Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2010

 

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 11: A excelência do Ministério

Data: 13 de Junho de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim(Sl 131.1).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Que a nossa única preocupação seja buscar a glória de Deus para a Sua glória, porque Ele é o Senhor da glória!

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Jr 32.13

Baruque, um servo obediente

 

 

Terça - Jr 36.4

Baruque, o fiel escriba

 

 

Quarta - Jr 36.13

Baruque, o arauto de Jeremias

 

 

Quinta - Jr 43.3

Baruque é acusado

 

 

Sexta - Jr 43.6

Baruque tem a vida resguardada

 

 

Sábado - Jr 45.2-5

Baruque recebe a divina promessa

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jeremias 45.1-5.

 

1 - Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras, num livro, da boca de Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo:

2 - Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque:

3 - Disseste: Ai de mim agora, porque me acrescentou o SENHOR tristeza à minha dor! Estou cansado do meu gemido e não acho descanso.

4 - Isto lhe dirás: Assim diz o SENHOR: Eis que o que edifiquei eu derribo e o que plantei eu arranco, e isso em toda esta terra.

5 - E procuras tu grandezas? Não as busques, porque eis que trarei mal sobre toda a carne, diz o SENHOR; a ti, porém, darei a tua alma por despojo, em todos os lugares para onde fores.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, em Mateus 28.18,19 (ARA), Jesus ordena aos onze: “Ide e fazei discípulos de todas as nações”. Seu objetivo é claro: façam discípulos. Jesus não desejava que eles apenas pregassem as Boas Novas, mas que formassem servos semelhantes a eles, que pudessem dar prosseguimento àquela missão, ou seja, discípulo formando discípulo. Fazer discípulo demanda tempo, esforço, dedicação, acompanhamento, aconselhamento, paciência, sabedoria e amor. Essa tarefa não é nada fácil, mas extremamente recompensadora. Portanto, seja fiel até o fim à missão que o Senhor lhe concedeu.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Identificar as características de Baruque.
  • Analisar o relacionamento de Baruque com Jeremias.
  • Priorizar o Reino de Deus e a sua glória em vez de o sucesso pessoal.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Para introduzir o último tópico da lição, escreva no quadro-de-giz o seguinte: sucesso ministerial x excelência ministerial. Depois, pergunte aos alunos qual a diferença entre essas duas expressões. Anote as respostas no quadro enquanto são mencionadas. Em seguida, leve-os a compará-las.

É importante ressaltar que nesta atividade não existe resposta certa e errada, uma vez que, logo depois, você estará embasando o assunto na Bíblia.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Glória: Honra, magnificência, esplendor, prestígio.

 

Se Baruque esperava um sucesso imediato no ministério, vê-se agora decepcionado. Pois o monarca, tendo apostatado da fé, queima o rolo com as profecias de Jeremias, induzindo o povo a afastar-se ainda mais de Deus. Em seguida, recebe Baruque ordens de registrar novamente as palavras que se achavam no livro destruído pelo rei, agora com vários aditamentos.

Que perspectiva haveria para Baruque? Para quem sonhava com o sucesso, seria obrigado a conviver com um aparente fracasso.

 

I. QUEM ERA BARUQUE

 

Poucos são os dados de que dispomos acerca de Baruque, escriba e fiel amigo do profeta Jeremias.

1. Pertencia à nobreza de Judá. Era ele filho de Nerias, irmão de Seraías, camareiro-mor do rei Zedequias (Jr 51.59). Provinha certamente de uma família que o havia educado para ser, em todas as coisas, uma bênção nas mãos de Deus. Aliás, Baruque, em hebraico, significa “abençoado”.

Tem você preparado seu filho para ser uma bênção nas mãos de Deus? Invista em sua vida espiritual para que, mais tarde, não venha ele a dar-lhe aborrecimentos e tristeza sobre tristeza.

2. Era um jovem culto e bem educado. Baruque tanto sabia escrever com perfeição como ler perfeitamente em público. Era um arauto perfeito. Portanto, um jovem graduado que colocara toda a sua formação acadêmica a serviço de Deus.

Querido jovem, estão os seus talentos nas mãos de Deus? “Desperta, faz-te pronto; poucos dias são que restam para o segador”.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Baruque era um jovem culto, nobre, inteligente e hábil na arte de escrever, que trabalhava como secretário particular do profeta Jeremias.

 

 

II. A CORAGEM E O ZELO DE BARUQUE

 

O jovem Baruque era conhecido por seu zelo e coragem. Vejamos de que forma exerceu o seu ministério.

1. Cuidava dos negócios particulares de Jeremias. Como os pastores necessitam de secretários como Baruque! Em Jeremias 32.10, o profeta confia-lhe a escritura de uma propriedade que acabara de adquirir. Mero trabalho burocrático? Simples tarefa? É na execução das pequenas coisas que somos preparados para as grandes.

Talvez, neste momento, esteja você a realizar algo considerado humilde ou pequeno. O que você não sabe, porém, é que, no âmbito do Reino de Deus, jamais devemos desprezar as pequenas coisas (Zc 4.10; Lc 16.10).

2. Registrava fielmente as palavras de Jeremias. Cabia-lhe também o registro das palavras que o profeta, inspirado pelo Espírito Santo, recebia do Senhor (Jr 36.4).

Teria Baruque ciência da relevantíssima tarefa que realizava? Hoje, passados mais de 2.500 anos, ainda nos comovemos com a história de Jeremias, tudo porque um jovem escriba resolvera colocar todo o seu talento a serviço do Reino de Deus.

3. Lia as palavras de Jeremias. Assim como Moisés tinha Arão, e assim como Eliseu tinha a Geazi, tinha Jeremias também o seu escriba e porta-voz: Baruque. Vemo-lo, agora, a proclamar a todo o Judá as palavras que o profeta lhe mandara registrar (Jr 36.8). Primeiro, leu-as diante do povo; em seguida, perante os conselheiros do rei até que, finalmente, foi a mensagem lida diante do mesmo rei pela boca de um príncipe chamado Jeudi (Jr 36.21).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Baruque cuidava dos negócios de Jeremias, registrava e lia as palavras dele com coragem e zelo.

 

 

III. A EXPECTATIVA DE BARUQUE É FRUSTRADA

 

À semelhança dos outros jovens, tinha Baruque suas expectativas. Conforme podemos depreender do texto bíblico, esperava ele um sucesso imediato na vida ministerial. Afinal, estava a secretariar um dos mais influentes profetas de Israel. Havia, porém, algumas lições que precisava aprender e com urgência.

1. A frustração de Baruque. Para quem esperava um sucesso imediato, eis que Baruque só vê dificuldades e frustrações. E se pensava que, com a leitura da profecia, o povo curvar-se-ia sem detença ao Senhor, tal não acontece. Haja vista como o rei trata a mensagem profética: corta o rolo com o canivete de escrivão, e joga o pergaminho no braseiro (Jr 36.23).

2. A destruição de Jerusalém. Baruque também esperava viver numa cidade na qual viesse a ter possessões e, onde, tranquilamente, pudesse constituir um lar. É claro que tais coisas não constituem pecado. No entanto, tal demanda, naqueles dias, fazia-se proibitiva, pois o Senhor estava para destruir tudo o que plantara (Jr 45.4). Dessa forma, ter a alma como espólio, ou herança, já era um grande negócio.

3. O tratamento recebido por Jeremias. Se esperava ele descansar sob a fama e o prestígio de Jeremias, achava-se enganado. Pois o seu senhor era tratado em Judá como traidor. Haja vista a prisão que o profeta viu-se constrangido a amargar (Jr 38.6).

4. As acusações contra Baruque. Além do mais, pesava sobre Baruque uma gravíssima acusação. Os nobres de Judá supunham que as palavras de Jeremias eram, na verdade, de Baruque. Sendo ele um jovem nobre e culto, pensavam, encontrava-se a induzir o profeta a pronunciar todas aquelas profecias contra Jerusalém e contra o Santo Templo (Jr 43.3).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Baruque sofreu grande frustração em seu ministério e vida pessoal, porquanto esperava sucesso, reconhecimento e prestígio de Jeremias e do povo.

 

 

IV. SUCESSO OU EXCELÊNCIA?

 

Sabe por que há tantos obreiros frustrados? Porque estão atrás apenas do sucesso ministerial. Isso é uma tragédia para o homem de Deus!

1. A efemeridade do sucesso. O sucesso faz o nome do obreiro, todavia não o torna conhecido diante de Deus. Dá-lhe riquezas, porém, não lhe proporciona prosperidade espiritual. Enche-lhe o templo, mas, não raro, de crentes vazios. Confere-lhe prestígio, entretanto, não lhe aumenta a reputação diante daquEle que tudo vê e tudo conhece. Abre-lhe as portas aos poderosos, não obstante, fecha-lhe as do Todo-Poderoso. O sucesso faz a igreja de Laodicéia, mas somente a excelência pode conferir a beleza de Filadélfia e a perseverança de Esmirna.

O sucesso ministerial sem a excelência do Cristo de Deus nada é.

2. A glória da excelência. A excelência! É esta que devemos perseguir até que nos venha buscar o Senhor. Se com ela semeamos com lágrimas, com ela ceifaremos com alegria. Se com ela sofremos, com ela jubilaremos na presença do Rei. Além disso, quando fomos chamados ao ministério, o Senhor não nos disse que teríamos sucesso; através de seu apóstolo, assegurou-nos que excelente coisa estávamos nós almejando (1 Tm 3.1-3). Sabe por que Paulo jamais se sentiu frustrado? Ele perseguia a excelência ministerial no serviço do Senhor, e não o sucesso (Rm 11.13). O sucesso quem procurava era Demas que, no momento mais difícil de Paulo, abandona-o por sentir-se atraído pelo presente século (2 Tm 4.10).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Aqueles que militam na obra de Deus devem buscar a excelência da obra e a glória de Deus, e não, o sucesso ministerial.

 

 

CONCLUSÃO

 

Jeremias, agora, exorta ao seu secretário a deixar os sonhos de grandeza, a fim de se dedicar à excelência da obra de Deus. Já não tinha o jovem à alma como despojo ou patrimônio? O que mais buscava?

O que você tem almejado, homem de Deus? O sucesso ou a excelência ministerial no trabalho do Senhor? É hora de reavaliarmos nossas prioridades. A grandeza pertence única e exclusivamente a Deus. É dEle que nos vêm a excelência!

 

VOCABULÁRIO

 

Arauto: Emissário, mensageiro.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

KULIGIN, V. Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito. 1.ed. RJ: CPAD, 2008.
ZUCK, R. B. (ed). Teologia do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quem foi Baruque?

R. Ele era filho de Nerias e pertencia a nobreza de Judá.

 

2. Qual era a sua função?

R. Era secretário de Jeremias.

 

3. Por que se sentiu ele frustrado?

R. Porque o povo não não deu crédito a Palavra do Senhor. O rei cortou o rolo com o canivete e jogou-o no braseiro.

 

4. Qual a diferença entre a excelência e o sucesso?

R. O sucesso faz o nome do obreiro, todavia não o torna conhecido diante de Deus.

 

5. Você tem perseguido a excelência no ministério?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliológico

 

“Carregar a cruz tem o modo maravilhoso de tirar o nosso foco dos interesses temporais para fixá-lo nos assuntos eternos. Como já comentei, a nossa visão é míope e tomamos decisões baseadas nessa imprevidência. Deus quer que nos concentremos em ideais maiores do que os existentes nesta vida. Amamos muito este mundo, e não reconhecemos que somos peregrinos e estrangeiros aqui. A nossa casa verdadeira e eterna está em outro lugar. É por isso que Paulo disse: ‘Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens’ (1 Co 15.19).

Em muitos aspectos, é o que está englobado na soberba da vida. Ficamos tão arrogantemente presos ao que estamos fazendo, ao que nos empolga e nos interessa que perdemos de vista que é superior e muito maior. Não podemos amar o mundo e Deus ao mesmo tempo (Tg 4.4; 1 Jo 2.15). Os sistemas e poderes corruptos e pecaminosos deste globo giratório estão se acabando. Não obstante, como cristãos que possuem as verdades eternas, nós pateticamente corremos atrás do mundo e seus ideais. Anelamos e ansiamos ter mais riqueza, maior poder e crescentes privilégios, e assim menosprezamos a cruz”.

(KULIGIN, V. Dez coisas que eu gostaria que Jesus nunca tivesse dito. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, pp.99)

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

     A glória dos homens — “Outro conceito associado à glória é a ideia de aprovação ou louvor. Paulo lembra aos tessalonicenses que, quando ele ministrou entre eles não buscava a ‘glória dos homens’ (1 Ts 2.6), ou seja, o louvor ou aprovação das pessoas. A única aprovação e louvor que importa para Paulo é o de Deus (1 Co 4.5). Por sua vez, dar glória a Deus diferencia a pessoa que tem comunhão com Ele das que não a têm. Paulo, ao descrever os que rejeitam a verdade a respeito de Deus, diz: ‘Não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças’ (Rm 1.21). Em contraste com isso, temos um indivíduo de fé como a de Abraão que dá ‘glória a Deus’ (4.20). Assim, as pessoas dão glória a Deus por meio do que falam e fazem, isto é, ao expressar louvor e dar graças a Ele e ao representá-lo, refletindo o caráter do Senhor e fazendo a vontade dEle” (ZUCK, R. B. (ed) Teologia do Novo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, p.279).

 

 

Subsídio Teológico

 

     Ambição — “Baruque fazia parte de uma família de gente bem-sucedida. Seu avô fora governador de Jerusalém, na época de Josias (2 Cr 34.8), e seu irmão, funcionário graduado do tribunal de Zedequias (Jr 51.59). Sua expectativa era de vir a ocupar algum cargo elevado, mas, para sua frustração, não passou de secretário do homem mais odiado em Judá! Deus disse a Baraque o que fala ainda hoje a cada um de nós. Seja o melhor que puder, mas não espere mais do que você é. A ambição egoísta foi inadequada quando a nação enfrentou o julgamento divino, e em outras ocasiões” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.475).