Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2012

 

Título: As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 11: O Evangelho do Reino no Império do Mal

Data: 10 de Junho de 2012

 

TEXTO ÁUREO

 

[...] Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas(Ap 14.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Apesar de sua influência e poder, o Anticristo não poderá calar a verdade do Evangelho — a Palavra de Deus é para sempre.

 

HINOS SUGERIDOS

 

164, 304, 465.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Is 40.8; 1 Pe 1.25

A Palavra de Deus é eterna

 

 

Terça - Sl 119.160

Os juízos de Deus são eternos

 

 

Quarta - Ap 20.4

Testemunhando a Palavra de Deus

 

 

Quinta - Ap 11.7

As testemunhas são perseguidas e mortas

 

 

Sexta - Ap 11.11-13

A ressurreição das testemunhas

 

 

Sábado - At 2.37,38

A conversão de um povo pelo testemunho da Palavra

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Apocalipse 14.1-7.

 

1 - E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai.

2 - E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa.

3 - E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.

4 - Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.

5 - E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.

6 - E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,

7 - dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.

 

INTERAÇÃO

 

Uma das características dos habitantes do mundo atual é o estilo de vida baseado na incredulidade do juízo final. Paradoxalmente, na Grande Tribulação essa característica será mais aflorada. Todavia, os moradores da terra, através de um anjo, serão alertados para a realidade da iminência do juízo vindouro de Deus (Ap 14.7). Nações, tribos, línguas e todos os povos do mundo terão de se confessar perante o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Cristo Jesus: Ricos e pobres; poderosos e fracos; intelectuais e ignorantes; todos os homens, sem exceção, se prostrarão diante do Eterno e confessarão que só Ele é Deus; seja para a vida ou perdição eterna (14.6; Mt 25.31-46).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer a permanência da inspiração das Escrituras após o arrebatamento.
  • Explicar o papel dos mártires, dos 144 mil selados, das duas testemunhas e a proclamação do evangelho eterno na Grande Tribulação.
  • Conscientizar-se de que haverá salvação na Grande Tribulação.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Caro professor, na aula de hoje deparamo-nos com alguns personagens que causam algumas controvérsias na interpretação bíblica escatológica. Por isso, apresentamos a explicação do renomado teólogo pentecostal Stanley M. Horton, de acordo com o esquema abaixo. Para embasar os tópicos III, IV e V reproduza o esquema conforme as suas possibilidades. Explique aos alunos a relevância desses personagens bíblicos na proclamação da Palavra eterna de Deus durante a Grande Tribulação.

 

144 mil selados

“Tem havido muita controvérsia acerca desses santos. Dizem alguns serem os mesmos 144.000 saídos das 12 tribos de Israel, conforme nos mostra o capítulo sete. Outros dizem ser [...] crentes fiéis [...] de diferentes lugares e épocas. [...] Veem-no como um número de plenitude de maneira a incluir todos os crentes que tem andado com o Senhor [...]. Seja como for, podemos ter certeza de que Jesus conhece os que lhe pertencem” (Horton, p.198).

 

As duas Testemunhas

“Tem havido muita especulação a respeito de quem são estas duas testemunhas. Alguns interpretam como duas comunidades, ou dois grupos de pessoas. Contudo, a descrição é específica. Tratam-se realmente de duas pessoas. [...] As duas testemunhas de Apocalipse 11.3 são descritas como castiçais que estão diante do Deus da terra; isto é, diante do Deus verdadeiro. Estão constantemente em sua presença. Quando profetizam espargem a luz que vem de Deus [...]” (Horton, p.154).

 

O Evangelho eterno

“O evangelho eterno é o mesmo proclamado pelos apóstolos e registrado no Novo Testamento. Não há outro evangelho, como bem acentuou Paulo: ‘Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que temos pregado, seja anátema’ (Gl 1.18). Mesmo em meio a Grande Tribulação, Deus tudo faz para trazer os pecadores ao arrependimento. A mensagem do evangelho é sempre redentora; convida o povo a reconhecer o amor, a soberania e a santidade de Deus” (Horton, p.202).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Evangelho: Boas Novas de Jesus Cristo, o Messias.

 

Apesar de sua truculência e soberba, o Anticristo não conseguirá emudecer a voz do Evangelho nem calar a voz dos mártires. Durante a Grande Tribulação, Deus levantará muitas vozes eloquentes e poderosas que não temerão proclamar-lhe a Palavra. É o que nos mostra claramente o Apocalipse. O que disso concluímos? A Bíblia Sagrada continuará a ser a inspirada, inerrante e soberana Palavra de Deus. E a sua pregação e ensino não serão interrompidos. Logo, haverá também salvação de almas após o arrebatamento.

Nesse tempo, a Igreja de Cristo já não estará na terra. Todavia, Deus continuará no controle de tudo. Até o próprio Diabo, que dará a impressão de reinar absoluto, estará sob o seu comando. A voz divina não pode ser calada.

 

I. A PALAVRA DE DEUS APÓS O ARREBATAMENTO

 

Muita gente ainda supõe que, após o rapto da Igreja, a Bíblia Sagrada perderá a sua inspiração. Tal crença origina-se de teologias e narrativas extravagantes e anti-bíblicas. A Palavra de Deus, porém, subsiste eternamente (Is 40.8).

1. A Palavra de Deus é eterna. A própria Escritura testifica de sua perenidade: “A palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.25). Ora, se a Bíblia viesse a perder a sua inspiração após o arrebatamento, como ficariam os últimos atos do plano divino? A propósito, será com base nas Escrituras, que o Israel do Milênio será reorganizado. Leia com atenção os últimos oito capítulos de Ezequiel.

2. A Palavra de Deus é o fundamento do Juízo Final. Além do livro da vida, outros livros serão abertos no dia do Juízo Final. Conclui-se, pois, que as Escrituras Sagradas lá estarão; nelas se encontram tanto as promessas quanto os juízos divinos (Ap 20.12). E cada um dos juízos de Deus é para sempre (Sl 119.160).

Posto que a Bíblia Sagrada não perderá a sua divina inspiração, quem a proclamará após o arrebatamento da Igreja? O Apocalipse mostra que esse trabalho ficará a cargo dos mártires, dos cento e quarenta e quatro mil, das duas testemunhas e do anjo que percorrerá os céus com o evangelho eterno.

3. O Espírito Santo após o arrebatamento da Igreja. Se o Apocalipse mostra que haverá salvação nesse período e que nesse período a Palavra de Deus continuará a ser proclamada, perguntamos: Estará o Espírito Santo na terra durante a Grande Tribulação? Sim! Ele aqui estará. Mas, como conciliar essa assertiva com 2 Tessalonicenses 2.7?

Deixo a resposta com o pastor Donald Stamps, comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal: “No começo dos sete anos de tribulação, o Espírito Santo será ‘afastado’. Isso não significa ser Ele tirado do mundo, mas que cessará sua influência restritiva à iniquidade e ao surgimento do Anticristo. Todas as restrições contra o pecado serão removidas, e começará a rebelião inspirada por Satanás. O Espírito Santo, todavia, agirá na terra durante a tribulação, convencendo pessoas dos seus pecados, convertendo-as a Cristo e dando-lhes poder (Ap 7.9,14; 11.1-11; 14.6,7)”.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A Palavra de Deus subsiste eternamente, mesmo após o arrebatamento da Igreja.

 

 

II. A PROCLAMAÇÃO DOS MÁRTIRES

 

Tanto no Império Romano como em nossos dias, muitos são os torturados e mortos por amor a Cristo. Todavia, os martírios durante o governo do Anticristo superarão a todas as cifras já registradas. Será o Holocausto dos holocaustos.

1. A identidade dos mártires. Chamaremos de mártires aqueles que, na Grande Tribulação, arrepender-se-ão de seus pecados e se recusarão a adorar a imagem da besta e a receber o seu código. Eles são mostrados no Apocalipse como “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” (Ap 7.9).

2. A fé sob o martírio. Por causa de sua postura confessante e testemunhal, serão degolados pelo governo do Anticristo (Ap 20.4). Eles, porém, não temerão perturbar o império do mal com o Evangelho do Reino.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

No Império Romano e na modernidade, os números de mártires cristãos foram muitos. Mas nada será comparado aos números de mártires no período do Anticristo.

 

 

III. A PROCLAMAÇÃO DOS 144 MIL

 

Além dos mártires oriundos de todos os povos e nações, haverá um grupo de 144 mil judeus, que também estará confessando a Cristo durante o governo do Anticristo.

1. A identidade dos 144 mil. São israelitas que se converterão a Cristo logo após o arrebatamento da igreja (Ap 7.1-8). E precederão a conversão nacional de Israel, que se dará no final da Grande Tribulação (Zc 12.10). Por isso são tratados por Deus como as suas primícias (Ap 14.3).

2. A elevada posição dos 144 mil. Inferimos do texto sagrado, que Deus os tomará para si após os terem assinalado. Isto porque, mais adiante, João os vê no monte Sião acompanhando o Cordeiro (Jo 14.1). Em sua testa, o nome do Pai e do Filho.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Haverá um grupo de 144 mil testemunhas que confessarão o Cristo de Deus durante o governo do Anticristo.

 

 

IV. A PROCLAMAÇÃO DAS DUAS TESTEMUNHAS

 

Se bastou Moisés para perturbar o Egito e Elias para conturbar o reino apóstata de Israel, o que não farão dois profetas semelhantes a eles atuando conjuntamente? É o que se dará durante o governo do Anticristo.

1. A identidade das duas testemunhas. Quem serão as duas testemunhas do Apocalipse? Moisés e Elias? A Bíblia não o diz. Por isso, não quero especular sobre as suas identidades. Aprendi que não preciso ter voz quando a Palavra de Deus se cala.

São eles as duas oliveiras e os dois castiçais, que se encontram diante de Deus (Ap 11.4).

Os dois profetas agitarão o reino do Anticristo, desmascarando-o como emissário de Satanás e proclamando sobre toda a terra os juízos divinos. O seu ministério durará 1260 dias (Ap 11.1-3). Eles “têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Ap 11.6).

2. A morte das duas testemunhas. Terminado o seu ministério de quarenta e dois meses, a besta os matará. E expor-lhes-á os corpos na praça da cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito (Ap 11.8). E todos se alegrão com a sua morte.

3. A ressurreição das duas testemunhas. Depois de três dias e meio, Deus enviar-lhes-á o espírito de vida, pondo-os de pé à vista de todos. Em seguida, serão levados para o céu. Logo após o seu arrebatamento, a cidade será abalada por um grande terremoto (Ap 11.11-13).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

As duas testemunhas proclamarão os juízos de Deus sobre a terra. No entanto, através de perseguição, serão mortas. Mas, após três dias e meio, Deus as ressuscitará.

 

 

V. A PROCLAMAÇÃO DO ANJO

 

Agora, entra em cena um anjo solitário, que proclama o Evangelho Eterno (Ap 14.6). Toda a terra o ouve. Sua mensagem é de arrependimento.

1. O anjo evangelista. Os anjos são criaturas divinas, cuja função é adorar a Deus e zelar pelos que hão de herdar a vida eterna (Is 6.1-3; Hb 1.14). No Apocalipse, são encarregados de ministrar os juízos divinos.

2. O Evangelho Eterno. O que é o Evangelho Eterno? É o evangelho que pregamos e, que às vezes, é chamado de Evangelho do Reino (Mt 24.14). É o evangelho que vem sendo proclamado desde o Gênesis. Sim, é o evangelho que, um dia, Abraão ouviu do próprio Deus (Gl 3.8). Será este também o evangelho a ser anunciado por ocasião do governo do Anticristo.

3. A mensagem de arrependimento. Não obstante a Igreja já ter sido arrebatada, Deus, em seu inexplicável amor, continuará a estender a sua graça a um mundo perverso e impenitente. Através de seu anjo, insta a todos ao arrependimento: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.7). Mesmo na pior apostasia da humanidade, Deus insistirá com os filhos de Adão, buscando levá-los ao arrependimento.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (V)

 

O Evangelho Eterno é aquele que vem sendo proclamado desde o Gênesis, por Jesus Cristo e, em o Novo Testamento, através dos apóstolos e por toda Igreja.

 

 

CONCLUSÃO

 

Conforme vimos, a Palavra de Deus será amplamente proclamada durante a Grande Tribulação. E muitas serão as conversões nesse período. Deus não ficará sem testemunho.

Os crentes desta geração, porém, porfiaremos por tomar parte no arrebatamento da Igreja. Se hoje já enfrentamos dificuldades para professar a santíssima fé, quanto mais naqueles dias. Este é o momento da oportunidade. Por que desperdiçar um momento como este? Maranata! Ora vem, Senhor Jesus.

 

VOCABULÁRIO

 

Truculência: Grosseria, violência.
Perenidade: Qualidade de perene; contínuo; eterno; perpétuo.
Degolados: Relativo a degolar; cortar o pescoço de alguém.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. RJ: CPAD, 2001.
HORTON, S. M. (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed., RJ: CPAD, 2007.
LAHAYE, T.; HINDSON, E. (Eds.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que a Escritura testifica de si mesma?

R. A perenidade da Palavra de Deus.

 

2. O Espírito Santo estará na terra durante a Grande Tribulação? Explique.

R. Sim. O Espírito Santo agirá na terra durante a tribulação, convencendo pessoas dos seus pecados, convertendo-as a Cristo e dando-lhes poder (Ap 7.9,14; 11.1-11; 14.6,7).

 

3. Porque os mártires serão degolados no governo do Anticristo?

R. Por causa de suas posturas confessante e testemunhal acerca de Jesus Cristo.

 

4. Quem serão as duas testemunhas do Apocalipse?

R. A Bíblia não o diz. Por isso não podemos especular.

 

5. O que é o Evangelho Eterno?

R. É o evangelho que pregamos e, que às vezes, é chamado de Evangelho do Reino (Mt 24.14).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Teológico

 

“O Ministério [Das Duas Testemunhas]

O ministério destas duas testemunhas incluirá pregação, profecias e realização de milagres. Elas chamarão as pessoas ao arrependimento, predirão eventos futuros e anunciarão que é chegado o reino. Como Zorobabel e Josué, que procuraram restaurar Israel à sua terra, as duas testemunhas encorajarão a fidelidade a Deus, independentemente das circunstâncias individuais.

Apocalipse 11.4 descreve as testemunhas como ‘as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra’. Este versículo é uma alusão a Zacarias 4.3,11,14, em que Zorobabel e Josué, o sumo sacerdote, líderes de Israel na época de Zacarias, são retratados como um castiçal, ou luz para Israel. O seu combustível é o azeite de oliva, que representa o poder do Espírito Santo. Assim também, nos últimos dias, as duas testemunhas se levantarão pelo poder de Deus e trabalharão em seu cargo profético.

Deus protegerá as duas testemunhas daqueles que tentarem causar-lhes mal antes que a sua missão esteja concluída. Apocalipse 11.5-6 registra os poderes milagrosos dados a estas testemunhas e declara que se alguém lhes quiser fazer mal, será destruído pelo fogo. [...] De maneira similar, os idólatras e inimigos de Moisés foram destruídos pelo fogo (Nm 16.35)” (LAHAYE, T.; HINDSON, E. (Eds.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. l.ed., RJ: CPAD, 2008, p.l57).