Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2007

 

Título: A busca do caráter cristão

Comentarista: Eliezer de Lira e Silva

 

 

Lição 4: Ester, uma rainha altruísta

Data: 29 de Julho de 2007

 

TEXTO ÁUREO

 

Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins(Pv 31.10).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Os que confiam no Senhor são vitoriosos, mesmo diante de circunstâncias desfavoráveis.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Pv 15.33

A humildade precede a honra

 

 

Terça - Fp 2.3

Servir com humildade é um princípio cristão

 

 

Quarta - At 21.10-13

A consciência do dever cristão gera disposição

 

 

Quinta - Pv 2.6,11

A sensatez é uma dádiva divina

 

 

Sexta - Pv 25.11

O valor inestimável da palavra oportuna

 

 

Sábado - Ec 3.1,7

Nossos propósitos e atos no tempo certo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Ester 3.12,13; 4.13-17.

 

Ester 3

12 - Então, chamaram os escrivães do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo, e conforme tudo quanto Hamã mandou se escreveu aos príncipes do rei, e aos governadores que havia sobre cada província, e aos principais de cada povo; a cada província segundo a sua escritura e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.

13 - E as cartas se enviaram pela mão dos correios a todas as províncias do rei, que destruíssem, matassem, e lançassem a perder a todos os judeus desde o moço até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é mês de adar), e que saqueassem o seu despojo.

 

Ester 4

13 - Então, disse Mardoqueu que tornassem a dizer a Ester: Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros judeus.

14 - Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe para tal tempo como este chegaste a este reino?

15 - Então, disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu:

16 - Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço.

17 - Então, Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenou.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado professor, nesta aula a palavra-chave é “altruísmo”. Você sabe o que significa esse vocábulo? Esse termo foi criado pelo filósofo Augusto Comte para descrever a propensão humana em atender o próximo em suas necessidades. Essa virtude é oposta ao egoísmo, mas sinônima da filantropia. Ao ministrar a lição, destaque o caráter altruísta de nossa personagem principal, Ester.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Descrever o contexto histórico do tempo de Ester.
  • Explicar o sentido moral de altruísmo.
  • Apreciar o altruísmo como virtude necessária ao cristão.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, esta lição apresenta quatro personagens principais: Ester, Mordecai, Xerxes e Hamã. Você sabe a importância de cada uma dessas pessoas na história narrada pelo livro de Ester? O tópico “A Pérsia no tempo de Ester” descreve algumas particularidades sobre esses indivíduos. Ao terminar a ministração do tópico I, apresente aos alunos a síntese abaixo.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Altruísmo: Virtude mediante a qual a pessoa nega a si mesma e dedica-se ao próximo, mesmo que isto lhe cause infortúnio.

 

O texto bíblico em apreço conta-nos a miraculosa história de Ester, uma jovem simples, que em razão de sua conduta corajosa, equilibrada e altruísta, salvou seu povo de um terrível massacre. Desta narrativa, extrairemos preciosas lições acerca do caráter de Ester e da providência e fidelidade de Deus ao seu povo.

 

I. A PÉRSIA NO TEMPO DE ESTER

 

1. Contexto histórico (597-465 a.C). Por volta de 597 a.C. Judá fora invadido por Nabucodonosor, rei de Babilônia. Onze anos depois, por ordem deste poderoso monarca, os babilônios destruíram Jerusalém e levaram os judeus para o cativeiro (2 Cr 36.17-21). Porém, a despeito de sua grandeza, o Império Babilônico não resistiu às pressões militares do colossal exército Medo-persa, sendo derrotado em 539 a.C. A partir daí, os judeus tornaram-se vassalos dos persas.

Em 485 a.C, Dario Histapes, rei da Pérsia, o que reinara na época da conclusão do templo de Jerusalém (ver 2 Cr 36.22,23; Ed 5-6), morreu, sendo sucedido por seu filho Assuero (Xerxes I). A miraculosa história da rainha Ester inicia-se no terceiro ano do reinado deste extraordinário monarca.

2. Assuero, rei persa. Assuero foi o homem mais poderoso de seu tempo. Governou o vasto Império Pérsico, desde a Índia até a Etiópia, que compreende cento e vinte e sete províncias (Et 1.1). Do texto bíblico inferimos que Assuero era egocêntrico e costumava alardear o esplendor de sua grandeza (Et 1.3-4). Não admitia que suas ordens fossem questionadas (Et 1.12). Certa vez, embriagado e enfurecido, agiu com tirania contra Vasti, sua esposa (Et 1.7-12). Passado aquele momento de insensatez, percebeu que não deveria ter procedido daquele modo (Et 2.1). Decisões tomadas no calor das emoções trazem conseqüências desastrosas. A história de Jefté é um grande exemplo (Jz 11.30-40).

3. O ímpio Hamã. Assuero havia engrandecido a Hamã sobremaneira, elevando-o à segunda pessoa mais influente do reino (Et 3.1). Hamã era ganancioso, ardiloso, traiçoeiro; um mau exemplo para a própria família (Et 5.11-14). Odiava Mardoqueu e desejava sua morte (Et 5.9). Não queria apenas matá-lo, mas exterminar todo o seu povo (Et 3.5,6). Quando o coração humano não tem Cristo é um solo fértil para o surgimento, abrigo e crescimento do ódio. O cristão deve estar atento aos primeiros sinais dessa praga que mina as forças espirituais (Ef 4.26). O autêntico Cristianismo está baseado no amor (Jo 13.34,35). Qualquer atitude que fira este princípio deve ser rejeitada (1 Jo 4.8).

4. Mardoqueu, um homem humilde e temente a Deus. Primo da rainha Ester e fiel servidor do palácio (Et 2.5-7,21), Mardoqueu era um exemplo de autêntica humildade, confiança e obediência a Deus (Et 5.13,14). A despeito de ter sido promovido é exaltado pelo próprio rei, nenhum direito reivindicou; sequer exigira as glórias que lhe eram devidas, mas retornou ao trabalho cotidiano (Et 6.11,12), deixando tudo nas mãos do Senhor. Mais tarde, esse extraordinário homem foi honrado e reconhecido como protetor do povo judeu (Et 10).

Enaltecida pela Palavra de Deus (Mt 5.3; Sl 138.6), a humildade é uma virtude imprescindível a todo crente.

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Algum tempo depois da queda do império babilônico pelo exército Medo-persa, o grande rei Assuero estendeu muitíssimo o seu reino. Esse monarca, por ser egocêntrico, destituiu sua rainha do trono. É nesse cenário que surge a história de Ester - uma rainha altruísta.

 

II. ASPECTOS DO CARÁTER DE ESTER

 

1. Obediência. A Bíblia engrandece a obediência dos filhos aos pais (Ef 6.1-3; Mt 15.4). Sendo órfã (Et 2.15), Ester em tudo obedecia a Mardoqueu, seu pai adotivo. Certa ocasião, quando este lhe ordenou que não declarasse a que povo pertencia, a jovem não titubeou, obedeceu-o prontamente (Et 2.10,20). Mesmo casada, Ester permaneceu fiel às promessas que fizera a Mardoqueu, honrando-o em tudo (Êx 20.12). Mais tarde, ao receber o pedido de Mardoqueu para livrar seu povo do extermínio, Ester mais uma vez atendeu-o, mesmo consciente dos sérios riscos que correria (Et 4.8,16).

A independência e as novas funções exercidas pelos filhos na sociedade moderna não os impedem de respeitar seus pais, nem tiram destes a responsabilidade de admoestá-los (Et 2.11). Deus abençoa os filhos que seguem rigorosamente os sábios conselhos dos pais (Gn 7.7,13; 8.18).

2. Humildade. Ester estivera algum tempo sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres (Et 2.8). Segundo a narrativa bíblica, ela poderia pedir-lhe o que quisesse, entretanto, contentava-se com o que lhe oferecia (Et 2.15). Quantos, no lugar de Ester, não se esqueceriam do Senhor, usufruindo das iguarias e dos recursos que estivessem à sua disposição.

O conselho de Pedro em sua primeira carta, capítulo três, versículos de três a cinco, aplica-se perfeitamente à vida de Ester (Et 2.17).

3. Disposição. É maravilhoso quando nos colocamos inteiramente nas mãos de Deus para realizarmos sua obra. Mas, infelizmente, nem todos estão dispostos a pagar o preço (Mt 19.16-22). Ester colocou sua vida em risco a fim de livrar seu povo do iminente extermínio (Et 4.16). Há muitos que não dedicam sequer parte do seu tempo ao serviço do Reino de Deus. Todavia, Deus continua convocando servos fiéis, dispostos a serem poderosamente usados em suas mãos.

4. Sensatez e Paciência. Ester era cautelosa (Et 2.10,20; cf. Am 5.13) e paciente (Et 5.2,3,4-8; 7.1-6). Esperava o tempo de Deus com toda resignação (Et 7.5-10). A sensatez e a paciência têm salvado muitas vidas ao longo da história. São virtudes indispensáveis a todos os filhos de Deus (Sl 40.1; Rm 5.3,4; Pv 14.33). Foi exatamente em razão dessas qualidades que Ester fez sucumbir os malévolos projetos de Hamã (Et 7-8). Cumpriu-se em Ester o sábio provérbio: "O rei tem seu contentamento no servo prudente, mas, sobre o que procede indignamente, cairá o seu furor" (Pv 14.35).

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Os principais aspectos do caráter de Ester eram: obediência, humildade, disposição, sensatez e paciência.

 

III. COMO LIDAR COM SITUAÇÕES ADVERSAS

 

1. Orando (Cl 4.2; 1 Ts 5.17). Assim como a oração muda a história de um povo (Jn 3.10; Et 9), pode alterar o destino de uma pessoa (Is 38.5). A oração faz parte do nosso relacionamento com Deus. Através dela Ele se faz conhecido e nos revela seus eternos propósitos (Os 6.3; Jr 33.3). O verdadeiro cristão deve crer no poder de Deus para que, por meio de sua intercessão, as coisas aconteçam (Mt 21.22). “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16-18).

2. Confiando em Deus. Jesus nos advertiu da urgente necessidade de vivermos em constante oração e comunhão com Deus (1 Co 1.9; 2 Co 13.13; Fp 2.1). A tendência do ser humano é desesperar-se diante das circunstâncias adversas. Isso pode acontecer com qualquer um de nós. Mas a vitória só será concedida àqueles que confiarem integralmente no Senhor (Sl 118.8,9).

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O cristão pode vencer as adversidades da vida cotidiana por meio da oração e da fé em Deus.

 

CONCLUSÃO

 

Devemos em nossa vida cotidiana orar e confiar totalmente no Senhor. Somente assim desenvolveremos em nosso caráter a sensatez, a paciência e a fé necessárias a uma vida vitoriosa na presença de Deus e dos homens. E, como Ester, triunfaremos a despeito das adversidades. Confiemos sempre no Senhor!

 

VOCABULÁRIO

 

Alardear: Ostentar; vangloriar-se; gabar.
Egocêntrico: Aquele que refere tudo ao próprio eu.
Insolúvel: Que não se pode resolver.
Sensato: Que tem bom senso; prudente.
Tirania: Governo opressor e cruel; opressão.
Vassalo: Subordinado, submisso.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COUTO, G. A transparência da vida cristã. RJ: CPAD, 2001.
MULDER, C. (et al) Comentário bíblico Beacon. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quando tem início a história de Ester?

R. No terceiro ano do reinado de Assuero (485-465 a.C).

 

2. Descreva alguns aspectos do caráter de Assuero.

R. Egocêntrico e costumava alardear o esplendor de sua grandeza (Et 1.3-4).

 

3. Quem era Mardoqueu?

R. Primo da rainha Ester e fiel servidor do palácio, era um exemplo de autêntica humildade, confiança e obediência a Deus.

 

4. Descreva as características do caráter de Ester.

R. Obediência; humildade; disposição; sensatez e paciência.

 

5. Como resolver problemas aparentemente insolúveis?

R. Por meio da oração e da confiança em Deus.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Apologético

 

“Mensagem espiritual do livro de Ester

O livro de Ester ensina muitas verdades espirituais para os cristãos atuais. Vejamos:

1. Os judeus, apesar de desobedientes ao Senhor e desviarem-se dEle no exílio, estão nos pensamentos de Deus e são objetos da sua misericórdia e preocupação. Assim, o Senhor ama o pecador e fez com que o Seu Filho amado morresse por ele.

2. A providência de Deus está sempre sobre o seu povo, para salvá-lo das tramas malignas de seus inimigos.

3. Deus às vezes se oculta ao cumprir os seus propósitos no mundo. Em Isaías 45.15 lemos: ‘Verdadeiramente, tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador’.

4. O poder da oração é ensinado claramente. É evidente que o jejum solicitado em 4.16 é um motivo para esta prática na atualidade. A resposta à oração deve ser vista no sucesso da rainha em convencer o rei a ajudar os judeus no seu sofrimento.

5. A responsabilidade que temos em cumprir a missão delegada por Deus é ensinada em 4.14: ‘E quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?’ Também indica o risco que temos de correr ao cumprirmos nossa missão: ‘e, perecendo, pereço’ (v.6)”.

(MULDER, C. (et al) Comentário bíblico Beacon. RJ: CPAD, 2005, Vol.2, p.545.)

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Deus está presente mesmo quando não o vemos. Ele age mesmo quando não vislumbramos os seus atos. Alguns imaginam que o Senhor não se importa com os perigos que eles costumam atravessar. Mas, como de fato passaram pelo vale da sombra da morte? Como saíram incólume do deserto? Como suas vestes não se desgastaram e o calor não desidratou o espírito abatido? Por quanto tempo, filho de Deus, estarás errante a murmurar que estás sozinho na batalha? Olhe para trás e veja que as pegadas que contemplas não são tuas, mas do Senhor! Que a brisa que soprava acalentando as tuas feridas era o alento divino enquanto Ele te carregava em teus braços. O crepúsculo e a aurora que lhe enchiam de esperança a cada manhã e tarde não era nada menos do que os olhos de El Roi, o Senhor que tudo vê. Como achaste mel em solo rochoso? E água em pleno deserto? Você não está sozinho!

 

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)