LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2023

 

Título: Até os confins da Terra — Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo

Comentarista: Wagner Gaby

 

 

Lição 7: A responsabilidade da Igreja com os missionários

Data: 12 de Novembro de 2023

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.(Gl 6.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

É papel da Igreja responsabilizar-se integralmente com o cuidado de seus missionários.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — At 11.19-26; At 13.1-5

Em Antioquia havia uma igreja com consciência missionária

 

 

Terça — At 14.25-28; 16.1-8

A consciência de responsabilidade da igreja para com o missionário

 

 

Quarta — Fp 1.3-11

A preocupação e o cuidado constante da igreja com o missionário

 

 

Quinta — At 20.1-6

A recepção alegre e honrada da igreja para com os missionários

 

 

Sexta — Rm 12.13

A importância de a igreja local comunicar a necessidade dos missionários

 

 

Sábado — Atos 13.1-3

Quando a igreja ora e jejua pelos missionários

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Coríntios 9.9-14.

 

9 — Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus cuidado dos bois?

10 — Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante.

11 — Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?

12 — Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justa mente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.

13 — Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar?

14 — Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

 

HINOS SUGERIDOS

 

344, 398 e 570 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

 

O envio de missionários ao campo requer planejamento com o propósito de cuidar integralmente do missionário e sua família. Esse cuidado abrange todas as esferas de vida do missionário no contexto cultural específico em que a missão será realizada. Nesse aspecto, a adaptação de uma nova realidade transcultural do missionário e de sua família impõe um desafio complexo para a igreja que envia. Refletir sobre esse desafio é o tema desta lição.

 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição: I) Explicar o sistema de apoio da Igreja aos missionários; II) Relatar o cuidado integral dos missionários; III) Elencar maneiras práticas de se comprometer com os missionários.

B) Motivação: As necessidades dos missionários precisam ser comunicadas com precisão a fim de que haja conscientização da realidade do campo missionário, além de conclamar períodos de consagração, de oração e de jejum, pela família dos missionários do campo. São iniciativas singelas e simples que têm impactos permanentes na vida dos missionários.

C) Sugestão de Método: Na lição passada estudamos a respeito das três formas de se envolver com Missões: orar, contribuir e ir ao campo. Na lição desta semana, vamos estudar a respeito do cuidado integral no envio do missionário e sua família. Por isso, para introduzir a lição desta semana, enfatize a importância de a igreja sentir-se responsável pelo envio missionário, relacione a importância do “sistema de apoio local” com a obra de fé em Missões e afirme que tudo isso deve contribuir para o objetivo primeiro de toda obra missionária: fazer Cristo conhecido e adorado em todo lugar. A ideia aqui é construir uma ideia de responsabilidade coletiva a respeito do envio e manutenção do missionário.

 

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: A lição desta semana nos convida a cuidar dos nossos missionários. Há muitas formas de fazer isso: orando, planejando ações eficientes, comunicando necessidades do campo, elaborando campanhas de auxílio, enfim. Desse modo, devemos assumir a responsabilidade de cuidar dos nossos missionários.

 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Os Princípios de ação incorporada, ou associação de igrejas para a ação e serviço em conjunto”, localizado após o segundo tópico, aprofunda a reflexão a respeito das esferas do cuidado missionário; 2) O texto “Cooperação missionária”, após o terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da chamada da cooperação no comprometimento da igreja local com os missionários.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Uma das importantes atribuições da Igreja é cuidar integralmente dos missionários, identificando, preparando, enviando e cuidando deles enquanto atuarem no campo e encerrarem a carreira. Esse cuidado ainda deve abranger o cônjuge e os filhos dos missionários, levando em consideração que todos precisam se adaptar em uma nova realidade transcultural para que o trabalho se desenvolva o mais próximo possível do planejado. Por isso, nesta lição, estudaremos a respeito da responsabilidade da igreja local para com o missionário e sua família.

 

 

Palavra-Chave:

 

RESPONSABILIDADE

 

 

I. A IGREJA E O SISTEMA DE APOIO AOS MISSIONÁRIOS

 

1. A responsabilidade da igreja. O sistema de apoio missionário é uma responsabilidade básica e contínua das igrejas em todo lugar. Nesse sentido, certos princípios devem permanecer claros a respeito do sistema de apoio aos missionários: a) a igreja deve se conscientizar biblicamente de que o missionário é um obreiro formado pela igreja local e, por isso, está inteiramente sob a sua responsabilidade (At 11.19-26; At 13.1-5; 14.25-28; 16.1-8); b) ele é um obreiro orientado pelo pastor da igreja e enviado para fazer a obra missionária conforme a visão que o Espírito Santo concede à igreja (At 6.6; 1.24); c) em contrapartida, é dever do missionário prestar relatórios periódicos sobre o desenvolvimento da obra no campo (At 15.4,12; 21.19); d) todo o sistema de apoio missionário deve permitir que os missionários usem o máximo de seu tempo e energia no trabalho de missões.

2. O sistema de apoio e a “obra de fé”. Todo trabalho missionário é “uma obra de fé”, do começo ao fim. Então, qualquer que seja o sistema de apoio, os missionários devem confiar em Deus e depender da fidelidade do seu povo. Sem fé, oração e sacrifício a obra missionária falhará. Assim, tanto os missionários quanto os que os sustentam devem ser pessoas de fé, à medida que obedecem ao mandamento de Jesus (“Ide e fazei discípulos”), há crescimento e expansão da obra de Deus (At 2.42-46).

3. O objetivo de Missões. É bom lembrar de que o objetivo de Missões é que Cristo seja conhecido e adorado em todo lugar. Aqueles que fazem o trabalho missionário, de maneira que honre a Cristo, terão todas as suas necessidades supridas (Fp 4.19). É maravilhoso saber que na obra missionária, em primeiro lugar, a presença de Jesus está conosco. Não por acaso, o Espírito Santo atua por meio de nossas vidas para fazer com que o nome de Jesus chegue a lugares e corações que não o conhecem. Portanto, que haja todo o apoio e planejamento na igreja local para que o nome de Jesus seja conhecido em todos os lugares por meio da obra missionária!

 

 

SINOPSE I

A igreja local tem a responsabilidade de cuidar do missionário e sua família enviados ao campo.

 

 

II. O CUIDADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS

 

1. O cuidado integral. Cabe à igreja local uma responsabilidade mais abrangente, zelando por aqueles que estão trabalhando no campo missionário. Nesse caso, o missionário precisa ser cuidado integralmente pela igreja. Com cuidado integral queremos nos referir a toda a esfera da vida do missionário, ou seja, não somente na área financeira, mas também na área espiritual, emocional, física e social, ao acompanhamento pastoral enquanto ele está no campo, com amor e respeito, para que possa superar as dificuldades internas e externas que surgirem durante o ministério (At 17.14,15).

Ao longo do Novo Testamento, vemos a preocupação constante das igrejas com os missionários que pregavam o Evangelho em lugares distantes (Fp 1.3-11). Por isso, esse cuidado diz respeito também ao planejamento de visitas aos missionários no campo.

2. Uma agenda quanto à volta do missionário. Também podemos ver como as igrejas recebiam os apóstolos de maneira alegre e honrada (At 20.1-6). Nesse aspecto, a igreja local deve ajudar a organizar a agenda do missionário durante o seu retorno para gozo de férias, no que diz respeito a visitas, consultas ou tratamentos médico-odontológicos, período de lazer e descanso, bem como atividades de cunho administrativo. Assim, abraçar os missionários e sua família faz parte do cuidado integral dos missionários.

 

 

SINOPSE II

O cuidado missionário envolve todas as esferas possíveis de uma família enviada para uma nova realidade transcultural.

 

AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

 

 

“O PRINCÍPIOS DE AÇÃO INCORPORADA, OU ASSOCIAÇÃO DE IGREJAS PARA A AÇÃO E SERVIÇO EM CONJUNTO

 

A independência das igrejas é maravilhosamente equilibrada pela interdependência das igrejas e dos membros, tão bem exprimida pelas metáforas do corpo, do templo, da edificação, do sacerdócio e da casa. Nenhuma igreja local é corpo, templo, edificação, sacerdócio ou casa completos. Realmente, ninguém vive para si mesmo, nem mesmo a igreja local. Há força na mobilização e coordenação adequadas de nossa interdependência que resulta em unidade de propósito e ação. Isso precisa ser enfatizado várias vezes. [...] Para ter-se força, ordem, eficiência e unidade é necessário que haja organização, mesmo dentro do sacerdócio dos cristãos” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.274,275).

 

 

III. MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER COM OS MISSIONÁRIOS

 

1. Comunicar as necessidades. Tudo na obra de Deus passa pela comunicação. Esse princípio encontramos na Bíblia, quando lemos: “comunicai com os santos nas suas necessidades” (Rm 12.13). Nesse sentido, é preciso que a igreja local se comprometa com a comunicação regular dos compromissos e necessidades missionárias. Essa comunicação pode ser feita num momento do culto regular ou por meio de e-mail, telefone, mensagens de texto etc. A ideia é que a igreja local tome conhecimento de como a agenda missionária da igreja é desenvolvida, bem como levar em primeira mão as notícias a respeito das principais atividades do campo missionário.

2. Doar para suprir necessidades. A vida no campo missionário pode ser desafiadora, exaustiva e difícil. No meio do estresse e das lutas, muitos missionários frequentemente se sentem desconectados e esquecidos pela igreja que os envia, principalmente, quando se deparam com a escassez no campo. Nesse sentido, é importante que a igreja local dê oportunidade aos missionários para que eles compartilhem essas necessidades e, assim, a igreja se sinta convocada a cooperar nas doações, como a igreja de Corinto foi convocada a fazer (1Co 8.1-7).

3. Orar e jejuar pela causa. Já estudamos a respeito da importância da oração na causa missionária. Entretanto, o que desejamos reforçar aqui é a necessidade da oração conjugada com o jejum como uma maneira prática de a igreja local se comprometer com os missionários. Nesse sentido, é muito importante os líderes das igrejas locais convocarem o povo de Deus para orar e jejuar pelos missionários no campo. Note que a oração e o jejum estão na base do envio de Paulo e Barnabé para o campo missionário (At 13.1-3). Outrossim, além das convocações coletivas, é muito importante o comprometimento individual na oração e no jejum. Fazer chegar aos missionários esse comprometimento por meio de aplicativos de mensagens instantâneas é uma amostra muito animadora de comprometimento, apoio e suporte ao missionário e sua família.

 

 

SINOPSE III

É preciso comunicar as necessidades dos missionários, elaborar campanhas de auxílio e oração para os que foram enviados.

 

AUXÍLIO MISSIOLÓGICO

 

 

COOPERAÇÃO MISSIONÁRIA

 

“Em nossos dias de tensão, obscuridade e buscas, fazemos bem em olhar com mais intimidade e confiança para Paulo como um exemplo, e para o Espírito Santo, e assimilar um pouco de seus princípios orientadores de cooperação em missões. Será fácil para nós adotarmos uma verdadeira parceria, pois ela elimina os aspectos de ‘contra’, ‘lado a lado’, ‘superior’, concorrência e anulação. Cooperação em — missões é um conceito sagrado e amplo de iguais, unidos por uma confiança mútua, um propósito único e um esforço único, aceitando responsabilidades, autoridade, elogio e culpa iguais; compartilhando tarefas, alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. Isso significa planejamento em conjunto, legislação em conjunto, programação em conjunto, e envolve as igrejas que enviam e acolhem em uma mesma base. Cooperação de igualdade e mutualidade em missões é tanto uma atitude, uma relação espiritual, social e teológica, uma filosofia de ministério, um estilo de vida e missões, quanto é um padrão definido de relacionamento entre missão e igreja para efeitos de administração e legislação” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.289).

 

 

CONCLUSÃO

 

Nesta lição fomos estimulados a conhecer as necessidades dos missionários. Você e sua família podem fazer muita diferença na vida deles e de suas respectivas famílias. Se o nosso coração estiver em missões, nossos joelhos estarão dobrados, nosso testemunho alcançará pessoas e nossas finanças investirão no que é eterno (Mt 6.19-21). Por isso, Deus deseja que seu povo se comprometa e assuma a responsabilidade com os missionários que servem no campo. Há bênçãos sem medidas para quem cuida da obra missionária.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Cite pelo menos dois princípios que devem permanecer claros a respeito do sistema de apoio aos missionários.

a) A igreja deve se conscientizar biblicamente de que o missionário é um obreiro formado pela igreja local e, por isso, está inteiramente sob a sua responsabilidade (At 11.19-26; At 13.1-5; 14.25-28; 16.1-8); b) ele é um obreiro orientado pelo pastor da igreja e enviado para fazer a obra missionária conforme a visão que o Espírito Santo concede à igreja (At 6.6; 1.24).

 

2. Segundo a lição, qual é o objetivo das Missões?

O objetivo de Missões é que Cristo seja conhecido e adorado em todo lugar.

 

3. Que tipo de cuidado o missionário precisa receber da igreja local?

O missionário precisa ser cuidado integralmente pela igreja. Com cuidado integral queremos nos referir a toda a esfera da vida do missionário, ou seja, não somente na área financeira, mas também na área espiritual, emocional, física e social.

 

4. Que conhecimento a igreja local deve tomar com relação à comunicação do campo missionário?

A igreja local deve tomar conhecimento de como a agenda missionária da igreja é desenvolvida, bem como levar em primeira mão as notícias a respeito das principais atividades do campo missionário.

 

5. Que oportunidade a igreja local pode franquear aos missionários?

É importante que a igreja local dê oportunidade aos missionários para que eles compartilhem essas necessidades e, assim, a igreja se sinta convocada a cooperar nas doações, como a igreja de corinto foi convocada a fazer (1Co 8.1-7).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

 

A RESPONSABILIDADE DA IGREJA COM OS MISSIONÁRIOS

 

Caro(a) professor(a), a paz do Senhor. Anteriormente, tratamos sobre as formas pelas quais a igreja deve se importar com missões. Nesta lição, veremos que a igreja tem a responsabilidade como mantenedora da obra missionária. É muto comum encontrarmos igrejas que são calorosas quanto ao incentivo para a realização de missões. Outras têm a pretensão de enviar missionários ao campo porque anelam realizar essa obra de forma mais direta. Todavia, é preciso considerar alguns aspectos que envolvem assumir o compromisso em ser mantenedor de um missionário.

Em primeiro lugar, é importante considerar a capacitação das pessoas que têm o chamado para missões. Há muitas dificuldades que implicam na realização da obra missionária, que vão desde a escassez de recursos até questões emocionais e de ordem familiar. Quando se seleciona missionários para o campo, não basta identificar pessoas com boa vontade. É preciso também verificar se elas têm o preparo emocional para lidar com as intempéries do campo. Há muitas pessoas que, em virtude da empolgação, empregam forças e até realizam um bom trabalho, porém o desânimo, a pressão por resultados ou mesmo a distância da família faz com que muitos pensem em desistir do chamado.

Nesse sentido, a igreja deve entender seu papel como mantenedora do trabalho missionário não apenas no envio de recursos materiais, mas também no apoio emocional e espiritual dos missionários. Por sua vez, cabe àqueles que foram chamados por Deus entender a dimensão da abnegação que terão de enfrentar em razão do chamado. Conforme afirma o missionário Olinto de Oliveira: “Aqui a palavra maior é abnegação. É duro, é difícil. A dor da separação da família e dos amigos é enorme. A saudade da cultura nativa pressiona e leva o missionário a questionar a validade da renúncia em favor do trabalho. Isso, no entanto, precisa acontecer para que o Evangelho seja anunciado transculturalmente. A pergunta permanece: você está disposto a passar por tudo isso para que a mensagem do evangelho alcance outras pessoas? Aqueles que foram chamados por Deus e obedeceram largaram tudo, até mesmo os seus próprios ideais e ambições, para fazer aquilo que está no coração de Deus” (Missões: a Hora Chegou, CPAD, 2020, p.187).

E fundamental que a igreja tenha esse entendimento. Cabe àqueles que são responsáveis pelos departamentos de Missões de suas igrejas compartilhar a visão e conscientizar a igreja de que o cuidado e a manutenção da obra missionária devem ser contínuos.