LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2005

 

Título: Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 7: Fidelidade e diligência na obra de Deus

Data: 15 de Maio de 2005

 

TEXTO ÁUREO

 

Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel(1Co 4.2).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A fidelidade em tudo, no pouco e no muito, é imprescindível ao servo de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 1Co 4.2; 2Tm 2.2

A fidelidade no uso dos talentos é indispensável

 

 

Terça — Jo 20.21

Fomos comissionados pelo Senhor Jesus

 

 

Quarta — Fp 2.12

A obra do Senhor deve ser feita com temor e tremor

 

 

Quinta — Tg 2.17,18

A verdadeira fé expressa-se pelas boas obras

 

 

Sexta — Ez 28.11-19

Talentos usados contra Deus

 

 

Sábado — Sl 58.11; Lm 3.64; Os 4.9

A recompensa do Senhor

 

HINOS SUGERIDOS

 

46, 164 e 437 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 25.14-30.

 

14 — Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens,

15 — e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.

16 — E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos.

17 — Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois.

18 — Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor.

19 — E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.

20 — Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles.

21 — E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

22 — E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.

23 — Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

24 — Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

25 — e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

26 — Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei;

27 — devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros.

28 — Tirai-lhe, pois o talento e dai-o ao que tem os dez talentos.

29 — Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado.

30 — Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, após recepcionar os alunos e visitantes, comente que qualquer homem possui habilidades naturais a fim de utilizá-las a serviço do Senhor (Sl 68.18). E não somente isso, mas também contamos com o auxílio de dons sobrenaturais concedidos por Deus. Enfatize a importância de trabalharmos em prol do Reino não simplesmente para cumprir uma ordem, mas pela gratidão a Deus em virtude da nova posição que ocupamos em Cristo.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir talento em seu sentido histórico e figurado.
  • Narrar a parábola destacando seus principais elementos.
  • Explicar o ensino fundamental da parábola.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

A Parábola dos Talentos descreve um episódio relacionado a um homem que, antes de se ausentar de sua pátria, convoca seus servos e distribui a cada um deles parte de seus bens. A um concedeu dez talentos; a outro, dois; e ao seguinte, um, a fim de os negociarem até o seu retorno. Essa distribuição, segundo o texto, foi realizada de acordo com a capacidade de cada servo (v.15). Aquele que havia recebido um talento escondeu-o, provando, pela sua negligência, que seu senhor estava certo em dar-lhe este valor. Os outros duplicaram a importância recebida. Os servos fiéis foram elogiados pelo lucro produzido, ao passo que o infiel, além de perder seu talento, foi considerado mau e negligente. Por meio desta parábola, aprendemos que o Senhor nos concede dons, habilidades e oportunidades para trabalharmos em sua obra, mas em breve, teremos de prestar-lhe contas do que fizemos com todas essas dádivas. O Senhor espera que administremos com fidelidade e diligência todos os talentos que Ele nos concedeu.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Leve para a sala de aula lápis e papel. Distribua esses materiais entre os alunos. Peça-lhes para listar seus bens materiais, suas habilidades naturais e dons espirituais. Depois reflita com eles acerca das seguintes perguntas: Vocês reconhecem que são apenas mordomos e que tudo isso foi concedido por Deus? Como vocês têm empregado esses talentos na obra de Deus? Quanto tempo vocês tem separado para Deus durante o dia? Quantas oportunidades poderiam ser utilizadas para falar do evangelho, mas foram desperdiçadas?

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Existe um paralelo entre as Parábolas dos Talentos e das Minas em Lucas 19.11-27.

Na parábola das minas, a cada servo foi entregue o mesmo valor; a mesma responsabilidade: “uma mina” (v.13), mas a recompensa variou conforme o trabalho efetuado pelos servos (vv.16-26).

Na dos talentos, variou a quantidade de talentos para cada servo (Mt 25.15), mas a recompensa foi a mesma para todos (vv.23,24). A primeira parábola destaca a fidelidade do crente nas mínimas coisas, e a segunda, a fidelidade nas grandes coisas, no serviço do Senhor. Ambas as parábolas tratam a fundo do valor da diligência na casa de Deus.

 

I. A DISTRIBUIÇÃO DOS TALENTOS (Mt 25.14,15)

 

1. O que era talento? A ideia principal desta parábola é a de um homem rico que, ao retirar-se de seu país, distribuiu talentos aos seus servos conforme a capacidade de administrar de cada um. Nos dias de Jesus, o talento era uma moeda de muito valor. Um talento equivalia a alguns milhares de denários, e um denário era a remuneração diária de um trabalhador (Mt 20.2).

2. O significado dos talentos na parábola. Esses talentos representam habilidades naturais ou espirituais, tempo, recursos e oportunidades que cada pessoa recebe de Deus para utilizá-los em seu serviço. Isto é, recebemos do Senhor para administrá-los em favor do seu reino. Tudo o que temos e somos advém de nosso Senhor Jesus Cristo, pois todas as coisas foram criadas nele, por Ele e para Ele (Cl 1.16), e, sem Ele, nada somos e nada podemos fazer (Jo 15.5). Cada pessoa, em particular, é dotada de algum talento com o qual poderá trabalhar para o Senhor e receber a devida recompensa.

3. Talentos repartidos entre os servos (Mt 25.15). O Senhor repartiu os talentos de forma proporcional à capacidade de cada um para negociar, a fim de que cada servo pudesse ser bem-sucedido em suas atividades. Não se trata de algum tipo de discriminação, mas da potencialidade individual, espiritual e comum de cada crente para servir. O importante é que todos desempenhem satisfatoriamente os seus trabalhos e desenvolvam suas aptidões na obra de Deus. Segundo a parábola, aquele senhor entregou a um servo cinco talentos; a outro, dois e ao terceiro, um. Cada servo deveria empregá-los da melhor forma possível.

 

II. O TRABALHO DOS SERVOS (Mt 25.15-18)

 

1. O que recebeu cinco talentos (vv.16,19-21). Era, indiscutivelmente, talentoso! Tanto que, imediatamente após a saída de seu senhor, não perdeu tempo, pôs-se a trabalhar com diligência. Diz o texto que esse servo “negociou com eles e granjeou outros cinco talentos” (Mt 25.16,20). O verdadeiro cristão esmera-se em negociar seus talentos, fazendo-os multiplicar. Não é indolente, antes, é diligente em tudo que faz. Confia no seu Senhor e o tem por justo, porquanto sabe que na volta dEle receberá seu galardão (1Co 15.10; Fp 4.13).

2. O que recebeu dois talentos (vv.17,22,23). Mesmo havendo recebido apenas dois talentos, não teve inveja ou ciúmes do que recebera cinco, pois reconhecia seus limites. Isto nos ensina que o Senhor sabe exatamente quantos talentos podemos administrar. Devemos empregar diligentemente o que de Deus temos recebido. Esse servo não questionou a quantidade de talentos ganhos, pelo contrário, trabalhou com persistência e granjeou outros dois talentos.

3. O que recebeu apenas um talento (vv.18,24,25). Pelo fato de ter outorgado apenas um talento a este servo, Deus não o estava menosprezando; ao contrário, isso era tudo o que aquele servo poderia granjear naquele momento. Caso negociasse aquele talento, pela sua fidelidade, ser-lhe-ia acrescentado outro. Contudo, este servo criticou o seu Senhor, acusou-o de injustiça, demonstrando falta de autocrítica e ingratidão (Mt 25.24,25).

Há na igreja pessoas que se declaram servos de Deus (cf. vv.14,26), todavia não querem trabalhar para o seu Senhor (v.18); e ainda apresentam justificativas contra Deus.

Devemos nos contentar com aquilo que recebemos do Senhor e fazer o melhor para agradá-lo.

 

III. O ÊXITO E O INSUCESSO DOS SERVOS

 

1. O êxito dos primeiros servos (vv.16,17,19-23). A narrativa declara que tanto quem recebeu cinco quanto dois talentos do senhor negociaram bem e duplicaram-nos. Estes foram fiéis e diligentes. Na vida cotidiana da igreja, todo crente recebe dádivas naturais e espirituais do Senhor, a fim de fazer a igreja progredir social, material e espiritualmente. Deus está atento à fidelidade com que as empregamos em seu Reino. Os dois primeiros servos dedicaram-se em negociar seus talentos, por isso obtiveram êxito.

2. O insucesso do terceiro servo (vv.18,24,25). Podemos comparar este servo ao crente que nunca está satisfeito. Esse servo havia recebido tanto quanto era capaz de negociar, entretanto, “foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (v.18). Esse talento representa desperdício e prejuízo para o senhor. Da mesma maneira, ocorre no Reino de Deus com os crentes que, ao invés de trabalharem, desprezam suas habilidades naturais e espirituais e tornam-se inúteis na Casa de Deus. É o tipo de pessoa que tenta salvar sua vida, no entanto, acaba perdendo-a (Mt 16.25).

 

IV. A PRESTAÇÃO DE CONTAS (Mt 25.19)

 

1. Fidelidade antes da recompensa. Antes de requerer qualquer direito, o servo deve cumprir o seu trabalho para receber seu pagamento. O prêmio extra pelo trabalho executado será sempre fruto da bondade do Senhor. Os servos fiéis empregaram sua capacidade máxima no labor. Enquanto o infiel, além de enterrar seu talento, acusou injustamente seu senhor de vileza (vv.18,24). Ele foi improdutivo. Deixou de negociar seu talento, e para confirmar sua indolência, enterrou-o a fim de parecer honesto, devolvendo-o sem qualquer valor acrescido. Por isso, foi condenado e chamado “mau e negligente servo” (v.26).

2. Recompensa depois da fidelidade. Todo servo deve fazer seu trabalho com alegria, diligência e fidelidade. A recompensa daqueles fiéis servos foi o convite para entrar “no gozo do Senhor” (vv.21,23). Nosso galardão está explícito na Bíblia (Ap 2.10). Na realidade, nosso serviço para o Senhor é pouco em relação à recompensa que ganharemos. Os árduos trabalhos de hoje são incomparáveis às bênçãos da eternidade (Ap 22.3).

3. O ajuste de contas. O Senhor voltará para reaver seus talentos quando ninguém o esperar (Mt 25.13,19). Devemos trabalhar com diligência e vigilância até que Ele venha, porquanto cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12). Os fiéis serão abençoados e entrarão no gozo do Senhor, todavia, os infiéis ficarão de fora e serão punidos sem misericórdia. Receberemos pelo que fizermos ou deixarmos de fazer para o Senhor enquanto estivermos aqui na terra (Ef 6.8; Cl 3.24,25).

 

CONCLUSÃO

 

Aprendemos algumas lições preciosas nesta parábola: todos recebemos algum dom de Deus a fim de usá-lo no progresso do Reino; existem servos infiéis e injustos que nada fazem em prol do crescimento da obra de Deus; haverá um dia de prestação de contas para os justos — o Tribunal de Cristo (2Co 5.10) — e injustos — o Grande Trono Branco (Ap 20.11-15) —; e, obviamente, a retribuição será distinta para fiéis e infiéis. Multipliquemos, pois, os talentos que recebemos do Senhor Nosso Deus.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Mordomo é um servo especial honrado que goza de plena confiança de seu senhor. É o controlador dos assuntos domésticos; quem providencia as coisas, faz transações financeiras, etc. Aqueles servos receberam a incumbência de negociar com os bens recebidos de seu senhor. Temos a obrigação, como mordomos, de trabalhar com esses talentos recebidos.

O talento passou a representar um valor monetário que podia ser bronze, prata ou ouro. Um talento equivalia a 60 minas, e uma mina, aproximadamente, a 50 ciclos. Portanto, um talento de ouro ou prata era uma grande quantia.

Nesta parábola, os talentos têm um sentido figurado que representam valores pessoais, aptidões naturais, oportunidades que Deus nos dá para fazermos a sua obra, como autênticos mordomos.

Aquele senhor chamou os seus servos e deu-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro, um. Não houve qualquer injustiça de sua parte. O fato de ter dividido os seus bens de modo distinto não foi uma injustiça; ‘Foi dado a cada um segundo a sua capacidade’. Destacamos aqui algumas verdades relacionadas com a mordomia dos talentos: a) A mordomia dos talentos requer um serviço fiel; b) Cada um recebe segundo a sua capacidade; c) Nesta mordomia não há lugar para a ociosidade; d) O senhor não aceita desperdício.

 

Talentos naturais e espirituais

Os talentos naturais são aquelas aptidões e inclinações natas que todo homem traz consigo desde o nascimento. São dons ou inclinações naturais para uma variedade de coisas boas.

A música, a poesia, as letras, a pintura, artes de modo geral, são exemplos de dons naturais. Esses talentos, apesar de naturais, são dotações da parte de Deus.

Ressaltamos que quando uma pessoa aceita a Jesus como seu Salvador, todos os talentos evidenciados em sua vida adquirirão uma nova dimensão...

Os artistas seculares — os cantores, atores, atletas, entre outros, estão sempre procurando se apresentar da melhor maneira possível, esforçando-se para agradar a todos. Enquanto isto, observamos que muitos cristãos que possuem talentos diversos estão se acomodando e se conformando em oferecer a Deus apenas uma parte mínima das suas reais possibilidades. Não fazem mais e melhor o que estão fazendo para Deus. Não esqueçamos que todos vamos comparecer ante o tribunal de Cristo para dar conta dos nossos feitos, e para receber a recompensa de acordo com o uso que fizermos dos nossos talentos (2Co 5.10).

Talentos espirituais são aquelas prendas da parte de Deus, outorgadas exclusivamente aos crentes como ferramentas para uso na edificação da sua Igreja. São conhecidos como Dons Espirituais. Paulo os relaciona em 1 Coríntios 12” (SANTOS, José Antônio dos. Trabalhadores da vinha do Senhor. RJ: CPAD, 2002, pp.100-102).

 

GLOSSÁRIO

 

Árduo: Difícil; cansativo; espinhoso.

Diligente: Aplicado; esforçado; zeloso.

Indolente: Preguiçoso; desleixado; descuidado.

Outorgar: Conceder; dar; conferir.

Vileza: Qualidade daquilo ou daquele que é vil; desprezível.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

SANTOS, José Antônio dos. Trabalhadores da vinha do Senhor. CPAD, 2002.

CABRAL, Elienai. Mordomia cristã. CPAD, 2003.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Qual o significado dos talentos nesta parábola?

R. Representam habilidades naturais ou espirituais, tempo, recursos e oportunidades que cada pessoa recebe de Deus para utilizá-los em seu serviço.

 

2. Como foi feita a distribuição dos talentos?

R. Foram repartidos de forma proporcional à capacidade de cada servo para negociar.

 

3. Como foi o desempenho dos três servos?

R. Os dois primeiros servos empregaram diligentemente os seus talentos, enquanto o terceiro, foi negligente, mau e infiel.

 

4. O que o Senhor requer de cada um de seus servos?

R. Que cada um use os seus talentos com fidelidade e diligência.

 

5. De que maneira os servos fiéis serão recompensados?

R. Serão abençoados e entrarão no gozo do Senhor.