LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2005

 

Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 4: A mensagem de Deus

Data: 24 de Julho de 2005

 

TEXTO ÁUREO

 

Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes(1Ts 2.13).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Quando Deus fala, há mudanças evidentes nos corações dos que o ouvem mediante a operação do Espírito Santo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 2Sm 22.31

A Palavra de Deus é escudo

 

 

Terça — Pv 30.5

A Palavra de Deus é pura

 

 

Quarta — Mt 4.4

A Palavra de Deus alimenta

 

 

Quinta — Mc 7.13

Invalidando a Palavra de Deus

 

 

Sexta — Lc 11.28

Felizes os que ouvem e guardam a Palavra de Deus

 

 

Sábado — Hb 4.12

A Palavra de Deus é penetrante

 

HINOS SUGERIDOS

 

322, 375 e 430 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Tessalonicences 2.13-16,19,20.

 

13 — Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.

14 — Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judeia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles,

15 — os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens.

16 — E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao fim.

19 — Porque qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?

20 — Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, mantenha-se atento aos objetivos das lições. Prepare os procedimentos de ensino de acordo com os mesmos. Os objetivos em educação cristã, principalmente na Escola Dominical, são classificados em: objetivos gerais (ao final do trimestre) e específicos (ao final da aula). Entretanto, estes devem contemplar os atitudinais, isto é, os que visam atitudes ou comportamentos; os cognitivos, relacionados ao intelecto, a percepção e a linguagem; e os afetivos, que se referem aos sentimentos e afetos. Todos esses são necessários a uma educação completa, não reducionista, que contempla o aluno como ser integral — que pensa, age e sente. Portanto, conheça seus alunos e estabeleça objetivos que os ajudem a crescer na graça e no conhecimento.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Apontar a condição pela qual a Palavra Deus é eficaz no coração.
  • Identificar os três grupos de mensageiros perseguidos pelos judeus.
  • Explicar qual é a glória e o gozo dos obreiros do Senhor.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

O texto da Leitura Bíblica em Classe divide-se em três seções: a eficácia da Palavra de Deus (2.13-14a), o ataque contra os judeus (2.14b-16), e o desejo de Paulo em voltar à Tessalônica (2.17-19).

Na primeira divisão, Paulo agradece ao Senhor pela resposta positiva dos cristãos tessalonicenses à pregação do Evangelho (v.13). Embora a Palavra de Deus tenha sido comunicada por instrumentos humanos, foi recebida não como mensagem de homens ( logon anthrōpōn ), mas divina ( logon Theou ). A distinção entre essas duas palavras é que a dos homens é inerte enquanto a de Deus opera eficazmente nos que creem nela.

A segunda divisão trata da acusação contra os judeus que não agradam a Deus, pois perseguiram os profetas, a Jesus, as igrejas da Judeia e, agora, a Paulo. Soma-se esta perseguição humana à espiritual de Satanás. Na última divisão, Paulo externa o seu desejo de retornar à Tessalônica para rever os irmãos. E, ainda que ele esteja ausente dos irmãos, estes estão em seu coração.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, para esta aula, desenvolva uma atividade usando o título da lição como base. A partir do tema, “A Mensagem de Deus nos Corações”, faça várias flâmulas conforme a quantidade de alunos de que você dispõe. Em cada uma dessas bandeirolas, escreva um texto bíblico correspondente às epístolas aos Tessalonicenses. Ao cumprimentar os alunos, entregue-lhes a flâmula e solicite que os mesmos decorem a passagem bíblica selecionada. Peça-lhes que escrevam um parágrafo a respeito do versículo. Compartilhe essas meditações com o grupo. Exponha no mural da classe. Para esta atividade, você precisará de alfinetes, tesoura, cartolina, hidrocor colorido e textos seletos de 1 e 2 Tessalonicenses.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Em meio a tantas oposições, críticas destrutivas e questionamentos maliciosos, Paulo e seus companheiros tiveram grande dificuldade em convencer a muitos de que a mensagem pregada não era mais uma das muitas “filosofias e vãs sutilezas” (Cl 2.8). Contudo, os tessalonicenses receberam a mensagem como a verdadeira Palavra de Deus.

 

I. A PALAVRA QUE OPERA NOS CORAÇÕES

 

1. A alegria de Paulo. “Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus…” (2.13). É gratificante para o pastor saber que a mensagem transmitida teve efeito nos corações dos ouvintes. Paulo demonstrava sua alegria pelo fato de não ter pregado em vão, mesmo sofrendo tantas perseguições, arriscando sua própria vida, “andando e chorando” (Sl 126.6). É como se dissesse: “valeu a pena”. Eles receberam “a palavra da pregação de Deus”.

2. A Palavra eficaz no que crê. A mensagem de Paulo foi recebida como “palavra de Deus”. O evangelho, diz Paulo, “é o poder de Deus” (Rm 1.16); penetra no âmago do ser humano, não só alcançando a parte espiritual, o “homem interior”, mas até a parte física do ser (Hb 4.12,13). Se o espírito e a mente são sadios, o corpo também deve ser. Entretanto, a Palavra de Deus só pode ter efeito positivo nos corações e nas vidas daqueles que creem. É condição indispensável (Rm 1.16; 10.17).

 

II. IMITANDO O QUE É BOM

 

1. Imitando as Igrejas de Deus. “Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus.” (2.14). Há imitações que contribuem para a glória de Deus. Outras que são verdadeiros escândalos para o bom nome do evangelho. Os tessalonicenses receberam “a Palavra de Deus” de tal forma que puderam imitar as igrejas cristãs naquilo em que elas mais puderam dar provas de sua fé em Cristo Jesus, suportando o fogo das perseguições cruéis (1Ts 5.21).

2. Igrejas que progrediram. O maior desafio hoje para as igrejas no Ocidente é o da liberdade. Em muitos lugares, há crentes aproveitando a liberdade para dar “ocasião à carne” (Gl 5.13). Muitas igrejas não passam de “clubes religiosos”, onde não se vê compromisso nem santidade; “incham” em número, porém não crescem na “graça e conhecimento” (2Pe 3.18). As igrejas perseguidas foram as que mais progrediram na fé e na pregação do evangelho. Os crentes perseguidos são bem-aventurados (Mt 5.10,11). A fé provada produz paciência (Tg 1.3); a tribulação também possui esse efeito (Rm 5.3). A fé, para ser aprovada, precisa ser provada (1Pe 1.7).

 

III. OS OPOSITORES DO EVANGELHO

 

1. A tríplice culpa dos judeus. “Os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens” (2.15). Paulo referia-se a três ações, que demonstravam a culpabilidade dos judeus, ao longo da História de Israel:

a) Primeira. Eles perseguiram os profetas, que foram enviados por Deus. Em certa ocasião, Jesus os repreendeu, dizendo que eram “filhos dos que mataram os profetas”, e que haveriam de perseguir os enviados de Jesus (Mt 23.31,32,34-36).

b) Segunda. Eles “mataram o Senhor Jesus”. Não poderiam ter feito coisa pior para sua geração. Rejeitaram o Messias, que haveria de salvar o seu povo dos pecados (Mt 1.21). Mas o fizeram por ignorância (At 3.17). E colheram os frutos de seu erro.

c) Terceira. Além de terem perseguido os profetas, continuavam a perseguir os mensageiros de Deus enviados por Jesus para proclamar-lhes o evangelho. Com essa atitude, dizia Paulo, “não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens” (2.15).

2. Quando o homem impede. “E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação.” (2.16). Os perseguidores do evangelho eram “contrários a todos os homens” (2.15). Eles não estavam lutando contra os missionários. Estavam lutando contra Deus! “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Tentar impedir a pregação do evangelho é ficar ao lado do Diabo.

Ao que parece, Deus permite que o homem peque até que Ele diga: “Basta”; “Não dá mais”. Vemos essa linguagem em outras referências bíblicas (Gn 15.16; Dn 8.23). Apesar de Deus ser “misericordioso e piedoso […] longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8), não é impassível ante o pecado. Pelo contrário: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente” (Na 1.3).

3. A ira de Deus caiu até o fim. O mesmo Deus que é amor (1Jo 4.16), é também “um fogo consumidor” (Hb 12.29; Is 43.13). Os judeus sofreram as consequências da perseguição a Cristo e aos mensageiros das “palavras de salvação”. Em 49 d.C, o imperador Cláudio expulsou-os de Roma e muitos deles foram mortos. No ano 70 da era cristã, a geração que crucificou Jesus muito sofreu quando os romanos destruíram Jerusalém. A Bíblia diz que Deus visita “a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que” o aborrecem (Êx 20.5 — grifo nosso).

 

IV. IMPEDIDOS PELO ADVERSÁRIO

 

“Pelo que bem quisemos, uma e outra vez, ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu” (2.18). Como poderia acontecer tal coisa? Não eram homens de Deus? Tudo o que queriam era cumprir a missão que haviam recebido. Não obstante, o Adversário, mediante a permissão divina, é capaz de causar transtornos à obra do Senhor. Demônios podem dificultar a obra da Igreja, mas são derrotados (Dn 10.13; 12.1). Se Deus não lhes permite isso, nada podem fazer contra os crentes (Sl 34.7; 91.10,11).

 

V. A GLÓRIA E O GOZO DOS OBREIROS DO SENHOR

 

1. O fruto do trabalho. “… Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo” (2.20). Todo obreiro deseja ver o fruto do seu trabalho. O “lavrador espera o precioso fruto da terra” (Tg 5.7). Deus verá o resultado de seu trabalho. Diz a Bíblia: “O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito” (Is 53.11). Paulo considerava os novos crentes como “esperança”, “gozo” e “coroa de glória” diante do Senhor e “em sua vinda”.

2. Alegrias, tristezas, e recompensa. O ministério pastoral é gratificante quando o obreiro vê o fruto do seu trabalho; ao observar as almas rendendo-se aos pés de Cristo, sendo batizadas em águas e no Espírito Santo. São, na verdade, a glória, o gozo, a alegria, e a coroa do trabalho realizado. Muitas lutas e tristezas são experimentadas, no entanto, o galardão espera os obreiros fiéis (1Pe 5.2-4).

 

CONCLUSÃO

 

O ministério pastoral é alvo de críticas, ingratidões e muitas lutas, tanto por parte do Adversário quanto da parte de pessoas do seio da própria igreja local. Porém, os obreiros são gratificados ao virem Deus operar no coração dos irmãos, levando-os a uma vida de santidade, compromisso e serviço na obra do Senhor. Paulo considerava os crentes como sua “glória e coroa”.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“Por que Deus abençoa a pregação da Palavra? Porque Ela é vida, e quando pregada fala ao nosso espírito. Jesus disse: ‘O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida’ (Jo 6.63). Deus nos deu sua Palavra para nos ajudar a enfrentar as dificuldades da vida. Porém, Ela alimenta o nosso espírito. A Palavra é o pão da vida, e o Espírito é o seu alento. Nós precisamos de ambos. Eis por que nossa fé aumenta quando ouvimos a Palavra: ‘A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus’ (Rm 10.17).

Quando a Palavra de Deus é pregada, podemos esperar resultados sobrenaturais, pois o Autor é sobrenatural. Esse é um princípio extraordinário que devemos compreender. A pregação bíblica traz a vida de Jesus Cristo para o seio da Igreja. Posso lhe dizer com certeza que se você retirar as Escrituras Sagradas de uma igreja, a vida desta se extinguirá. Não importa quão bem conduzida seja, ou quão excelente a sua programação, pois a vida desaparecerá” (TRASK, Thomas E.; GOODALL, Waide I. De volta para a Palavra: um chamado à autoridade da Bíblia. RJ: CPAD, 2001, pp.80,81).

 

GLOSSÁRIO

 

Âmago: A parte fundamental; o principal, a essência.

Culpabilidade: Estado ou qualidade de culpável ou de culpado.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

TRASK, Thomas E.; GOODALL, Waide I. De volta para a Palavra: um chamado à autoridade da Bíblia. CPAD, 2001.

TULER, Marcos. Manual do professor da escola dominical. CPAD, 3ª Edição, 2003.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Porque Paulo se alegrava com os tessalonicenses?

R. Porque haviam recebido a palavra da pregação de Deus.

 

2. Quando a palavra se torna eficaz?

R. Quando alguém a ouve e crê.

 

3. O que a fé provada é capaz de gerar?

R. A paciência (Tg 1.3).

 

4. Mencione a tríplice culpa dos judeus?

R. Perseguiram os profetas, mataram Jesus e perseguiram os mensageiros de Deus enviados por Jesus.

 

5. Em que momento o ministério pastoral é gratificante?

R. Quando o obreiro vê o fruto do seu trabalho.