Título: A Igreja em Jerusalém — Doutrina, Comunhão e Fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições
Comentarista: José Gonçalves
Lição 1: A Igreja que nasceu no Pentecostes
Data: 6 de julho de 2025
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4).
A Igreja nasce no Pentecostes capacitada pelo Espírito para cumprir sua missão.
Segunda — At 2.1-3
A manifestação divina e os sinais do Pentecostes
Terça — At 2.4
O derramamento do Espírito
Quarta — At 2.11; 10.46
Louvor e adoração
Quinta — At 2.20
A esperança futura
Sexta — At 1.5
Uma experiência específica e definida
Sábado — Ef 5.18
Uma experiência contínua
Atos 2.1-14.
1 — Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 — e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 — E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 — E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
5 — E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 — E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 — E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8 — Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
9 — Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia,
10 — e Frígia, e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus como prosélitos),
11 — e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
12 — E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
13 — E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.
14 — Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
24, 155 e 387 da Harpa Cristã.
1. INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos a Igreja de Jerusalém conforme apresentada em Atos dos Apóstolos. Dentre muitos tópicos, veremos como essa igreja se formou, viveu e expandiu o Evangelho para fora da Judeia. Nesta primeira lição, estudaremos como a Igreja nasceu — de Jerusalém para o mundo — como uma igreja pentecostal. Para tratar desses assuntos, contaremos com o pastor José Gonçalves, líder da Assembleia de Deus em Água Branca (PI), mestre em Teologia, graduado em Filosofia, escritor de diversas obras editadas pela CPAD e membro da Comissão de Apologética da CGADB.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar a natureza do Pentecostalismo Bíblico; II) Enfatizar o propósito do Pentecostalismo Bíblico; III) Elencar as características do Pentecostalismo Bíblico.
B) Motivação: O teólogo pentecostal Myer Pearlman traz uma imagem muito significativa a respeito do nascimento da Igreja em sua obra Comentário de Atos — Estudo do Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Ele nos diz que Jesus planejou a Igreja durante seu ministério terreno, mas deixou ao seu sucessor, o Espírito Santo, a missão de erguê-la e, consequentemente, colocá-la na história. Ainda segundo Pearlman, “foi no dia de Pentecostes que esse templo espiritual foi construído e cheio da glória do Senhor”. Portanto, a Igreja do Senhor aparece na história como a Igreja de Jerusalém.
C) Sugestão de Método: Para iniciar esta lição, sugerimos que você faça a seguinte introdução: Antes de falarmos sobre a Igreja de Jerusalém, devemos nos deter no acontecimento poderoso do cenáculo: o dia de Pentecostes. Esse evento marca o ponto culminante do extraordinário plano de Deus para a edificação de sua Igreja. Assim como Jesus adentrou no mundo com a fragilidade de uma criança por meio da encarnação, a Igreja também entra na história como uma igreja local em Jerusalém e, mais tarde, se expandirá até os confins da Terra. Após essa introdução, proponha uma reflexão com a classe sobre a natureza do Pentecostes Bíblico, seu propósito e suas características, antecipando os tópicos que serão abordados ao longo da lição. Depois de ouvir os alunos, prossiga com a exposição do ensino.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após fazer toda a exposição dos tópicos da Lição, aplique as verdades estudadas, mostrando que o Pentecoste é o Espírito Santo habitando a Igreja de Cristo de maneira visível e, consequentemente, nos crentes da igreja local.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 102, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “o Dia de Pentecostes”, localizado após o primeiro tópico, traz o episódio do Dia de Pentecostes como um acontecimento do Espírito Santo; 2) No final do terceiro tópico, o texto “Falar em Línguas” aprofunda o papel das línguas no Derramamento do Espírito.
INTRODUÇÃO
A Igreja nasceu no dia de Pentecostes. Esse evento marcou o início de uma nova era: a era da Igreja. O Pentecostes era uma das festas mais importantes dos judeus e acontecia cinquenta dias depois da Páscoa. Foi nesse dia especial que Deus derramou o Espírito Santo sobre todos os discípulos, batizando-os. derramamento do Espírito no Pentecostes marca o início da Igreja como uma comunidade de profetas, como foi profetizado por Joel (Jl 2.28). No livro de Atos, Lucas ensina que esse acontecimento tinha um significado especial para o fim dos tempos, pois já havia sido anunciado pelos profetas o Antigo Testamento. Além disso, o Pentecostes foi uma prova clara de que Jesus havia ressuscitado. O propósito desse derramamento do Espírito Santo foi dar poder à Igreja para testemunhar de Cristo ao mundo e levá-la à verdadeira adoração. Isso é o que veremos nesta lição.
Palavra-Chave:
PENTECOSTES
I. A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. De natureza divina. Lucas relata que, por ocasião do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, foi ouvido do céu “um som, como de um vento veemente e impetuoso” que “encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2) e que “foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo” (At 2.3). Os estudiosos da Bíblia explicam que esses sinais são manifestações da presença de Deus, chamadas de “teofanias”. Isso significa que Deus se revelou de maneira visível e audível, assim como fez no Monte Sinai, quando entregou a Lei a Moisés. Naquela ocasião, houve trovões, relâmpagos e um som forte, e o povo ouviu a voz de Deus e viu um grande fogo (Êx 19.16). Moisés depois lembrou ao povo desse momento, dizendo: “desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36).
2. Um evento paralelo ao Sinai. Assim como no Sinai, onde a presença de Deus se tornou real, como uma das experiências mais marcantes na história do antigo povo de Deus, de uma forma muito mais gloriosa e profunda, o Pentecostes marcou o Encontro do Espírito de Deus com a Igreja. Pentecostes, portanto, é a experiência do Espírito Santo. Lá no Sinai, a letra da Lei foi escrita em tábuas de pedras (Dt 9.10,11); aqui, no Pentecostes, a Palavra de Deus foi escrita nos corações (Jr 31.33; 2Co 3.3)!
3. Centrada em Cristo e nos tempos finais. Na sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro deixou claro que esse evento estava totalmente ligado a Jesus. Ele mostrou que o derramamento do Espírito Santo estava diretamente relacionado à morte, ressurreição e ascensão de Cristo (At 2.23,24,32,33). Isso significa que, embora o Pentecostes seja uma manifestação do Espírito Santo, ele também é cristocêntrico, ou seja, tem Cristo como seu centro. Sem a cruz de Cristo, o Pentecostes perderia seu verdadeiro significado, pois não há Pentecostes sem a cruz. Além disso, Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade. Quando Pedro usou a expressão “nos últimos dias” (At 2.17), ele mostrou que esse evento tinha um significado escatológico, ou seja, estava ligado ao plano de Deus para os tempos finais.
SINOPSE I
O Pentecoste Bíblico é um evento de natureza divina, centrado em Cristo e nos “tempos finais”.
“O DIA DE PENTECOSTES (2.1-41). A festividade judaica do Dia de Pentecostes assume novo significado em Atos 2, pois é o dia no qual o Espírito prometido desce em poder e torna possível o avanço do evangelho até aos confins da terra. O batismo dos apóstolos com o Espírito Santo no Dia de Pentecostes serve de fundação da missão da Igreja aos gentios. Essa experiência corresponde à unção de Jesus com o Espírito no rio Jordão (Lc 3.21,22). Existem semelhanças entre estes dois eventos. O Espírito desceu sobre Jesus depois que Ele orou (Lc 3.22); no Dia de Pentecostes, os discípulos também são cheios com o Espírito depois que oram (At 1.14). Manifestações físicas acompanham ambos os eventos. No rio Jordão, o Espírito Santo desceu em forma corpórea de pomba, e no Dia de Pentecostes a presença do Espírito está evidente na divisão de línguas de fogo e no fato de os discípulos falarem em outras línguas. A experiência de Jesus enfatizava uma unção messiânica para seu ministério público pelo qual Ele pregou o Evangelho, curou os doentes e expulsou demônios; os apóstolos agora recebem o mesmo poder do Espírito. Derramamentos subsequentes do Espírito em Atos são semelhantes à experiência dos discípulos em Jerusalém” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.631).
“UM VENTO VEEMENTE E IMPETUOSO
[...] LÍNGUAS [...] DE FOGO. Em algumas ocasiões no passado, o fogo havia acompanhado a presença de Deus (cf. Êx 3.1-6; 13.21; 1Rs 18.38,39), de modo que esse sinal pode ter assegurado particularmente os crentes judeus de que o que estava acontecendo realmente vinha de Deus. O ‘fogo’ também pode ter simbolizado a maneira como o povo de Deus foi consagrado (isto é, separado, purificado) para a obra e o propósito de trazer honra a Cristo (Jo 16.13,14) e para o testemunho a respeito dEle (veja 1.8; 13.31, notas).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, editada pela CPAD, p.1924.
II. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Promover a verdadeira adoração. As manifestações externas, como o som ou vento e o fogo ocorridas no Pentecostes, prendem nossa atenção. Contudo, não podemos perder de vista o que o Pentecostes produz internamente na vida do crente. Um dos propósitos marcantes do Pentecostes em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Logo, o Pentecostes que não adora não é bíblico. De fato, quando os gentios experimentaram o Pentecostes, eles também “magnificavam” a Deus (At 10.46). Da mesma forma, o apóstolo Paulo diz que um crente pentecostal, cheio do Espírito, dá “bem as graças” (1Co 14.17). O fogo pentecostal promove o verdadeiro louvor.
2. Poder para testemunhar. O Pentecostes tem uma dimensão escatológica, pois aconteceu “antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.20). No entanto, essa realidade dos últimos tempos não significa que a Igreja deve ter uma visão escapista, ou seja, desejar fugir do mundo a qualquer custo. O Pentecostes não foi dado para que os crentes se isolassem, mas para que fossem capacitados a testemunhar e viver no mundo até a volta de Cristo. A Igreja deve aguardar com esperança, mas também cumprir sua missão até o fim. Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8). De fato, é isso o que acontece depois do Pentecostes (At 4.33).
SINOPSE II
O propósito do Pentecostes Bíblico é promover a verdadeira adoração e capacitar os crentes para testemunhar.
III. CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Uma experiência específica. Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8). Naquele dia o Senhor Jesus batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4). Essas pessoas já eram regeneradas, isto é, salvas. Jesus já havia dito que elas já estavam limpas pela Palavra (Jo 15.3); e que seus nomes estavam arrolados nos céus (Lc 10.20). Eram, portanto, crentes. Contudo, Jesus as mandou esperar pela experiência pentecostal, isto é, o batismo no Espírito Santo (At 1.5). O Pentecostes bíblico é, por conseguinte, distinto da salvação. Na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33).
2. Uma experiência definida e contínua. Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os crentes “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Escritura é clara em mostrar que a evidência inicial do batismo pentecostal foi os crentes falarem em outras línguas. Não há dúvidas de que outros resultados ou evidências do batismo no Espírito Santo se seguem. Contudo, foi o falar em línguas, não o sentir uma grande alegria ou mesmo um amor afetuoso demonstrado por eles, que deixou os crentes judeus convencidos de que os gentios haviam recebido o batismo no Espírito Santo (At 10.44-46).
3. As línguas e o amor. A evidência física e inicial ou sinal do batismo no Espírito Santo foi o falar em outras línguas. Não foi uma grande alegria ou um amor afetuoso que evidenciaram o batismo no Espírito Santo. Paulo, por exemplo, disse que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). O apóstolo escreveu para uma igreja Pentecostal e o amor aparece aqui não como uma evidência de enchimento, mas de crescimento e maturidade em Cristo.
SINOPSE III
O Pentecostes Bíblico é caracterizado por uma experiência definida e contínua, na qual as línguas são a evidência do enchimento do Espírito.
FALAR EM LÍNGUAS
“Falar em línguas é o sinal inicial do batismo com o Espírito. Serve como manifestação externa do Espírito e acompanha o batismo ou imersão no Espírito. Para Pedro, o sinal milagroso demonstra a plenitude do Espírito. Ele aceita línguas como a evidência de que os cento e vinte foram cheios com o Espírito. Como sinal inicial, as línguas transformam uma profunda experiência espiritual num acontecimento reconhecível, audível e visível. Os crentes recebem a certeza de que foram batizados com o Espírito. O próprio Jesus não falou em línguas, nem mesmo no rio Jordão. Sua unção especial foi normativa para seu ministério, mas o derramamento do Espírito em Atos 2 é normativo para os crentes. A distinção entre Jesus e os crentes é que Ele inicia a nova era como Senhor” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.632).
CONCLUSÃO
Como vimos, o Pentecostes marcou o início da era da Igreja. Jesus, agora glorificado, batizou os crentes no Espírito Santo (At 2.4), e o Espírito Santo os inseriu no Corpo de Cristo, que é a Igreja (1Co 12.13), cujo nascedouro foi no Pentecostes. Esse evento é essencial porque mostrou que Deus deseja uma Igreja capacitada para cumprir sua missão que é pregar o Evangelho ao mundo, tanto por palavras quanto por ações. No entanto, essa missão só pode ser realizada com êxito pelo poder do Espírito Santo.
Afetuoso: Amoroso, carinhoso, afeiçoado, querido, amável, gentil, bondoso.
Teofania: Manifestação visível de Deus ou uma aparição de sua presença de forma tangível, como no fogo ou na nuvem no Monte Sinai (Êxodo 19) ou no Pentecostes (Atos 2).
1. Quais fenômenos registrados em Atos 2.2,3 são considerados teofânicos?
“Um som, como de um vento veemente e impetuoso” e “línguas repartidas, como que de fogo”.
2. Segundo o apóstolo Pedro, qual profecia do Antigo Testamento se cumpriu no Pentecostes, e como isso demonstra o aspecto escatológico desse evento?
Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade.
3. Cite um dos propósitos marcantes do Pentecostes em Jerusalém, conforme Atos 2.11.
Um dos propósitos marcantes do Pentecoste em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11).
4. Segundo Atos 1.8, para que a Igreja necessita do poder do Espírito Santo?
Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8).
5. Por que o Pentecostes bíblico é distinto da salvação, segundo Atos 1.5 e Atos 2.33?
Porque, na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33).
A IGREJA QUE NASCEU NO PENTECOSTES
Querido(a) professor(a), a paz do Senhor. Estamos iniciando um novo trimestre de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Nesta nova oportunidade, estudaremos sobre o comprometimento e o fervor espiritual pelo Evangelho, e a conduta ilibada e santa, dos cristãos da Igreja Primitiva, os quais servem de referências para os crentes da geração atual. Em tempos de mornidão espiritual, os crentes de nossos dias precisam buscar o poder pentecostal e o genuíno avivamento da fé.
O revestimento de poder do Alto no Dia de Pentecostes marcou o início da Era da Igreja. Os crentes lavados e remidos no sangue de Jesus receberam o batismo no Espírito Santo com vistas a promover uma adoração sincera e espiritual que agradasse a Deus. O modelo de adoração e relacionamento instituídos no Antigo Testamento, por meio da lei mosaica e do testemunho dos profetas, havia sido negligenciado pelo povo da Antiga Aliança. Uma vez que o distanciamento de Deus era evidente, a vinda de Jesus veio reaproximar o Seu povo de uma adoração que fosse praticada em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Nesse sentido, o derramamento de poder no Dia de Pentecostes corroborou para o processo de transição de um modelo antigo contaminado pela religiosidade farisaica para um modelo de adoração que cumpria, de fato, a vontade divina.
Além de promover a verdadeira adoração a Deus, outra bênção originada pela manifestação de poder no Dia de Pentecostes foi justamente a capacitação da igreja para proclamar o Evangelho da graça (At 1.8). O Espírito Santo veio para reger a igreja dentro da vontade divina, ensinando todas as coisas necessárias para sua edificação espiritual, bem como capacitando-a a testemunhar a mensagem da salvação até a Volta de Jesus (Jo 14.26). Nas palavras do pastor Claiton Pommerening na obra Teologia da Experiência (CPAD), “Lucas [Evangelho] apresenta uma teologia pneumatológica proclamadora do querigma, cuja função é preparar os discípulos a proclamarem o evangelho com autoridade, sinais e evidências incontestáveis para a sociedade. A intencionalidade textual de Lucas aponta para a proclamação do evangelho inspirada, como obra principal do Espírito. [...] O caráter proclamatório do evangelho nos eventos descritos por Lucas aponta para o fato de que o Espírito Santo irrompe na história, capacitando os indivíduos e a comunidade para a proclamação desinibida e corajosa do evangelho [...]” (2024, p.31). Nesse sentido, fica evidente que o poder do Espírito Santo é a fonte revigoradora e capacitadora da Igreja para o cumprimento da sua missão.