LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

2º Trimestre de 2005

 

Título: Parábolas de Jesus — Advertências para os dias de hoje

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 13: As Bodas do Filho de Deus

Data: 26 de Junho de 2005

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos(Mt 22.14).

 

VERDADE PRÁTICA

 

As bodas e a suprema coroação daqueles que atenderam ao convite divino e foram fiéis ao Rei.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — At 13.46

O convite real rejeitado

 

 

Terça — Jo 1.12

O convite real aceito

 

 

Quarta — 1Jo 3.2

Os convidados assemelhar-se-ão ao anfitrião

 

 

Quinta — Ap 3.21

O lugar de honra dos convidados vencedores

 

 

Sexta — Ap 19.9

Os convidados às bodas são bem-aventurados

 

 

Sábado — Ap 19.7

A noiva deve estar pronta para as bodas

 

HINOS SUGERIDOS

 

208, 304 e 419 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 22.2-14.

 

2 — O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho.

3 — E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram vir.

4 — Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.

5 — Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro para o seu negócio;

6 — e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.

7 — E o rei, tendo noticias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.

8 — Então, disse aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.

9 — Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.

10 — E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial ficou cheia de convidados.

11 — E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial.

12 — E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.

13 — Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.

14 — Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, chamamos de “contextualização” o recurso da hermenêutica bíblica que procura tornar a mensagem da Escritura compreensível ao cristão moderno. Quem expõe o texto bíblico deve responsabilizar-se por mostrar o sentido original e atual da mensagem. É nosso compromisso tornar a Palavra de Deus compreensível aos nossos alunos. Portanto, procure sempre aplicar o ensino das parábolas à realidade da classe. Por exemplo: os manuais de etiqueta objetivam ensinar como vestir-se adequadamente em cada ocasião. A Bíblia Sagrada é nosso manual de regra e conduta. Por meio dela, aprendemos sobre as vestes espirituais indispensáveis àqueles que desejam participar das Bodas do Cordeiro — vestes de santidade, de justiça e de verdade.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Sintetizar a mensagem principal da lição.
  • Descrever os personagens das Bodas do Cordeiro.
  • Explicar os aspectos futuro e atual da celebração das bodas.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Nesta parábola, a figura de Deus é representada por um rei que vai celebrar as bodas de seu filho e envia seus servos a chamar os convidados. Os primeiros a receberem o convite não fazem caso do mesmo por motivos irrelevantes. Então, o rei estende seu convite a todas as pessoas desprezadas pela sociedade, estas prontamente aceitam-no. No meio da festa, o rei avista um convidado sem os trajes apropriados para a festa e questiona-o a respeito disso. Diante de seu emudecimento, o convidado é expulso da festa. Os primeiros convidados representam a rejeição dos judeus ao Messias. Os outros, nós, os gentios. Como em qualquer festa nupcial, só participarão das Bodas do Cordeiro, preparadas pelo Pai celestial, os que estiverem com suas vestes adequadas, isto é, trajados com a “justiça dos santos” (Ap 19.8).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Reproduza o gráfico contendo os principais assuntos da parábola das Bodas do Cordeiro. Utilize transparências, cartolina ou quadro de giz a fim de auxiliar os alunos a fixarem a aprendizagem.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Esta parábola às vezes é confundida com a de Lucas 14.16-24, porque as duas apresentam uma festa, em que alguns convidados aceitam e outros rejeitam o convite. Porém, as duas são relatos e lições totalmente distintas.

Nesta parábola, Jesus acusa os fariseus e saduceus de rejeitarem o convite de amor que Deus lhes fez, e de desonrarem o Filho e matar os seus servos. A lição principal que Jesus põe em destaque está no versículo 14: “muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.

 

I. UM CONVITE DO REI (Mt 22.2,3)

 

1. Quem é o Rei? A figura de Deus assume papéis distintos em cada parábola. Na anterior, Deus é representado pelo viticultor (21.33-46); nesta por “um rei” e “pai”. Na outra parábola, o filho era o herdeiro da vinha; nesta, ele é o filho do Rei que vai se casar (Sl 72.1). Subtende-se que o rei é o nosso Pai Celestial; o filho é Jesus Cristo — o noivo que vai se casar; a noiva é, indiscutivelmente, a igreja.

2. Uma celebração desejada pelo Rei (vv.2,3). A despeito desta parábola ser uma resposta aos seus inimigos religiosos, Jesus estava apresentando-a sob duas perspectivas: uma, no presente e, outra, no futuro. Aqueles que inicialmente foram convidados para as Bodas (vv.4-6) representavam os judeus que rejeitaram ao Filho, Jesus. Ao invés de aceitarem o convite, preferiram cada qual fazer outra coisa. O Rei sempre desejou esta festa e, no tempo devido, chegaria o momento da celebração.

3. O aspecto atual da celebração. A celebração não é apenas futura, escatológica. Podemos observar que Jesus estava falando para a sua geração. O convite é para o povo de Israel, que deveria reconhecer a Jesus como herdeiro do reino (At 13.46). Mas, Israel recusou o convite. Ora, por esse aspecto histórico, entendemos que, uma vez que Israel rejeitou a convocação celeste (Rm 11), a todos quantos não faziam parte desse povo legalista, foi estendido o convite (Rm 10.19-21). Desse modo, a porta da Casa do Rei foi aberta para todos os demais. Na era presente, todos podemos desfrutar de um antegozo deste banquete nupcial (v.4; 2Co 2.18; Ef 1.3).

4. O aspecto futuro da celebração. Esta parábola nos induz à grande festividade nupcial de Apocalipse 19.7-9. No Antigo Testamento, o matrimônio era uma figura da união entre Deus e Israel (Is 54.5), enquanto no Novo Testamento, é uma aliança espiritual entre Cristo e a Igreja, a “esposa do Cordeiro” (Ap 19.7; 2Co 11.2).

 

II. OS CONVIDADOS DO REI (Mt 22.3-10)

 

1. Dois Insistentes convites para Israel. No primeiro convite do Rei (Mt 22.1-3), os mensageiros saíram a chamar os convidados, mas estes se recusaram a vir (At 13.46). Criaram obstáculos para não atender ao convite do Rei. No segundo, os servos foram orientados a declarar aos convidados que “o jantar já estava preparado, os bois e os cevados já mortos, e tudo estava pronto para a celebração” (Mt 22.4-7), porém outra vez rejeitaram o convite régio.

Os apóstolos Paulo e Barnabé entenderam esse fato numa das suas primeiras viagens missionárias. Ao chegarem em Antioquia da Pisídia, ambos, compreendendo o plano de Deus, não temeram aplicar as profecias do Antigo Testamento a Cristo e, com base nestas mesmas escrituras, declarar que Jesus era o Messias prometido (At 13.26-41). Mostraram aos judeus o privilégio deles em receber a Palavra de Deus antes dos gentios, no entanto, por rejeitarem o convite, os gentios seriam chamados em lugar deles (At 13.46-48).

2. Três classes de pessoas convidadas (vv.3-6). A primeira classe é a dos indiferentes, porque lhes interessava muito mais cuidar dos negócios materiais do que ir a uma celebração. A segunda é a dos ingratos que, embora amigos do Rei, maltrataram os emissários. A terceira classe, ainda pior do que as duas primeiras, era violenta e assassina. O convite real pareceu-lhes uma afronta, por isso, não hesitaram em ultrajar e matar os servos do Rei (Mt 22.6). A simples recusa não provocaria a reação punitiva do rei, todavia, além de recusarem o convite, agiram como homicidas.

3. O terceiro convite (Mt 22.8-10). Este último convite revela a justiça divina irmanada à misericórdia. Segundo o costume, esses convidados não eram dignos, isto é, eram pessoas comuns, discriminadas pela sociedade e não desfrutavam da amizade do Rei (Mt 22.8). Estes homens, rejeitados pelos judeus, foram receptivos ao convite régio e encheram o palácio para as bodas. Os servos do monarca foram pelos caminhos e convidaram a todos que encontraram, tanto os maus como os bons (Mt 22.10). É interessante notar que o texto se refere “às saídas do caminho”, indicando não apenas as pessoas dentro dos limites de Israel, mas a tantos quantos fossem encontrados fora de suas fronteiras. O livro de Atos dos Apóstolos é um testemunho de que o evangelho ultrapassou os limites de Israel. Ao recusarem o convite real, os judeus mostraram ser menos dignos do que os gentios (Rm 11.11; 15.27; 9.20-21).

4. Os propósitos de Deus não são frustrados. A rejeição dos judeus não frustrou os propósitos divinos, ao contrário, propiciou a entrada dos gentios (vv.8-10). Os convidados não apenas rejeitaram o convite, mas rechaçaram com violência e morte os mensageiros do rei. Não foi exatamente isto que os judeus fizeram com os discípulos de Jesus?

 

III. A FESTA DO CASAMENTO (Mt 22.10-12)

 

Os benefícios e delícias do reino messiânico são representados pela figura de uma festa nupcial. Os judeus foram indiferentes ao convite do Rei. Os servos enviados pelo Monarca ao longo da história desse povo foram rechaçados e maltratados, desde os primeiros profetas até o último, João Batista.

1. As vestes adequadas para a festa (v.11). De algum modo, o rei providenciou vestes festivas para os convidados desafortunados, a fim de que se trajassem adequadamente para as núpcias. Qual o sentido simbólico da “veste nupcial”? Significa despojar-se das vestes antigas, dos andrajos do pecado, e vestir-se com trajes santos, purificados com o sangue do Cordeiro.

2. Convidado sem traje adequado (v.11). Não era aceito na sociedade de então que alguém entrasse numa festa sem estar devidamente vestido. Trazendo isto para a realidade espiritual, entendemos que é impossível estar na celebração maior do Reino de Deus sem o traje festivo. Os convidados sem traje nupcial representam aqueles que pensam ser capazes de servir a Deus de qualquer modo, sem demonstrar os sinais da obra purificadora do Calvário. Quem está vestido com sua própria justiça não tem direito de entrar na festa. Somente aqueles que estão trajados com a “justiça dos santos” (Ap 19.8).

3. A visão escatológica das Bodas (Mt 22.10; Ap 19.7-9). Nas Bodas, conforme a parábola, “a festa nupcial ficou cheia de convidados”. Ou seja, daqueles que aceitaram o convite da graça, passando a fazer parte das Bodas do Cordeiro.

a) O “filho do Rei”. É a mesma figura do “Cordeiro”, isto é, a pessoa de Cristo. Ele é o esposo desejado pela Igreja, a esposa.

b) A esposa do Filho do Rei. Não é Israel, mas a Igreja remida no Calvário formada indistintamente por judeus e gentios que receberam a Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-32; Ap 19.7).

c) O tempo da festa. As Bodas do Cordeiro dar-se-ão após o arrebatamento e o Tribunal de Cristo. Enquanto a Igreja se regozija na presença do Noivo, na terra, acontecerá a Grande Tribulação.

 

CONCLUSÃO

 

A principal lição dessa parábola está no versículo 14 que mostra a rejeição de Israel à obra de Cristo. Israel era o povo chamado e eleito; o povo convidado para as bodas, mas a sua rejeição propiciou o convite a todos os povos. Não podemos, por conseguinte, desprezar o convite para as bodas do Cordeiro. Como, porém, aceitar este convite? Recebendo a Cristo como o nosso único e suficiente Salvador.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Doutrinário

 

“A provisão feita no evangelho para as almas que perecem está representada por uma festa real, feita por um rei de um modo pródigo, conforme o costume oriental, por ocasião do casamento de seu filho.

[...] Os primeiros convidados foram os judeus. Quando os profetas do Antigo Testamento não prevaleceram, nem João Batista, nem o próprio Cristo, que lhes disse que o reino de Deus estava próximo, foram enviados os apóstolos e, ministros do evangelho, depois da ressurreição de Cristo, a dizer-lhes que viria persuadi-los para que aceitassem a sua oferta.

A razão de os pecadores não irem a Cristo e à salvação por Ele, não é que não possam, mas porque não querem. Ignorar a Cristo e à salvação realizada por Ele é o pecado que condena o mundo. Eles foram indiferentes. As multidões perecem para sempre por pura indiferença, sem mostrar aversão direta, mas são negligentes acerca de suas almas. Além do mais, as atividades e o proveito das ocupações mundanas atrapalham a muitos, impedindo-os de estabelecer uma aliança com o Salvador.

[...] Nosso Salvador passa aqui da parábola para o seu ensino. Os hipócritas, mesmo aparentemente andando na luz do evangelho, caminham em direção à extrema escuridão. Muitos são chamados à festa das bodas, isto é, a salvação, mas poucos têm a roupa para a ocasião; a justiça de Cristo e a santificação do Espírito. Então, examinemo-nos se estamos na fé e procuremos ser aprovados pelo Rei” (HENRY, Matthew. Comentário bíblico Matthew Henry. RJ: CPAD, 2002, p.781).

 

 

Subsídio Bibliológico

 

“Muitos, que fazem parte da presente manifestação do reino dos céus aqui na terra, não estarão ‘trajado com veste nupcial’ (v.11), e, portanto, não farão parte dos escolhidos (v.14). A ‘veste nupcial’ simboliza a condição de se estar preparado — uma possessão presente da verdadeira fé em Cristo e da constante obediência como fruto da graça de Cristo (cf. 24.44; 25.21). Cristo alude ao homem que estava sem vestes nupciais, para levar-nos a um autoexame e perguntar-nos, ‘Senhor, sou eu?’.

...A chamada à salvação é feita a muitos. Os poucos escolhidos para herdar o reino dos céus são os que atendem à chamada de Deus; que se arrependem dos seus pecados e que creem em Cristo. Acolher a graça de Deus mediante o livre exercício da nossa vontade faz com que nos tornemos parte do povo escolhido de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1432).

 

GLOSSÁRIO

 

Emissário: Que é enviado em missão; mensageiro.

Frustrado: Que não atingiu o seu ideal, a sua ambição.

Legalista: Que segue as leis.

Régio: Relativo ou próprio do rei; real.

Ultrajar: Ofender a dignidade de alguém; difamar.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HENRY, Matthew. Comentário bíblico Matthew Henry. CPAD, 2002.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Quais são as duas perspectivas desta parábola?

R. Uma perspectiva no presente e, outra, no futuro.

 

2. Quais as três primeiras classes de pessoas convidadas?

R. A dos indiferentes, a dos ingratos e a dos violentos e assassinos.

 

3. O que revela o terceiro convite real?

R. A justiça divina irmanada à misericórdia.

 

4. Quem foi convidado no lugar de Israel?

R. Os gentios.

 

5. Qual o sentido simbólico da veste nupcial?

R. Significa despojar-se das vestes antigas, dos andrajos do pecado, e vestir-se com trajes santos, purificados com o sangue do Cordeiro.