Lições Bíblicas CPAD

Jovens

 

 

2º Trimestre de 2015

 

Título: Jesus e o seu tempo — Conhecendo o contexto da sociedade judaica nos tempos de Jesus

Comentarista: Valmir Milomem

 

 

Lição 9: Jesus e a cobiça dos homens

Data: 31 de Maio de 2015

 

TEXTO DO DIA

 

E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui(Lc 12.15).

 

SÍNTESE

 

O cristão verdadeiro não fundamenta sua vida nos bens materiais e não se deixa vencer pela cobiça e pelo orgulho.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Cl 3.5

A idolatria da avareza

 

 

TERÇA — 2Pe 2.3

Avareza e palavras fingidas

 

 

QUARTA — 1Tm 6.10

O amor ao dinheiro

 

 

QUINTA — Pv 30.13

Geração de olhos altivos

 

 

SEXTA — Pv 16.18

A soberba precede a ruína

 

 

SÁBADO — Pv 18.12

Diante da honra vai a humildade

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • COMPREENDER a advertência de Jesus sobre a ganância;
  • CONSCIENTIZAR-SE dos perigos do orgulho e da cobiça por poder;
  • SABER que aquele que serve é o maior no Reino de Deus.

 

INTERAÇÃO

 

No mundo moderno o conceito de felicidade e realização pessoal é confuso e distorcido. A satisfação geralmente é vinculada à ideia de possuir ou comprar alguma coisa. Essa é a razão pela qual vivemos tempos de consumismo inconsciente e acelerado, em que aflora a cobiça, o orgulho e a avareza. Embora algumas pessoas consigam satisfazer esse desejo material, sua alma ainda permanece vazia e sedenta por algo mais. E assim nunca se sentem completamente satisfeitas. Mas esse problema não é fruto das circunstâncias sociais do nosso tempo. É um vício espiritual. Existia nos tempos de Jesus e existe ainda hoje no século XXI! Como conhecedor da natureza humana, Jesus vai no profundo da alma e mostra que o caminho do verdadeiro contentamento não está naquilo que possuímos e no poder da nossa posição social.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, no item 3 do tópico 1 da lição, enfatize aos seus alunos que o consumismo também é uma forma de ganância. Trabalhe o seguinte ponto referido pelo comentarista: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11). Essa afirmação não é um atestado de passividade e comodismo. É uma declaração de gratidão a Deus! Se você não está contente com o que já tem, certamente não estará quando adquirir o que pretende ter. Reforce o forte papel que os meios de comunicação têm desempenhado para aguçar o desejo das pessoas em adquirir produtos, roupas, celulares, eletrônicos e informática, etc.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Mateus 6.19-24; Lucas 22.24-27.

 

Mateus 6

19 — Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.

20 — Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.

21 — Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

22 — A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

23 — Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

24 — Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

 

Lucas 22

24 — E houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior.

25 — E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.

26 — Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve.

27 — Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está è mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A lição deste domingo trata de temas que exigem o máximo de cuidado do crente: cobiça, avareza e orgulho. Não bastasse a natureza decaída do homem que, por si só, nos atrai a cair nessa tentação, o mundo e o Diabo também tentam, por todos os meios e artimanhas, levar o cristão a cair no desejo por bens materiais, consumismo, fama, poder e prestígio, fazendo-o perder o foco do Reino de Deus. Por isso, precisamos receber com muita atenção e zelo as advertências de Jesus contra esses vícios morais, os quais somente são vencidos quando morremos para o mundo e permitimos Cristo viver em nós (Gl 2.20). Aproveitemos essa lição para refletir sobre o significado da verdadeira humildade, segundo as Escrituras Sagradas e exemplo do Mestre.

 

I. A GANÂNCIA

 

1. O perigo da avareza. Jesus disse aos seus discípulos para tomar cuidado com a avareza, porque a vida de qualquer pessoa não consiste na abundância do que possui (Lc 12.15). Avareza (gr. pleonexia) significa “sede de possuir mais”; “apego e desejo exagerado pelos bens materiais”. O Mestre não está censurando o trabalho para a manutenção das necessidades básicas da pessoa e de sua família, e nem mesmo o anseio natural por melhores condições de vida. Sua advertência se dirige à ganância, isto é, a atitude cobiçosa de nunca estar satisfeito com aquilo que se possui. Tais pessoas, impulsionadas pelo desejo insaciável da carne, sempre procuram adquirir algo novo, “edificar novos celeiros” e formar um “depósito com muitos bens” (Lc 12.19). A palavra de Deus condena a ambição e a cobiça pois elas são fatais (Ec 6.7).

2. O deus dinheiro. Em sua sabedoria, Jesus alertou contra a ganância e a avareza pois Ele sabia que o amor ao dinheiro é a origem de todos os males (1Tm 6.10). Eis o motivo pelo qual afirmou: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Desse modo, não é possivel servir a Deus plenamente ao mesmo tempo em que se ama ao dinheiro, afinal onde está o tesouro de uma pessoa, aí também estará o seu coração (Mt 6.21). Deus não divide espaço com ninguém e muito menos com o dinheiro. Logo, devemos fazer uma profunda avaliação dos nossos corações para ver quem (ou o quê) ocupa, de fato, a primazia de nossas vidas: Deus ou os bens materiais?

3. Tempo de consumismo. A forma mais sutil de ganância do nosso tempo é o consumismo inconsciente. O desejo desenfreado de adquirir bens supérfluos condiciona a felicidade das pessoas à compra de coisas novas. O consumista nunca se sente satisfeito e, por isso, é levado a exagerar no uso do cartão de crédito e do cheque especial; tudo para atender aos apelos da mídia e a ilusão do consumo. O consumismo, portanto, não é fruto da necessidade, mas do descontentamento. É uma forma de ingratidão. Contudo, o apóstolo Paulo deixou a receita para destruirmos esse vício pessoal ao dizer: “[...] aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11). Essa afirmação não é um atestado de passividade e comodismo. É uma declaração de gratidão a Deus! Se você não está contente com o que já tem, certamente não estará quando adquirir o que pretende ter. Por isso, como cristãos, devemos agradecer a Deus por tudo o que possuímos, pois é dádiva divina!

 

 

Pense!

 

Se você não está contente com o que já tem, certamente não estará quando adquirir o que pretende ter.

 

 

Ponto Importante

 

Jesus nunca censurou o trabalho para a manutenção das necessidades básicas da pessoa e de sua família, e nem mesmo o anseio natural por melhores condições de vida. Ele advertiu contra a ganância.

 

 

II. A COBIÇA POR PODER

 

1. Cobiça pelo poder. Além do dinheiro e dos bens materiais, o coração pecaminoso e egoísta do ser humano cobiça o poder e a autoexaltação. Basta olharmos para a história do mundo e percebemos essa realidade sombria, marcada pelas batalhas por poder e dominação. Uma das artimanhas de Satanás, inclusive, é seduzir o homem na busca insaciável pelo poder. O próprio Senhor Jesus foi tentado pelo Diabo, que lhe ofereceu os reinos e a glória deste mundo em troca de adoração. Contudo, o Mestre respondeu: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Não obstante, não são poucos os que fazem de tudo para conquistar os reinos e as glórias na esfera terrena, seja no ambiente político, empresarial e até mesmo religioso. Fiquemos atentos para não sermos seduzidos por essa ambição egoísta, carnal e diabólica!

2. Os primeiros assentos. Um dos principais indicativos da cobiça pelo poder é o desejo ardente por destaque. Algumas pessoas possuem o ego tão inflado que não suportam viver numa posição na qual não possam ser notadas. Essas pessoas são obcecadas pelo marketing pessoal. É sobre isso que Jesus adverte na parábola dos primeiros assentos e dos convidados (Lc 14.7-11). Ele censura aqueles que buscavam a proeminência e a autoexaltação, dizendo; “[...] qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (v.11). Esse ensinamento do Mestre Jesus deve ecoar na sociedade atual, dominada pelo narcisismo, egoísmo e pela cultura de autoajuda.

3. O perigo do orgulho. C. S. Lewis, um dos grandes cristãos do século passado, dizia que o orgulho, no sentido de soberba, é o maior dos pecados. É o mais completo estado de alma anti-Deus. O orgulho, afirmou o escritor, “não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo”. O orgulho foi a causa da queda de Satanás (Is 14.12-20; 1Tm 3.6). A Palavra de Deus adverte que ele engana o coração (Jr 49.16) e endurece a mente (Dn 5.20). Por isso, o Senhor abomina o altivo de coração (Pv 16.5) e abate o soberbo (Jó 40.11).

 

 

Pense!

 

“O orgulho não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo” (C. S. Lewis).

 

 

Ponto Importante

 

Um dos principais indicativos da cobiça pelo poder é o desejo ardente por destaque.

 

 

III. O MAIOR NO REINO DE DEUS

 

1. A disputa entre os discípulos. Em certa ocasião, os discípulos contenderam entre si para saber quem era o maior (Lc 22.24). O episódio comprova que até mesmo o cristão, se não estiver em constante vigilância, pode sucumbir ao desejo por alta posição e prestígio. No meio evangélico contemporâneo, observamos essa triste realidade, de disputa por poder eclesiástico, fama e sucesso ministerial. Pregadores, pastores e cantores que, por terem perdido o foco do Reino de Deus, se enveredaram numa busca frenética por glória humana e notoriedade popular. Infelizmente, os ídolos do coração (Ez 14.1-5) da nossa época têm levado muitos crentes a perderem o foco de seu chamado, fazendo a obra segundo os padrões do mundo. Segundo Nancy Pearcey, “o princípio de morrer para os sistemas mundanos não se aplica somente aos pecados óbvios. Em uma cultura que mede tudo em termos de tamanho, sucesso e influência, também temos de dizer ‘não’ a estes valores mundanos”.

2. A verdadeira grandeza. Contrariando o modelo secular, no qual o maior é aquele que governa, no padrão divino Jesus explica que o maior é aquele que serve (Lc 22.26). Aqui está a lição do serviço. No Reino de Cristo, a grandeza não está no cargo, no título ou na posição social, e, sim, na disposição em servir, sendo útil ao Reino e ao próximo. Ao ensinar aos seus discípulos sobre a nobreza do servir, Jesus enfatiza uma das principais virtudes morais: a humildade. Aqueles que querem dominar, cedem ao orgulho. Mas aqueles que procuram servir, exercitam a modéstia e a submissão. Por isso, o crente é convidado a servir com alegria, oferecendo seus e dons e habilidades em prol da sociedade e da Igreja de Cristo.

3. A humildade de Cristo. O maior exemplo de humildade vem do próprio Mestre Jesus (Fp 2.7). Um momento sublime que realça a singeleza do meigo Nazareno é a ocasião em que Ele lava os pés dos seus discípulos (Jo 13.1-20). Com tal gesto, Ele compartilha com seus discípulos a importância de servirem uns aos outros, com amor e abnegação. Somente a verdadeira humildade demonstrada pelo Mestre é o padrão de virtude capaz de desfazer a humildade formal e dissimulada que presenciamos em nosso meio. A verdadeira humildade, além de nos levar a reconhecer os outros superiores a nós mesmos (Fp 2.3), implica também em reconhecer nossa pequenez diante de Deus e considerar que aquilo que somos, fazemos e possuímos é resultado da graça do Senhor em nossa vida.

 

 

Pense!

 

No Reino de Cristo, a grandeza não está no cargo, no título ou na posição social, e, sim, na disposição em servir, sendo útil ao Reino e ao próximo.

 

 

Ponto Importante

 

Somente a verdadeira humildade demonstrada pelo Mestre é o padrão de virtude capaz de desfazer a humildade formal e dissimulada que presenciamos em nosso meio.

 

 

CONCLUSÃO

 

Avareza, consumismo, cobiça e orgulho só têm espaço na vida de uma pessoa quando ela entroniza o ego e o dinheiro como seus ídolos, Se Cristo verdadeiramente ocupar a primazia em nossos corações, não haverá espaço para outros senhores e ídolos (Mt 6.33), pois, 0 Senhor nos proporcionará completa satisfação. Paulo disse que aprendeu a se contentar com aquilo que tinha (Fp. 4.11). Então, se temos Cristo, temos tudo. E nada mais nos falta!

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta.
PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds) Dicionário Biblico Wycliffe.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que significa avareza?

Sede de possuir mais; apego e desejo exagerado pelos bens materiais.

 

2. Qual o exemplo de Paulo contra o consumismo?

“Aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11).

 

3. Qual a causa da queda de Satanás?

O orgulho.

 

4. Segundo Jesus, quem é o maior?

O maior é aquele que serve (Lc 20.26).

 

5. Quem é o maior exemplo de humildade?

Jesus Cristo.

 

SUBSÍDIO

 

A VERDADEIRA GRANDEZA

“A verdadeira grandeza do ser humano é uma questão do nosso ser interior e do coração. É vista na pessoa que expressa sua fé e seu amor a Cristo, em sincera humildade, no desejo de servir tanto a Deus quanto aos homens, e na disposição de ser considerado o menos importante no Reino de Deus (Fp 2.3).

(1) A verdadeira grandeza não está na posição, no cargo, na liderança, no poder, na influência, nos diplomas de nível superior, na fama, na capacidade, nas grandes realizações, nem no sucesso. (...)

(2) A verdadeira grandeza requer que sejamos grandes no que é justo. Temos que procurar ser grandes na fé, no caráter santo, na sabedoria, no autodomínio, na paciência, no amor (Gl 5.22,23). Trata-se de termos a grandeza de Cristo, que amou a justiça e aborreceu a iniquidade (Hb 1.9).

(3) A verdadeira grandeza é questão de sincero amor, lealdade e dedicação a Deus, e aí o que importa é sermos consagrados e fiéis onde Deus quis colocar-nos. Por isso, aos olhos de Deus, os maiores no seu Reino são aqueles que lhe consagram e à sua Palavra, seu total amor, lealdade e dedicação (Lc 21.3; Rm 12.1,2).

(4) Nossa consagração a Deus melhora os frutos do nosso labor na sua obra, mas somente na área em que Deus nos colocou e de conformidade com dons que Ele nos deus (1Co 12; Rm 12.3-8)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1558).