Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2010

 

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 6: A soberania e a autoridade de Deus

Data: 09 de Maio de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?(Rm 9.21).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Em sua inquestionável soberania, Deus trata as suas criaturas como bem lhe aprouver. Submetamo-nos, pois, à sua perfeita, infinita e sábia vontade.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Sl 2.9

O oleiro tem poder sobre cada vaso

 

 

Terça - Is 29.16

O oleiro não pode ser questionado

 

 

Quarta - Is 64.8

O oleiro tem de ser reconhecido pelo vaso

 

 

Quinta - Jr 18.2

O oleiro quer que ouçamos a sua Palavra

 

 

Sexta - Jr 18.4

O oleiro e a sua paciência

 

 

Sábado - Jr 19.11

O oleiro e a sua ira

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jeremias 18.1-10.

 

1 - A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo:

2 - Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.

3 - E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas.

4 - Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer.

5 - Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

6 - Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

7 - No momento em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir,

8 - se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.

9 - E, no momento em que eu falar de uma gente e de um reino, para o edificar e para plantar,

10 - se ele fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria.

 

INTERAÇÃO

 

Na lição de hoje veremos que Deus ensina, de modo prático, uma importante lição a Jeremias. O Senhor pede que o profeta vá à casa do oleiro, para que ali observe o trabalho do artífice. Jeremias obedece ao Senhor e, naquele local, aprende uma importante lição a respeito da soberania divina. O Altíssimo mostra ao profeta que Ele pode e faz, sempre, o que é melhor (ainda que não entendamos assim). Deus desejava moldar seu povo. Eles precisavam aprender que o Criador tem poder sobre o barro (Judá) para fazer dele um vaso útil. Deus também deseja moldá-lo e fazer de você um vaso de honra. Permita que o Oleiro Celeste trabalhe em sua vida.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar por que Deus enviou Jeremias à casa do oleiro.
  • Conscientizar-se de que Deus é soberano.
  • Compreender que a soberania de Deus está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para a aula de hoje, sugerimos que seja feito um quadro com algumas lições práticas que Deus apresentou a Jeremias. Deus utilizou diversos métodos e modos para comunicar sua Palavra a Judá. Reproduza a tabela abaixo no quadro-de-giz ou tire cópias para os alunos. Explique à classe que temos muito a aprender por meio destas lições.

Enfatize o amor e o cuidado de Deus para com um povo rebelde e apóstata. Não deixe de ler as referências e destaque o fato de que Deus exorta, consola e edifica mediante a sua mensagem.

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Soberania de Deus: Do lat. super. Autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas no céu e na terra.

 

O capítulo 18 de Jeremias é conhecido como a Parábola da Soberania de Deus. A passagem talvez não seja muito apreciada pelos calvinistas extremados por mostrar que Deus, conquanto absoluto e inquestionável, não é arbitrário. Suas ações acham-se baseadas em suas bondades e perfeições.

Que riquíssima lição sobre a eleição e a predestinação. Embora sejam estes temas tidos como incompreensíveis e complexos por algumas escolas teológicas, o Senhor, através da arte do oleiro, mostra serem ambos os temas perfeitamente compreensíveis e harmônicos.

Desçamos à casa do Oleiro. E, aqui, em meio às ferramentas de seu ofício, conheçamos a soberana vontade de Deus consoante a Israel, aos gentios e à nossa própria vida.

 

I. A VISITA À CASA DO OLEIRO

 

1. A casa do oleiro. Achava-se localizada, provavelmente, no extremo sul de Jerusalém, nas cercanias da Porta do Oleiro e do Vale dos Filhos de Hinon. Nesse logradouro, os oleiros desempenhavam suas atividades e, coletivamente, defendiam seus interesses.

2. Seus instrumentos de trabalho. Posto que eficazes, eram bem simples os instrumentos dos oleiros: constituíam-se de duas rodas superpostas. A inferior, acionada com os pés, movimentava a superior, onde o oleiro colocava a argila, a fim de moldá-la de acordo com a sua concepção. E, assim, em movimentos simples, mas seguros, era o barro transformado em vasos e outras vasilhas tão úteis no dia-a-dia das senhoras hebréias.

Às vezes, não temos a impressão de estarmos numa roda viva? Vêm as provações e as dificuldades; chegam as lutas e aparecem as batalhas. De repente, eis que a nossa vida entra num ritmo acelerado. Isto acontece por estarmos na roda do Oleiro, que nos vai moldando de acordo com a sua vontade. Tenha paciência! O Oleiro sabe o que está fazendo.

3. A visita à casa do oleiro. Buscava Deus, com esta parábola, deixar uma importante lição para os filhos de Israel. Pensavam estes que, pelo simples fato de serem descendência de Abraão, achavam-se a salvo dos juízos e dos castigos divinos. O Senhor, porém, mostra-lhes que todos, judeus e gentios, nos encontramos sob a sua jurisdição. Assim como o oleiro tem poder sobre a argila, de igual modo trata-nos Deus consoante à sua soberania, levando sempre em conta, naturalmente, o livre-arbítrio com que Ele nos dotou.

Para se compreender melhor a parábola do Oleiro, é necessário que se estude os capítulos nove, dez e onze da Epístola de Paulo aos Romanos. No capítulo nove, discorre o apóstolo acerca da eleição de Israel; no dez, fala sobre a rejeição de Israel como povo eleito; e no onze, trata da futura reconciliação de Israel com o Messias. Aos que não aceitam a forma como Deus trata com o seu povo, aduz Paulo: “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9.21).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Assim como o oleiro tem poder sobre a argila, de igual modo, Deus tem poder sobre nossa vida.

 

 

II. A SOBERANIA DE DEUS

 

A soberania de Deus é uma das mais difíceis doutrinas das Sagradas Escrituras. E só viremos a entendê-la corretamente, se nos mantivermos centrados nas Sagradas Escrituras, sem nos desviarmos nem para o predestinacionismo absoluto e cego nem para o chamado deísmo.

1. Definição. A soberania de Deus é a autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios. Sua soberania está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário – todos precisamos dEle para existir; sem Ele, não há vida nem movimento.

2. Soberania não é arbitrariedade. A soberania é um instrumento legítimo de Deus, através da qual executa Ele toda a sua vontade, visando a plena consecução de seus decretos.

Sendo infinitamente santo e justo, e Criador de quanto existe, tem o Senhor Deus autoridade sobre todas as criaturas morais, e tudo fará a fim de que o seu plano redentivo seja integral e perfeitamente cumprido. Deus jamais criaria uns para a salvação e outros para a danação eterna. Isto contrariaria os dois principais atributos de sua bondade: santidade e justiça.

3. Eleição e predestinação. Como entender ambas as doutrinas? A predestinação é universal. Ou seja: Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna (Jo 3.16). Por conseguinte, ninguém é chamado à vida para ser lançado no lago de fogo que, conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o Diabo e aos seus anjos (Mt 25.41). Cumpre ressaltar, porém, que o fato de o homem ser predestinado à vida eterna não lhe garante a posse compulsória desta. É necessário creia ele no Evangelho e aceite e persevere em seguir a Jesus, a fim de que seja havido por eleito de Deus.

Nossa eleição, portanto, tem como base a soberania e a presciência divinas: “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1.2).

4. O profeta Jeremias e a soberania de Deus. No capítulo dezoito de Jeremias, o Senhor está a ensinar-nos uma grande lição: embora hajamos sido escolhidos para ser a sua particular herança, devemos cumprir as cláusulas da aliança que Ele conosco estabeleceu por intermédio de Cristo Jesus (Hb 12.23,24). Caso contrário: haveremos de ser reprovados como o foram os israelitas. Não basta ser filho de Abraão; é necessário fazer as obras de Abraão (Mt 3.9; Jo 8.39).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Deus é soberano, no entanto, suas criaturas são livres para render-se, ou não, a Ele.

 

 

III. O CRENTE E A VONTADE DE DEUS

 

É chegado o momento de encararmos com mais seriedade a soberania de Deus. O mesmo Oleiro que de uma argila disforme formou Israel, também chamou-nos de entre as nações, constituindo-nos um povo santo, especial e de boas obras (Tt 2.14).

Como estamos encarando a soberania de Deus? Temos considerado a sua vontade? Ou achamos que, frágeis vasos, temos autoridade sobre o Oleiro? Humildemente, oremos: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu”.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O crente precisa submeter-se à vontade de Deus, a fim de que Ele opere em sua vida segundo o seu querer.

 

 

CONCLUSÃO

 

É chegado o momento de nos submetermos à vontade de Deus. Ele é o Oleiro; nós, apenas a argila. De acordo com a sua soberania, estará trabalhando em nossas vidas. Uns, vasos de honra; outros, de desonra (2 Tm 2.20). Submetamo-nos, pois, à sua vontade, a fim de que Ele, de conformidade com o seu querer, opere abundantemente em nossa vida.

 

VOCABULÁRIO

 

Predestinacionismo: Segundo Calvino, a predestinação resulta da soberania de Deus que, desde a mais remota eternidade, já havia determinado os que vão ser salvos.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Qual o tema central do capítulo 18 de Jeremias?

R. A soberania de Deus.

 

2. O que é a soberania divina?

R. É a autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios.

 

3. Qual a diferença entre soberania e arbitrariedade?

R. A soberania é um instrumento legítimo de Deus, através da qual executa Ele toda a sua vontade, visando a plena consecução de seus decretos. Deus não é arbitrário, pois Ele não anula o direito do homem fazer suas escolhas.

 

4. Com que base fomos nós eleitos por Deus?

R. Nossa eleição tem como base a sua soberania e presciência.

 

5. Porque o capítulo dezoito de Jeremias é considerado uma parábola da soberania divina?

R. Porque neste capítulo o Senhor ensina que embora tenhamos sido escolhidos para ser a sua particular herança, devemos cumprir as cláusulas da aliança que Ele conosco estabeleceu por intermédio de Cristo Jesus. Caso contrário: haveremos de ser reprovados, como os israelitas o foram.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsidio Teológico

 

Soberania de Deus

“Esta expressão representa o ensino bíblico que se refere ao absoluto, irresistível, infinito e incondicional exercício da vontade própria de Deus sobre qualquer área da sua criação. Deus é aquEle que ordena todos os eventos ao longo do tempo e da eternidade. Ele também é o Criador e Mantenedor de tudo o que existe. Deus ‘faz todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade’ (Ef 1.11).

Não há nada que esteja excluído do campo da soberania de Deus, incluindo até mesmo os atos ímpios dos homens. Embora Deus não aprove esses atos de impiedade, Ele os permite, governa e usa para os seus próprios objetivos e glória. A crucificação, o crime mais hediondo de todos os tempos, estava comprometida dentro dos limites ‘do determinado conselho e presciência de Deus’ (At 3.23). O Senhor Jesus disse a Pilatos que crucificar o Filho de Deus não era uma atitude que estava dentro dos limites do poder humano, mas aquele poder só poderia vir de Deus (Jo 19.11).

Outro aspecto importante desta doutrina é o exercício, por parte de Deus, da sua soberania sobre o destino eterno dos homens. O dom da vida eterna é a posse, por parte daqueles a quem Deus, antes da fundação do mundo, ‘predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade’ (Ef 1.5)”.

(Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, pp.1844-45)

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsidio Teológico

 

     A condicionalidade - “A questão da condicionalidade é o tema central das profecias de Jeremias. Isto vale tanto para as que falam de juízos ameaçadores como para as que discorrem sobre as bênçãos prometidas (18.1-11). Um juízo anunciado poderia ser evitado pelo arrependimento. Da mesma forma, as promessas de bênçãos seriam cumpridas mediante a obediência, mas revogadas diante do pecado. Como até seus contemporâneos reconheceram, o juízo anunciado contra Jerusalém nos dias de Ezequias (Mq 3.9-12) foi revogado quando a cidade se arrependeu (Jr 26.17-19). De acordo com Jeremias, a destruição de Jerusalém e o exílio babilônico poderiam ser evitados se a nação se arrependesse, do contrário, a destruição seria certa” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, pp.189-90).

 

 

Subsídio Devocional

 

     Os líderes de Judá - “Eles ficaram enfurecidos com a pregação de Jeremias que planejaram feri-lo ‘com a língua’ (calúnia) e, ao mesmo tempo, ignorá-lo (v.18). Sua hostilidade é ainda mais ativa: tentaram enredá-lo, acusando-o de provável traidor, devendo, assim, ser condenado à morte. Frustrado e temeroso, o profeta clama a Deus que não lhes perdoe quando iniciar o julgamento” (vv.19-23) (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.459).