LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2005

 

Título: Vida santa até a volta de Cristo — Conselhos para uma vida vitoriosa

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 9: A vinda de Jesus e a ressurreição dos santos

Data: 28 de Agosto de 2005

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele(1Ts 4.14).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A vinda de Jesus para arrebatar sua Igreja é o acontecimento mais esperado e extraordinário desde que o Senhor foi assunto aos céus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 1Co 15.20

Cristo é as primícias dos que dormem

 

 

Terça — Jo 11.25

Ainda que esteja morto viverá

 

 

Quarta — 2Tm 1.10

Jesus aboliu a morte

 

 

Quinta — 1Pe 1.3

Gerados para uma viva esperança

 

 

Sexta — Jo 5.29

A ressurreição da vida

 

 

Sábado — Dn 12.2

Ressurreição para a vida eterna

 

HINOS SUGERIDOS

 

237, 488 e 547 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

1 Tessalonicenses 4.13-17.

 

13 — Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

14 — Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.

15 — Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

16 — Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro;

17 — depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

 

PONTO DE CONTATO

 

Professor, a lição deste domingo trata da Vinda de Jesus para buscar a Igreja, da consequente ressurreição dos mortos em Cristo e da transformação gloriosa da igreja militante. Portanto, este tema escatológico restringe-se a primeira fase da Segunda Vinda de Cristo, antes da manifestação visível e gloriosa a Israel no término da Grande Tribulação. Mediante esta síntese, prepare a lição com antecedência, elabore o seu cronograma, e organize os procedimentos e recursos que serão utilizados em aula. Apresente a lição, desenvolva o conteúdo e integre-o à vida prática e devocional dos alunos.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Descrever as principais fases do arrebatamento da Igreja.
  • Esquematizar a sucessão de acontecimentos após a descida do Senhor.
  • Estimar a doutrina da Segunda Vinda de Cristo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Em 1 Tessalonicenses 3.10, o apóstolo Paulo havia denunciado que o conhecimento doutrinário dos crentes de Tessalônica era incompleto, necessitando de ensinos concernente a vários aspectos da fé cristã.

No texto da Leitura Bíblica, está claro que uma das necessidades da igreja era conhecer os fundamentos da escatologia bíblica.

Paulo afirma que a tristeza dos crentes em relação aos mortos em Cristo era por ignorância (gr. agnoeō) , isto é, por “não saber” ou “desconhecer” a doutrina da ressurreição dos mortos (v.13). O apóstolo apresenta a ressurreição dos mortos em Cristo, a transformação dos salvos e o arrebatamento destes tendo como fundamento a morte e a ressurreição de Jesus (v.14). Estas, portanto, são o modelo e a garantia daqueles. Entretanto, primeiro os mortos ressuscitarão, ato contínuo, seremos transformados e arrebatados juntos a encontrar o Senhor Jesus nos ares (vv.15-17).

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Professor, providencie uma lanterna e pilhas para esta aula. Ligue-a e desligue-a em direção a turma bem rapidamente. Pergunte à classe quanto tempo foi necessário para ligar e desligar a lanterna. Em seguida, solicite que os alunos pisquem os olhos. Afirme que assim como utilizamos apenas alguns segundos para abrir e fechar os olhos, a Palavra de Deus nos ensina que seremos transformados (1Co 15.52). No grego, a palavra momento empregada neste trecho é atomo , minúscula fração de tempo. Quando soar a trombeta de Deus, não haverá tempo para pensar, falar ou agir. Não sabemos quando isso ocorrerá. Então, é preciso aguardar este acontecimento em santidade.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

A lição desta semana é da máxima importância para os nossos dias. Infelizmente, em muitas igrejas, já não se fala mais na volta de Jesus. O clima de euforia, ufanismo, triunfalismo e outros modismos tais como a “teologia da prosperidade”, “confissão positiva”, “maldição hereditária” levam as igrejas a menosprezarem a importância da volta de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

I. “ACERCA DOS QUE JÁ DORMEM”

 

1. A ignorância acerca dos mortos (4.13). Dormir é uma figura de linguagem empregada na Bíblia para exemplificar o estado dos mortos, mas isto não quer dizer que eles estejam inconscientes e inertes na outra vida (1Co 11.30; 15.6,18,20,51). Alguns crentes tessalonicenses tinham dúvidas acerca dos mortos em Cristo (v.13). O mesmo fato aconteceu em Corinto (1Co 15.12-23,35-54) e ocorre ainda hoje em muitas igrejas. Em Tessalônica vários crentes, por suporem que Jesus estava para voltar naqueles dias, achavam que os salvos, que já haviam morrido, não tinham mais esperança de ressuscitar.

2. “Para que não vos entristeçais”. A viva esperança da vinda de Jesus afasta a tristeza, inclusive no que se refere à morte. O crente encara a morte com esperança, pois, um dia, ela será totalmente derrotada. Não mais terá poder sobre os servos de Deus. Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11.25). O paciente Jó, naquele remoto passado, já tinha de Deus a certeza da ressurreição dos mortos (Jó 19.25-27).

O crente espera reencontrar seus entes queridos, quando chegar no céu, seja através da ressurreição, ou por meio do arrebatamento.

 

II. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS EM CRISTO

 

1. Jesus morreu (4.14). A morte de Jesus foi o coroamento do plano de Deus para a salvação do homem, prometida no Éden (Gn 3.15). Por sua morte, Jesus nos justificou, deu-nos paz com Deus e acesso à sua graça salvadora (Rm 5.1,2; 2Co 5.21). Em sua morte, Ele riscou “a cédula que era contra nós…” e venceu todos os poderes do mal (Cl 2.14,15).

2. Jesus ressuscitou! Se Jesus não houvesse ressuscitado, a nossa fé e pregação seriam vãs (1Co 15.17; Rm 8.11). Mas, na cruz, Ele venceu o Diabo, o mundo, o pecado e todas as forças do mal, “os principados e potestades”. Na sua ressurreição, venceu a morte (2Tm 1.10) e nos deu uma viva esperança (1Pe 1.3). E foi feito “as primícias dos que dormem” (1Co 15.20).

3. Os mortos salvos ressuscitarão também. Essa é a grande esperança do salvo. “Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem” (1Co 15.21). Ele assegurou a vitória sobre a morte, garantindo que “todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22), e isso se dará por ocasião da sua vinda: “cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1Co 15.23; 1Co 15.24-26).

 

III. OS MORTOS RESSUSCITARÃO PRIMEIRO (4.15,16)

 

1. “Primeiro, os mortos”! Diz a Escritura: “nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem” (4.15). Em reuniões de grande gala, o chefe do cerimonial diz: “Primeiro as damas…”. Nos aeroportos, se anuncia: “Primeiro, os idosos e crianças…”. Na vinda de Jesus, poder-se-á ouvir: “Primeiro, os que morreram em Cristo!”.

2. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu” (4.16). Ele mesmo virá buscar os seus. Quando Jesus se despediu dos discípulos, e foi assunto aos céus, “eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.10,11 — grifo nosso).

a) Jesus virá com alarido. Essa palavra é sinônima de voz forte de comando; ordem em forma de brado. Jesus também virá como “o ladrão de noite”. E neste momento, voltará com os seus e só para os seus. Será visto pelos salvos, que o esperam para estar com Ele eternamente (Ap 3.5; 16.15; 1Ts 4.17).

b) Jesus virá com voz de arcanjo e com trombeta de Deus. Juntamente com o brado de ordem do Senhor Jesus, ouvir-se-á a voz do arcanjo e o soar da Trombeta de Deus. A vinda de Jesus é um “mistério” (1Co 15.51). Os detalhes só viremos a conhecer quando Ele vier. A vinda de Jesus será um momento muito sublime.

 

IV. OS VIVOS SERÃO TRANSFORMADOS

 

1. A transformação dos santos vivos (4.17). Ato contínuo, os salvos que estiverem vivos, naquele momento, serão transformados e arrebatados. Diz a Escritura: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta…” (1Co 15.51-53 — grifo nosso). A transformação será um ato divino, instantâneo e sobrenatural. O corpo físico e mortal, formado por tecidos, células, sangue, e outros elementos, será transformado num corpo glorioso. “E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1Co 15.49).

2. O arrebatamento da igreja nas nuvens (4.17b). “Seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens”. Sendo o arrebatamento da Igreja repentino, o cristão deve estar preparado para a “grande e última viagem”. Quando “a trombeta de Deus” ecoar, não haverá mais tempo para a pessoa endireitar-se com o Senhor. O pai não poderá avisar ao filho, ou à filha; a mãe, de igual forma; o filho não poderá avisar ao pai que Jesus está chegando; o esposo não poderá confiar na preparação da esposa, nem a esposa na do esposo; cada um tem de estar pronto, pois o arrebatamento será “num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52).

3. O encontro com o Senhor nas nuvens (4.17). Nenhum escritor ou artista, por mais hábil, jamais poderá imaginar e avaliar a grandeza do cenário que envolverá o encontro da Igreja, a “noiva do Cordeiro”, com o Noivo — Jesus Cristo, nosso Salvador. A ideia do crente ser por Deus arrebatado não é nova (Ez 3.12,14; Hb 11.15; At 8.39,40). Na primeira fase da volta de Jesus, Ele se encontrará com a sua Igreja “nos ares” (1Ts 4.17), seguindo-se de imediato o “Tribunal de Cristo” (Rm 14.10) e as “Bodas do Cordeiro” (Ap 19.7,9).

4. Estaremos sempre com o Salvador (v.17). Este é o estado eterno de bem-aventurança da Igreja. Tudo será sublime, maravilhoso e real para todo o sempre. A Palavra de Deus assegura-nos: “e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.17b,18; 1Jo 3.3). Que o Senhor nos guarde em santidade e amor para estarmos com Ele para todo o sempre.

 

CONCLUSÃO

 

A Igreja espera, a qualquer momento, a volta de Jesus para levá-la à glória celestial. Os mortos ressuscitarão primeiro e subirão ao encontro do Senhor nos ares. Logo em seguida, os que estiverem vivos serão transformados e arrebatados para encontrar-se com Ele nos ares.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

“O Corpo da Ressurreição

1. Corpos transformados. Nossos corpos ressurretos serão os mesmos que agora possuímos, transformados de modo a se conformarem com a natureza glorificada do corpo de Jesus (Fp 3.21; 1Jo 3.2). Deus criou a humanidade conforme à sua semelhança, e a imagem de Deus ainda estava lá após a queda (Gn 9.6). Também nos é dito que Adão ‘gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem’ (Gn 5.3). Por isso, Paulo pôde dizer: ‘Assim como trouxemos a imagem do [homem] terreno, assim traremos também a imagem do [homem] celestial’ (1Co 15.49).

Nosso corpo transformado será tão diferente do que é hoje quanto um ramo de trigo é diferente de uma simples semente (1Co 15.37) […].

2. Corpos espirituais. O corpo ressurreto do crente também é descrito como ‘espiritual’ em contraste com o presente, ‘natural’. Geralmente, concorda-se que ‘espiritual’ (gr. pneumatikon) não significa ‘constituído de espírito’, nem se trata de corpo imaterial, etéreo, ou da falta de densidade física. Os discípulos sabiam, por experiência própria, que a ressurreição do corpo de Jesus fora real, palpável. Ela não foi espectral, ainda que ao mesmo tempo de uma ordem diferente, perfeitamente adequada tanto para a terra quanto para o céu. Não estava limitado às condições de nossas atuais ‘dimensões de tempo e espaço’. Por isso, nosso corpo ressurreto é descrito como ‘do céu’ (gr. epouranios) . Jesus também disse que seríamos como os anjos nos céus, não querendo dizer que seríamos seres espirituais como os anjos, mas antes que não mais nos envolveríamos em casamento (Mc 12.25)” (HORTON, Stanley M. Nosso destino: ensino bíblico das últimas coisas. RJ: CPAD, 1988, pp.67,68).

 

GLOSSÁRIO

 

Hereditário: Que se transmite por herança, de pais a filhos ou de ascendentes a descendentes.

Instantâneo: Que se dá num instante; momentâneo, rápido; súbito.

Remoto: Que sucedeu há muito tempo; antigo, longínquo.

Sublime: Divino; grandioso, augusto, magnífico, esplêndido.

Vã: Fem. do adj. vão; sem valor; fútil, insignificante.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD, 2004.

O Calendário da Profecia. CPAD, 2003.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Quando o crente poderá reencontrar seus entes queridos mortos em Cristo?

R. Quando chegar no céu.

 

2. Por que temos a certeza de que os mortos em Cristo ressuscitarão?

R. Porque Cristo ressuscitou, vencendo a morte.

 

3. Quem poderá ver Jesus no arrebatamento?

R. Todos os salvos em Cristo.

 

4. O que irá acontecer ao corpo dos que forem arrebatados?

R. Será transformado num corpo glorioso.

 

5. O que acontecerá na primeira fase da volta de Jesus?

R. O Senhor Jesus Cristo irá se encontrar com a sua Igreja “nos ares”.