam a autoridade absoluta das Escrituras.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Temos, nesta lição, duas histórias distintas que relatam a convivência com a idolatria dentro de casa. No primeiro caso, temos Raquel, a mulher de Jacó, que sabia que seu marido servia ao Deus de seus pais, e que Ele era poderoso, invisível e não precisava de ídolos de sua imagem. Entretanto, Raquel achava-se insegura quanto ao seu futuro. Sentindo-se injustiçada pelo seu pai, que não lhe deu nenhuma herança, nem a ela, nem à sua irmã Leia, resolveu furtar as pequenas estatuetas, ou ídolos de seu pai, que eram os pequenos deuses dentro da casa de Labão. O segundo caso é o de Mica, um eframita, que viveu no tempo dos juízes em Israel e que, unindo-se aos danitas, fabricou ídolos e construiu um santuário para eles em sua casa. Nesta lição, veremos as consequências da idolatria dentro de uma casa.

 

 

Palavra-Chave:

 

IDOLATRIA

 

 

I. OS ÍDOLOS ENCONTRADOS NA TENDA DE RAQUEL

 

1. A fuga de Jacó e sua família para a Terra Prometida. Depois de muitos anos de trabalho para o seu sogro Labão, tendo prosperado muito, Jacó resolveu voltar à terra de seus pais (Gn 31.3,4). Em função dos ressentimentos que existiam entre ele e seu sogro e, não vendo possibilidade de liberação para viver sua própria vida, Jacó resolveu fugir das terras de Labão, sem falar nada a ninguém. Quando foi descoberta a sua fuga, Labão e seus filhos resolveram ir atrás dele para fazê-lo voltar (Gn 31.22,23).

2. Labão descobre o furto de seus ídolos domésticos. Labão era homem idólatra e possuía pequenos deuses no interior de sua casa para os quais ele orava e pelos quais acreditava ser ajudado. Eram, na verdade, “terafins” fabricados de madeira, pedra ou barro, cujas imagens eram veneradas e adoradas como amuletos para proteção familiar e pessoal. Quem os possuísse, também tinha o direito à herança. Quando Raquel percebeu que seu pai não lhe daria herança alguma, ela furtou os ídolos dele (Gn 31.19). Ao chegar no acampamento de Jacó, Labão indagou-lhe a respeito dos seus ídolos e não os encontrou porque Raquel os escondera na “albarda de um camelo” e se sentou sobre eles (Gn 31.34).

3. Raquel usa a mentira para esconder o ídolo. Raquel sentou-se sobre os ídolos para que Labão não os encontrasse. Ela usou a justificativa de que estava no período menstruai para não se levantar de cima do camelo e, consequentemente, para seu pai não encontrar os ídolos ali (Gn 31.35). Fica claro que, embora Labão acusasse Jacó de roubá-lo, foi sua filha Raquel que furtou seus ídolos e, por isso, o enganou; e Labão não encontrou os seus ídolos. Esse episódio gerou uma grande discussão entre Jacó e o seu sogro (Gn 31.36).

 

 

SINOPSE I

Diante do engano de Labão contra Jacó, subtraindo bens da herança das próprias filhas, Raquel furtou os ídolos do pai e mentiu para acobertar sua tentativa de fazer “justiça com as próprias mãos”.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

 

 

MONOTEÍSMO X POLITEÍSMO

 

“O monoteísmo, a crença em um único Deus, era uma característica da religião hebraica. As antigas religiões eram politeístas, ou seja, cultuavam muitos deuses. Mas o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é o Criador e Senhor de toda terra, o único e verdadeiro Deus. Saber isto era importante para Israel, pois a nação estava prestes a entrar em uma terra cujos habitantes criam em muitos deuses. Tanto naquela época como hoje, existem os que preferem colocar sua confiança em muitos ‘deuses’ diferentes. Mas chegará o dia em que Deus será reconhecido como o único. Ele será Rei sobre toda a terra (Zc 14.9).

[…] O Diabo ofereceu o mundo inteiro a Jesus, desde que Ele ‘apenas’ se ajoelhasse e o adorasse (Mt 4.8-10). Hoje, o Diabo nos oferece o mundo, tentando envolver-nos pelo materialismo, na busca pelo poder. Podemos resistir às tentações do mesmo modo que Jesus fez. Se você almeja algo que o mundo oferece, cite as palavras de Jesus ao Diabo: ‘Ao Senhor, teu Deus adorarás e só a Ele servirás’” (Bíblia de Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.240,1220).

 

 

II. UM SANTUÁRIO DE DEUSES NA CASA DE MICA

 

1. A idolatria e o caráter antiético de Mica (Jz 17.1-4). Apesar de um nome especial cujo significado é “Quem é como o Senhor nosso Deus?”, Mica não correspondia à importância do nome que tinha porque não honrava a Deus em sua vida. Ele tinha uma família, embora o relato bíblico não cite a sua esposa; sua mãe vivia com ele e era muito rica. O povo que vivia na região montanhosa de Efraim tinha se corrompido por causa da idolatria. Havia em Israel, de modo geral, um abandono total aos mandamentos da lei de Moisés (Jz 8.27) em que o povo de Israel aderiu a um sincretismo religioso que implicava uma apostasia total. Além do abandono da lei do Senhor, as famílias começaram a adotar esse sincretismo religioso dentro de suas próprias casas, admitindo “ídolos caseiros” para os quais faziam culto e adoravam com o objetivo de obter favores materiais. Os valores morais e éticos foram abandonados e Mica era fruto dessa corrupção moral. Por isso, não foi difícil para ele roubar a própria mãe.

2. A abominação de Mica (Jz 17.5). Mica havia construído em sua casa um santuário para pequenos deuses, ou seja, “terafins”. A Escritura diz: “E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote” (v.5). Mica havia roubado a própria mãe, sem que ela soubesse. Ele levou consigo 1.100 siclos de prata, equivalente a 13 quilos do metal. Visto que sua mãe não sabia que era o seu próprio filho quem a furtara, ela lançava maldições sobre o ladrão (Jz 17.2). Temendo sofrer com a maldição da mãe, Mica foi à casa dela e confessou seu pecado e a restituiu completamente todo o dinheiro: “Porém, ele restituiu aquele dinheiro à sua mãe” (Jz 17.4). Sua mãe retirou a maldição e tomou parte do dinheiro e o deu ao ourives para que fizesse imagens de escultura para a casa de Mica.

3. Mica tinha uma casa de deuses (Jz 17.5,6). Pelo contexto bíblico, a família de Mica era de judeus, mas, desviada da fidelidade a Deus, servia aos falsos deuses representados por pequenos ídolos, chamados “terafins”. Mica e seus familiares afirmavam estar servindo, também, ao Deus de Israel. Entretanto, naquele período histórico do tempo dos juízes, “cada um fazia o que lhe parecia certo” (Jz 17.6). Por conta própria, e depois de ter seus “terafins” em casa, Mica resolveu, também, mandar fazer um “éfode” que era utilizado somente pelo sumo-sacerdote israelita, e o entrega a seu filho, separando-o para ser sacerdote na sua casa. Depois aparece um levita que não tinha onde morar e Mica o convida a viver em sua casa e tornar-se o sacerdote da família, pelo Deus de Israel (Jz 17.9). Essa mistura de divindades falsas estava presente na casa de Mica. Todos quantos chegassem à sua casa encontrariam “o deus” que desejassem invocar. Infelizmente, um homem da tribo de Efraim, que deveria honrar o Deus de seu povo, que o libertou do Egito, agora se encontra comprometido com ídolos de uma religião pagã.

 

 

SINOPSE II

Imerso em um período de abandono à Lei de Deus e sincretismo religioso em Israel, Mica comete uma série de abominações, enraizada na idolatria e no politeísmo pagão.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 

 

O SANTUÁRIO PARTICULAR DE MICA

 

“Somos primeiramente apresentados a uma família que vive no território de Efraim, cujo filho Mica roubara 1.100 peças de prata de sua mãe. […] A restituição promovida por Mica não foi por arrependimento voluntário, mas porque sua mãe lançara maldições contra o ladrão, e um homem bastante supersticioso certamente temeria manter para si um ganho obtido desonestamente sob maldição. Em retribuição, a mulher consagrou a prata ao Senhor para fazer uma imagem de escultura e de fundição, ou seja, um ídolo. Esta associação de idolatria com o nome do Senhor é uma triste constatação do alcance da corrupção promovida pela religião cananeia sobre a adoração pura a Deus. A imagem de fundição, um termo que também significava ‘cobertura’, pode ter sido um tipo de revestimento com o mesmo formato do ídolo que ela guardava.

A mãe separou 200 peças do montante recuperado e entregou a um ourives que fez a imagem e sua cobertura. Mica fez um santuário com um éfode (para ser usado por um sacerdote enquanto estivesse diante do santuário) e terafins, e então consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.

A anarquia civil e religiosa é explicada com base no fato de que não havia rei em Israel naqueles dias para instruir o povo. Como consequência, cada homem fazia o que achava certo. Este é o abismo no qual qualquer pessoa mergulha mais cedo ou mais tarde se abandonar os princípios morais e absolutos e a autoridade das Escrituras” (MULDER, Chester O. et al. Comentário Bíblico Beacon — Volume 2: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.146,147).

 

 

III. A IDOLATRIA DENTRO DOS LARES

 

Em ambas as histórias citadas, de Raquel e a de Mica, a crença em “ídolos domésticos” indicava a forte influência pagã em lares israelitas. A partir desses dois casos bíblicos, somos convidados a refletir a respeito da idolatria hoje.

1. Os ídolos domésticos dos tempos atuais. O apóstolo João enfrentou em seu ministério um problema com “ídolos caseiros” de famílias cristãs que tinham dificuldades em abandoná-los. Por isso, o apóstolo aconselhou: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21). Para uma pessoa não crente em Cristo, a vida cristã é irreal, já que o que se vive no mundo, vive-se pelo que se vê e sente, e não pelo que a vida cristã exige. Ora, os ídolos são temporários e representam aquilo que é falso e vazio porque são enganosos. Qualquer coisa pode se tornar um ídolo dentro de casa, como por exemplo: um emprego, um carro, um dinheiro, um filho, um pai ou uma mãe, um estilo de vida. Ora, como identificar idolatria dentro e fora de casa? Tudo aquilo que requer lealdade e honra acima de Deus se constitui idolatria. Paulo escreveu aos coríntios: “o ídolo, nada é no mundo” (1Co 8.4). Por isso, é um perigo endeusar pessoas, colocando-as na posição, ou acima, do próprio Deus.

2. Identificando os ídolos modernos dentro dos lares. A proliferação da “cultura da mídia” entrou em nossas casas e, queiramos ou não, convivemos com ela no dia a dia. A mídia, por si mesma, é neutra, pois é o meio pelo qual serve à sociedade como canal de comunicação através do rádio, da televisão, da internet, dos smartphones, da rede de computadores e de outros meios. Ela é um modo de comunicação que deve ser usado com sabedoria. Entretanto, não podemos ser manipulados por ela, que faz parte de um mundo tecnológico e intelectual no qual todos vivemos. O que não podemos é fazer o uso acrítico desses instrumentos. Precisamos levar em conta o cuidado quanto ao perigo da “concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida” (1Jo 2.16,17).

3. Precisamos reagir contra os inimigos da família. Jesus disse em seu Sermão da Montanha: “vós sois o sal da terra e, se o sal for insípido, com que se há de salgar?” (Mt 5.13). A igreja é o sal da terra e, por isso, é a única instituição da sociedade capaz de evitar a corrupção dos nossos valores morais e espirituais. Para preservar a família, atacada pelo vírus infeccioso do sistema mundano, é preciso quebrar “os ídolos domésticos” que roubam o lugar de Deus na vida familiar.

 

 

SINOPSE III

Precisamos combater os “ídolos domésticos” dos tempos atuais, assim como a qualquer influência pagã em nossos lares.

 

 

CONCLUSÃO

 

Precisamos investir na família, criando barreiras espirituais e morais no seio dos lares para salvar nossos filhos e prepará-los para uma vida cristã sadia, que glorifique a Deus. Por isso, os ídolos da atualidade precisam ser retirados do nosso meio para que não venham a roubar o lugar de Deus em nossas vidas.

 

VOCABULÁRIO

 

Albardar: Aparelhar, vestir, colocar peça de couro sobre o animal para o cavalheiro sentar-se.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Por que Raquel furtou os ídolos de seu pai?

Raquel furtou os ídolos de seu pai porque ele não lhe daria herança e naquela cultura quem os possuísse, teria direito à mesma.

 

2. Mica roubou alguém de sua própria família. Quem foi essa pessoa?

Mica roubou a própria mãe.

 

3. Por que Mica devolveu todo o dinheiro à sua mãe?

Por temer sofrer com a maldição da mãe.

 

4. O que eram os “terafins”?

Terafins eram ídolos fabricados de madeira, pedra ou barro, adorados como amuletos para proteção familiar e pessoal.

 

5. Cite três exemplos de ídolos domésticos dos dias atuais.

Um carro, dinheiro ou um estilo de vida.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

ÍDOLOS NA FAMÍLIA

 

É preciso atentar para os perigos da idolatria moderna dentro dos lares. A idolatria se mostra de maneira sutil, quase que imperceptível no cotidiano das famílias. Em linhas gerais, o ídolo é tudo aquilo que assume lugar de importância na vida das pessoas de modo a receber lealdade e honra acima de Deus. Os ídolos, por mais falsos e vazios que sejam, oferecem enganosamente a sensação de presença e sentimento. A Bíblia nos mostra que a idolatria, embora seja personificada no ídolo de madeira, pedra ou barro, não se resume ao aspecto religioso. Nosso Senhor, na ocasião de seu ministério terreno, ensinou: “Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lc 16.13).

De acordo com o Dicionário Bíblico Wydiffe, Mamom “é uma transliteração do aramaico mamon, que significa ‘propriedade’, ‘bens terrenos’, ‘riquezas’ ou ‘dinheiro’. Os textos em Mateus 6.24 e Lucas 16.13 são paralelos, e neles o Senhor Jesus Cristo ensina que a riqueza requer o coração e o serviço do indivíduo; consequentemente, não se pode servir a ambos, a Deus e à riqueza” (2006, p.1204). Semelhantemente, a Bíblia declara que a cobiça também é um tipo de idolatria (Cl 3.5).

De modo geral, “a idolatria manifesta-se de diversas formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo. Daí o Novo Testamento nos admoesta a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6)” (STAMPS, 1995, p.447). Tais práticas afetam o bem-estar espiritual da família cristã. Muitas, sem perceber, estão permitindo entrar em seus lares toda sorte de informação nociva e idólatra. Os ídolos nem sempre se mostram como figuras concretas, de madeira ou pedra, mas abstratos e dominando a atenção do crente. A Bíblia alerta: “Sede sóbrios” (1Rs 4.7).