Lições Bíblicas CPAD

Jovens

 

 

1º Trimestre de 2015

 

Título: Eu Creio — Revelando ao mundo suas convicções cristãs

Comentarista: Alexandre Claudino Coelho

 

 

Lição 6: Eu creio no casamento

Data: 8 de Fevereiro de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?(Mt 19.5).

 

SÍNTESE

 

O casamento foi instituído por Deus para o homem e a mulher, a fim de que possam achar a completude em um relacionamento íntimo e constituam uma família, que é a célula base da sociedade.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA

A igreja como uma noiva (Ef 5.28)

 

 

TERÇA

Deus condena a prostituição (1Ts 4.3)

 

 

QUARTA

É melhor casar do que viver abrasado (1Co 7.9)

 

 

QUINTA

Deus os tornou fecundos (Gn 1.28)

 

 

SEXTA

Homens devem demonstrar amor por suas esposas (Ef 5.25)

 

 

SÁBADO

Jesus foi a um casamento (Jo 2.1,2)

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • CONCIENTIZAR-SE de que o casamento foi instituído por Deus.
  • REFUTAR algumas ideias erradas a respeito do casamento.
  • RECONHECER que Deus se importa com quem nos casamos.

 

INTERAÇÃO

 

Na lição de hoje estudaremos acerca do casamento. No decorrer da aula, procure enfatizar que o matrimônio foi instituído por Deus a fim de que homem e mulher tivessem, antes de tudo, a companhia um do outro (Gn 2.18). Casamento não é solução para deixar a casa dos pais, ou para melhorar na vida financeiramente, galgando uma nova posição ou status social, não é brincar de “casinha”. O casamento é algo sério. É uma aliança entre um homem e uma mulher perante o Criador. O matrimônio é divino para toda a vida. Depois da conversão, é a decisão mais importante da vida de uma pessoa. Por isso, ore com seus alunos a esse respeito. Eles também precisam da orientação divina nesta importante área da vida.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para desenvolver o segundo tópico da lição, peça que os alunos citem algumas ideias erradas a respeito do casamento. Ouça-os com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, divida a turma em três grupos. Cada grupo deve ficar com uma ideia relacionada no tópico II. Os grupos terão que refutar tais opiniões à luz da Palavra de Deus. Depois reúna todos novamente formando um único grupo. Cada grupo terá um minuto para refutar tal pensamento.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Gênesis 24.1-4,62-67.

 

1 — E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo.

2 — E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa,

3 — para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito,

4 — mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque.

62 — Ora, Isaque vinha do caminho do poço de Laai-Roi, porque habitava na terra do Sul.

63 — E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde; e levantou os olhos, e olhou e eis que os camelos vinham.

64 — Rebeca também levantou os olhos, e viu a Isaque, e lançou-se do camelo,

65 — e disse ao servo: Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então, tomou ela o véu e cobriu-se.

66 — E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera.

67 — E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, estudaremos a respeito do casamento. Esse é sem dúvida um tema importante, pois nos últimos anos o matrimônio, conforme orientado por Deus, tem sido alvo de diversos ataques dentro e fora da igreja, e por esses ataques a família vem sofrendo diversas modificações. Entretanto, nos ateremos ao que a Bíblia fala em termos gerais sobre o valor do casamento e a importância que Deus dá a ele, a fim de que possamos andar e pensar da mesma forma que Deus pensa em relação a esse assunto.

 

I. O CASAMENTO FOI INSTITUÍDO POR DEUS (Gn 3.24-25; Mc 10.7)

 

1. Deus criou homem e mulher. Para que tratemos deste tema, é preciso que retornemos até a criação. Deus, no princípio, criou o homem e a mulher, e os apresentou um ao outro, abençoou e ordenou que frutificassem. Observe que Deus não criou duas mulheres para Adão, mas apenas uma, como um indicativo de que a bênção de Deus passa pelo casamento monogâmico entre um homem e uma mulher.

2. Deus os abençoou. Quando Deus fez o homem e a mulher, Ele os colocou no Éden e os abençoou. A vontade geral de Deus é que a união entre um homem e uma mulher, pelos laços do matrimônio, seja sempre uma bênção. Sabemos que nem todas as pessoas um dia se casarão, mas nem por isso deixarão de ser abençoadas e honradas por Deus. Entretanto os que se casam podem contar com a bênção do Altíssimo.

3. Deus os fez frutificar. Da união do primeiro casal, Adão e Eva, se propagou a humanidade com a vinda dos filhos. Esse foi um sinal da bênção de Deus para o primeiro casal, ou seja, poder manter a perpetuação da família por meio de descendentes. Apesar de em nossos dias vermos mulheres abortando ou jogando fora seus filhos, a Palavra de Deus nos diz que ter filhos é um sinal da bênção de Deus (Dt 28.11). “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3).

 

 

O CASAMENTO

 

O casamento em si continha várias partes importantes. A cerimônia era essencialmente não-religiosa, a não ser por uma bênção pronunciada sobre o casal (“Ó nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a porta de seus a-bor-re-ce-do-res!” Gn 24.60). O casamento envolvia o preparo e a aprovação de um contrato legal. Isso continua existindo no casamento judeu até hoje. Alguns cristãos podem ficar surpresos ao saber que só recentemente foi exigida a presença de um rabino ou sacerdote nas bodas.

Outro elemento importante do casamento era a procissão no fim do dia. O noivo saía de sua casa para buscar a noiva na cada dos pais dela. Nesse ponto, a noiva usava um véu. Em algum ponto o véu era retirado e colocado no ombro do noivo, e feita a seguinte declaração: “O governo estará sobre os seus ombros”. A procissão deixava então a casa da noiva e seguia para o novo lar do casal, e a estrada escura era iluminada por lâmpadas a óleo carregadas pelos convidados. Na história contada por Jesus, os noivos demoraram mais do que o esperado, de modo que o azeite nas lâmpada começou a acabar. Só os que tinham levado um frasco de óleo de reserva puderam reabastecer suas lâmpadas e dar as boas-vindas aos noivos (veja Mt 25.1-13, esp. vv.8,9). Havia canções e música ao longo do caminho (Jr 16.9) e algumas vezes a própria noiva participava da dança (Ct 6.13).

 

 

Pense!

 

Deus fez homem e mulher, os abençoou e os fez frutificar, mostrando o seu compromisso com o casamento desde a criação do mundo.

 

 

Ponto Importante

 

O casamento e a família foram instituídos pelo Senhor (Gn 2.24).

 

 

II. IDEIAS ERRADAS A RESPEITO DO CASAMENTO (Mt 19.8,9; Lc 18.18)

 

1. Morar juntos e união estável. Essa prática, embora errada segundo os padrões bíblicos, tem sido comum nos nossos dias. Um casal vai viver junto na mesma casa, tendo uma vida conjugal, sem ter o compromisso do casamento. Em alguns casos, chegam até mesmo a ter filhos. A desculpa dada para essa prática é que o casal precisa conviver como marido e mulher antes de se casarem, para ver se realmente se adaptarão à vida de casados. Se não der certo, cada um vai para o seu lado.

A união estável é uma consequência do ato de duas pessoas morarem juntas. De acordo com a lei civil brasileira, existe quando duas pessoas se unem, dividindo seus trabalhos e despesas. Por mais que o mundo incentive essa prática e a lei civil a reconheça, aos olhos de Deus é fornicação, e reprovável pela Bíblia.

2. O divórcio. O divórcio é a cessação do casamento. A Bíblia diz que o divórcio já acontecia em Israel e nas nações vizinhas, e que Deus abomina tal prática. Deus via na instituição matrimonial, na união entre um homem e uma mulher, uma representação de sua própria união com Israel. Infelizmente, nos tempos bíblicos, o povo de Deus buscava o divórcio por qualquer motivo (Mt 5.32; 19.3), e até tentaram justificar esse fato diante de Jesus. Não raro, as pessoas se divorciavam por diversos motivos, e havia homens israelitas que se divorciavam de suas esposas para se casarem com mulheres estrangeiras mais novas (Ml 2.14).

Em se tratando de divórcio, Jesus deixou duas questões importantes: ele só foi permitido por causa da dureza do coração humano, e só poderia ser realizado em caso de impureza sexual, ou seja, por causa de uma traição. Nenhum outro motivo Jesus apresentou para que as pessoas se divorciassem, e ainda reforçou: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.6). Atualmente muitos estão se divorciando por qualquer motivo, tornando banal uma prática que Deus reprova.

3. A união entre pessoas do mesmo sexo. Este tem sido um dos assuntos mais polêmicos dos nossos dias. Influenciada pela mídia, a nossa sociedade vem aceitando a união entre duas pessoas do mesmo sexo, inclusive com efeitos civis (possibilidade de adoção de filhos, de partilha de herança, de aquisição de bens de forma conjunta). Apesar de a nossa sociedade não enxergar nada demais nesse tipo de relacionamento e as leis quererem organizar uma situação que na prática já existe, a Bíblia deixa claro que o casamento que Deus abençoa é entre um homem e uma mulher. Jesus disse: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mt 19.4b,5), e esse mandamento foi reiterado pelo apóstolo Paulo aos efésios (Ef 5.31).

 

 

Pense!

 

Os padrões de Deus para a família não mudaram com o passar do tempo, pois aos seus olhos a família é formada por homem e mulher no casamento.

 

 

Ponto Importante

 

Deus constituiu o casamento entre um homem e uma mulher.

 

 

III. DEUS SE IMPORTA COM QUEM VOCÊ SE CASARÁ (Gn 24.1-67; Jz 14.1-20)

 

1. Busque a Deus em oração. Deus se importa com o casamento e tem prazer em nos orientar no tocante às escolhas que influenciarão nossa vida. Em tudo devemos buscar a direção do Pai Celeste, e isso inclui o casamento. Um exemplo bíblico de buscar a orientação de Deus é o caso de Eliezer, servo de Abraão. Quando foi trazer uma esposa para Isaque, ele buscou a Deus em oração, e o Senhor o ouviu e respondeu. É evidente que Eliezer pediu um sinal a Deus sobre a moça que iria se casar com Isaque, e esse sinal foi suficiente para responder àquela oração. O importante é que procuremos a Deus em oração e estejamos atentos às indicações divinas. Se uma moça trata mal seu pai, certamente tratará mal futuramente seu futuro esposo, e da mesma forma, um moço que trata mal sua mãe fará o mesmo com sua futura esposa. Antes de se casar, verifique se o seu futuro marido ou esposa gosta de trabalhar e tem condições financeiras para o casamento. Isso é muito importante para que depois de casados vocês não fiquem dependendo dos seus pais para se manter financeiramente. É preciso também verificar questões relacionadas à idade, que podem trazer divergências a longo prazo. Pessoas mais maduras tenderão com o tempo a ter outras prioridades de vida, geralmente muito diferentes das prioridades de pessoas mais jovens.

2. Tenha uma vida produtiva e casta. Os jovens dos tempos bíblicos se casavam muito cedo. Em nossos dias, tem sido comum os jovens esperarem um pouco mais para que se casem, a fim de se dedicarem aos estudos e se aperfeiçoarem para a vida profissional. De qualquer forma, é importante saber que devemos buscar a Deus em todas as decisões que tomamos, e não esquecer de que retardar o casamento implica igualmente buscar a Deus a fim de que possamos nos preservar das tentações sexuais, pois mesmo que decidamos estudar e nos profissionalizar, não estamos imunes aos ataques do Diabo.

3. Seja uma pessoa realizada. Um dos maiores equívocos em relação ao casamento é o fato de que muitos acreditam que somente seremos felizes se estivermos casados. Na verdade, é preciso que estejamos satisfeitos com a nossa vida de solteiro para que não busquemos equivocadamente em outra pessoa a nossa felicidade. Se uma pessoa é infeliz solteira, tenderá a ser infeliz no casamento também.

 

 

Pense!

 

Deus se importa com a nossa felicidade, e antes de buscarmos a alegria e a satisfação na chamada “pessoa certa”, nós mesmos devemos ser a pessoa certa.

 

 

Ponto Importante

 

Marido e mulher são apenas um complemento em nossa vida. Mas somente Deus nos completa.

 

 

CONCLUSÃO

 

Deus valoriza o casamento. É no casamento que o homem e a mulher vão desfrutar de um relacionamento sexual lícito e poderão frutificar. O casamento exige um alto grau de responsabilidade, pois é para a vida toda, “até que a morte os separe”. Ore e busque a direção de Deus a fim de que sua escolha seja orientada pelo Senhor.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

BENTHO, Esdras Costa. A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia.
TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Quem instituiu o casamento?

Deus.

 

2. Segundo a lição, os filhos que Deus deu a Adão e Eva foram um sinal de quê?

Foi um sinal da bênção de Deus para o primeiro casal, ou seja, poder manter a perpetuação da família por meio de descendentes.

 

3. O que é o divórcio?

O divórcio é a cessação do casamento.

 

4. Cite algumas ideias erradas a respeito do casamento.

Morar juntos e união estável, divórcio e a união entre pessoas do mesmo sexo.

 

5. O que o casamento ê para você?

Resposta pessoal.

 

SUBSÍDIO

 

“Os jovens geralmente não decidiam com quem iam casar-se. Era casar primeiro e amar depois. Embora houvesse, portanto, mais ‘vontade’ do que ‘romance’, esse costume tendia a produzir um padrão estável de casamento (Gn 24.67). Esaú teve problemas por se casar contra o desejo dos pais (Gn 26.34,35). A prática dos casamentos arranjados não significa que os pais não consideravam os sentimento dos filhos (Gn 24.58), ou que o amor não acontecia algumas vezes antes do casamento (Gn 29.10,20).

Um ‘amigo do esposo, que lhe assiste’ (Jo 3.29) negociava a favor do noivo em perspectiva a seu pai com um representante do pai da noiva. Arranjos tinham de ser feitos para a compensação do trabalho a ser paga à família da mulher, e para um dote ao pai da noiva. Ele podia usar os juros do dote, mas não podia gastá-lo (Gn 31.15) porque devia ser guardado para a mulher no caso de ela vir a enviuvar-se ou divorciar-se. Quando tais somas em dinheiro não podiam ser pagas por causa da pobreza do pretendente, outros meios eram encontrados, tais como serviço (Gn 29.18) ou eliminação de inimigos (1Sm 18.25).

Os casamentos eram arranjados, se possível, com membros da mesma parentela. Abraão enviou um servo para encontrar uma noiva para Isaque entre seu povo (Gn 24.3,4), e Jacó foi enviado ao mesmo lugar para achar esposa (Gn 28.2; 29.19). Os pais de Sansão ficaram desgostosos porque ele não escolheu uma esposa do seu próprio clã (Jz 14.3)” (GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.64).