Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2010

 

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 5: O poder da intercessão

Data: 02 de Maio de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito(1 Sm 12.23).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Orar é preciso; interceder é a obrigação de todo o povo de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Êx 32.30-35

A intercessão de Moisés

 

 

Terça - 1 Sm 12.23

A intercessão de Samuel

 

 

Quarta - 2 Cr 6.19-42

A intercessão de Salomão

 

 

Quinta - Dn 9.3-19

A intercessão de Daniel

 

 

Sexta - Cl 1.9-11

A intercessão de Paulo

 

 

Sábado - Jo 17

A intercessão de Jesus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jeremias 14.1-3,7,8,10; 15.1.

 

Jeremias 14

1 - A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, a respeito da grande seca.

2 - Anda chorando Judá, e as suas portas estão enfraquecidas; andam de luto até ao chão, e o clamor de Jerusalém vai subindo.

3 - E os seus mais ilustres mandam os seus pequenos buscar água; vêm às cavas e não acham água; voltam com os seus cântaros vazios, e envergonham-se, e confundem-se, e cobrem a cabeça.

7 - Posto que as nossas maldades testifiquem contra nós, ó SENHOR, opera tu por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos.

8 - Oh! Esperança de Israel, Redentor seu no tempo da angústia! Por que serias como um estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a passar a noite?

10 - Assim diz o SENHOR acerca deste povo: Pois que tanto amaram o afastar-se e não detiveram os pés; por isso, o SENHOR se não agrada deles, mas agora se lembrará da maldade deles e visitará os seus pecados.

 

Jeremias 15

1 - Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, na lição de hoje, vamos estudar a respeito da intercessão do profeta Jeremias em favor de Judá. Os falsos profetas iludiram o povo com suas mentiras, induzindo-os ao erro. Todavia, o profeta Jeremias se levanta e faz uma intercessão em favor do seu povo. Ele sabia que Deus desejava restaurá-los. Somente a intercessão poderia remover a dureza dos corações, fazendo com que deixassem o pecado. Jeremias, dia e noite, suplicava por seu povo e não se mostrava indiferente à sorte da sua nação. Atualmente, precisamos orar pelo avanço do Reino de Deus em nossa pátria. Como está a sua vida de oração? Você tem sido um intercessor?

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender o que é intercessão segundo os padrões bíblicos.
  • Explicar por que Jeremias intercedia por Judá, mesmo sabendo que o povo estava afastado de Deus.
  • Saber que a intercessão é uma recomendação bíblica.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro-de-giz. Inicie a lição fazendo as seguintes perguntas: Como está a sua vida de oração? Você tem intercedido, diariamente, para o avanço do Reino de Deus em nossa nação? Ouça com atenção os alunos. Depois, exponha a definição de intercessão apresentada no tópico I. Em seguida, utilize o esquema abaixo para mostrar que na Bíblia encontramos servos de Deus intercedendo, rogando e orando a Deus em favor de alguém. Encerre orando com seus alunos.

 

     Intercessão - Suplicar em favor de alguém diante de Deus - Is 53.12; Rm 8.26,27

     Rogo - Pleitear, pedir com urgência, persuadir - Êx 33.13; Jz 6.39

     Petição - Pedido intenso, solicitação, requisição - 1 Sm 1.17

     Súplica - Pedido de misericórdia - Sl 30.8

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Intercessão: Do lat. intercessionem. Súplica em favor de outrem. Sofrer com os que sofrem, chorar com os que choram.

 

Jeremias foi um dos maiores intercessores da História da Salvação. Apesar da contumácia de Jerusalém, jamais esquecia os judeus em suas orações. Não se limitava a repreendê-los; ilitamitava-se na intercessão. É chegado, pois, o momento de nos desfazermos em contínuos e amorosos rogos, para que o Senhor apiede-se de nossa nação e reavive a sua Igreja.

A intercessão não é um ministério específico; é um dever de todos os crentes. Aliás, uma das mais graves iniquidades que um servo de Deus pode cometer é abandonar a oração intercessória.

Estamos intercedendo pelas almas perdidas? Suplicamos em favor da Igreja de Cristo? Oramos pelas autoridades? Ou já não damos importância à oração sacerdotal. Sem intercessão nenhum avivamento é possível.

 

I. O QUE É A INTERCESSÃO

 

Toda a intercessão é oração, mas nem toda a oração constitui-se em intercessão. Apesar da obviedade deste pensamento, encerra este um grande postulado teológico: o amor incondicional a Deus e ao próximo. Como seria maravilhoso se, em nossos devocionais, esquecêssemos de nós e de nossos problemas, e nos puséssemos a interceder pela Igreja, pelos que ainda não são Igreja e pelos que a Igreja hão de alcançar. Ajamos assim, e teremos mais resposta dos céus e menos orações frustradas.

1. Definição. A intercessão é a oração que fazemos a Deus em favor de outrem. Constitui-se numa das maiores demonstrações de amor, e faz parte das obrigações do verdadeiro cristão. A oração intercessória é conhecida também como oração sacerdotal, pois, neste ato, estamos representando, diante de Deus, as petições em prol de uma terceira pessoa. Assim agiu Abraão ao rogar pelas cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-33).

2. A eficácia da oração intercessória. Não há oração tão eficaz quanto a intercessória. Haja vista a prece que Nosso Senhor endereçou ao Pai no jardim da agonia (Jo 17). Através da oração intercessória, estamos a demonstrar amor e altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso. Moisés, por exemplo, chegou a abdicar de sua bem-aventurança eterna ao interceder pelos filhos de Israel: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx 32.32). Esta sua intercessão foi tão forte, que levou Deus a poupar os rebelados israelitas. Paulo fez o mesmo concernente a Israel (Rm 9.3).

A seguir, veremos Jeremias, outro grande intercessor do Antigo Testamento, a lutar em oração pelos filhos de Judá.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A Intercessão é uma das maiores demonstrações de amor. Ela deve fazer parte da vida do verdadeiro cristão.

 

 

II. JEREMIAS INTERCEDE POR JUDÁ

 

Não sabemos exatamente quando se deu a calamidade que o profeta descreve de forma tão bela e irretocável. O que sabemos é que, naquele instante tão grave, havia alguém disposto a interceder por sua nação.

Se a estiagem parecia devorar o Reino de Judá, as lágrimas de Jeremias, qual orvalho do Hermom, lá estavam para regar o coração do Deus, cujas misericórdias duram para sempre.

1. A intercessão. Mesmo sabendo que os filhos de Judá achavam-se afastados de Deus e mergulhados numa apostasia crônica, Jeremias intercede por eles: “Oh! Esperança de Israel, Redentor seu no tempo da angústia! Por que serias como um estrangeiro na terra e como o viandante que se retira a passar a noite?” (Jr 14.8).

Tem você intercedido pelos maus? Ou limita-se a orar somente pelos bons? Tem implorado por seus desafetos? Nossa obrigação é interceder por todos, porque Jesus incessantemente intercede por nós.

2. Deus rejeita a intercessão de Jeremias. Se Deus ouviu a intercessão de Moisés, rejeitará a de Jeremias. Declara o Senhor explicitamente ao profeta: “Não rogues por este povo para bem. Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor e quando oferecerem holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei deles; antes, eu os consumirei pela espada, e pela fome, e pela peste” (Jr 14.11,12; cf. 7.16; 11.14).

Estava o Senhor de tal forma irado, que haveria de ignorar até mesmo as petições de Samuel e de Moisés, caso os dois maiores intercessores da Antiga Aliança pudessem voltar à vida, para rogar em favor daqueles rebeldes (Jr 15.1,2).

3. A persistência da intercessão de Jeremias. Diante da recusa divina, o que faz Jeremias? Abandona seus compatriotas? Sente-se tranquilo por haver cumprido suas obrigações como atalaia de Deus? Seu ministério intercessório parecia destinado ao fracasso. Mas quando lemos os derradeiros capítulos de sua profecia, constatamos que, apesar daquele quadro tão desolador, achava-se o Senhor inclinado a socorrer o seu povo e a restaurar-lhe a sorte em tempo oportuno.

Continue a interceder por seus familiares, amigos e pelas almas que caminham para a perdição. No devido tempo, responderá o Senhor às suas petições.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Jeremias não ficou indiferente à sorte de seu povo. Ele intercedeu dia e noite em favor da nação.

 

 

III. POR QUE DEVEMOS INTERCEDER

 

Vejamos por que temos de exercer o ministério da intercessão. Aliás, como já frisamos, a intercessão não é um ministério específico; é uma obrigação de todo aquele que professa o nome de Cristo Jesus, o intercessor por excelência.

1. É uma recomendação bíblica. Explícita ou implicitamente, somos instados, do primeiro ao último livro das Sagradas Escrituras, a interceder. Como esquecer o exemplo de Abraão? Ou o sacrifício de Samuel? Ou a emocionada oração de Salomão no Templo Sagrado? E a agonia de Cristo no Getsêmani? A recomendação não deixa qualquer dúvida: “[...] orai uns pelos outros” (Tg 5.16; Cl 1.3; 4.3).

2. É uma demonstração do amor cristão. Não há maneira tão eficaz de se demonstrar o amor cristão quanto orar intercessoriamente. Experimente interceder! Mesmo esteja você enfrentando dores ou provações, interceda. No exato momento em que estiver orando pelos outros, alguém estará suplicando e chorando por você. O patriarca Jó livrou-se de seu cativeiro quando intercedia por seus amigos (Jó 42.7-12).

3. É um exercício de piedade. Muitos crentes esforçam-se por manter uma vida de intensa oração, mas não conseguem orar além de cinco ou dez minutos. Frustrados, põem-se a perguntar: “Como perseverar na oração?”. A resposta é simples: quando estiver orando, esqueça-se de si e ponha-se a suplicar por todos aqueles que se acham em provações. Eis o segredo de uma poderosa e constante vida de oração.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A Palavra de Deus, do Gênesis ao Apocalipse, nos exorta a intercedermos.

 

 

CONCLUSÃO

 

Chegou o momento de cultivar o ministério da intercessão. Oremos como Jeremias. Aos pés de Cristo, choremos lágrimas compassivas e misericordiosas. Assim não intercedeu o Senhor Jesus por todos nós? Choremos pelos que sofrem. Supliquemos pelos que perecem. Que as nossas orações tenham como fundamento o amor altruísta e desinteressado.

 

VOCABULÁRIO

 

Altruísmo: Abnegação, amor ao próximo.
Contumácia: Grande teimosia, obstinação.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005.
GEORGE, J. Orações Notáveis na Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é a intercessão?

R. A intercessão é a oração que fazemos a Deus em favor de outrem.

 

2. Por que a oração intercessória é eficaz?

R. Porque através dela, demonstramos amor e altruísmo; provamos que o bem-estar do semelhante está acima do nosso.

 

3. Quais foram os maiores intercessores do Antigo Testamento?

R. Samuel e Moisés.

 

4. Qual o maior exemplo de intercessão que temos na Bíblia?

R. Jesus no Getsêmani.

 

5. Por que devemos orar intercessoriamente.

R. Porque é uma demonstração do amor cristão.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

Lamentação e Confissão (14.11-22)

“Jeremias aqui deu vazão à sua tristeza a respeito do estado da nação. Mas, de alguma maneira, a angústia do profeta também é uma expressão da profunda tristeza de Deus. ‘Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia [...] a virgem, filha do meu povo, está ferida [...] de chaga mui dolorosa’ (v.17). Ele então descreve os resultados da seca: guerra civil, saques e morte. Se alguém se arrisca ir ao campo, acaba vendo os mortos pela espada; no interior da cidade as pessoas estão debilitadas pela fome e doença. A todo instante os falsos profetas e sacerdotes trafegam em ‘pseudosantidade’ pela terra (veja v.18, NVI). Há maldade, frustração e morte por toda parte.

Talvez encorajado pela própria tristeza de Deus a intervir em favor da nação, o profeta irrompe em novas lamentações. Ele pergunta se a misericórdia e a cura ainda podem ser obtidas: ‘De todo rejeitaste tu a Judá?– (v.19). Com um clamor amargo, ele confessa a maldade dos pais (v.20), e então lembra a Deus do risco do seu próprio nome e lhe roga lembrar-se do seu concerto com a nação. Jeremias alegremente reconhece que o Senhor é o único Deus: ‘Haverá, porventura, entre as vaidades dos gentios, alguma que faça chover?’ (v.22). O profeta está convencido de que há esperança somente no Deus vivo. Ele declara sua intenção de esperar no Senhor até que sua petição seja atendida”.

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005, p. 299)

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Sociológico

 

     A devastação da seca (14.1-6) - “Uma seca amedrontadora deu ao profeta a oportunidade de ensinar algumas lições morais ao povo. A data da seca não pode ser fixada, mas os horrores dela são descritos em termos gráficos. Toda a terra chorava e o clamor de Jerusalém vai subindo (2). Andam de luto até ao chão também podem ser entendido como: ‘Seus habitantes se lamentam, prostrados no chão!’ (NVI). O rico e o pobre, homens e animais, sofrem porque não encontram água; os pequenos (servos) retornam com seus cântaros vazios (3). A terra se fendeu (‘rachou’, ASV), pois que não há chuva (4). As servas (corças) abandonaram suas crias recém-nascidas, porquanto não há erva (5). Os olhos vitrificados e o respirar ofegante dos animais selvagens revelam a terrível situação da terra. Jeremias evidentemente acredita que essa calamidade natural veio sobre o povo como resultado direto do seu pecado” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005, p. 298).

 

 

Subsídio Devocional

 

     Apelos vazios (14.21) - “O povo de Judá fundamentava sua esperança de alívio em um apelo a Deus para que agisse. 1) por amor ao seu nome, 2) pelo seu templo, isto é, seu ‘trono glorioso’, e 3) por sua aliança. Por que a alegação era vazia? Porque a idolatria desenfreada de Israel levara o nome de Deus à lama. Seu templo fora maculado por aqueles que supunham poder pecar e continuar louvando ao Senhor, como se nada de errado estivesse ocorrendo. Ademais, sua aliança fora quebrada justamente por aqueles que agora fazem reivindicação. Vai chegar a hora em que somente o julgamento é capaz de preservar a honra de Deus” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.457).